O milagre de Milei será adiado? A Via Sacra da Argentina até o crescimento econômico na visão da OCDE
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta, no relatório Perspectiva Econômica divulgado nesta quinta-feira (2), que o PIB da Argentina sofrerá contração de 3,3% em 2024

Há pouco mais de uma semana, o presidente da Argentina, Javier Milei, que seu governo registrou o terceiro superávit mensal consecutivo — um feito que o mercado batizou de “o milagre da motosserra” em referência ao equipamento usado pelo ultraliberal durante a campanha. Mas previsões desta quinta-feira (2) mostram que os hermanos ainda enfrentarão uma via sacra até o crescimento econômico.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta, no relatório Perspectiva Econômica divulgado hoje, que o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina sofrerá contração de 3,3% no ano atual, antes de crescer 2,7% em 2025.
Em termos de comparação, a OCDE melhorou a estimativa para a economia brasileira neste ano, embora ainda veja desaceleração frente a 2023.
O PIB do Brasil deve ter alta de 1,9% em 2024, acima da estimativa anterior de expansão de 1,8%. No ano passado, o País cresceu 2,9%.
- Javier Milei pode dar um “empurrãozinho” em ação brasileira? Veja como uma promessa de campanha do presidente argentino é capaz de impulsionar os resultados de uma empresa listada na B3
A Via Sacra da Argentina de Milei
Embora tenha conseguido avanços econômicos importantes, a Argentina ainda precisa passar por uma Via Sacra para alcançar o crescimento.
Segundo a OCDE, a Argentina é afetada pela inflação elevada e também por um "considerável mas necessário ajuste fiscal", além da incerteza política — cenário que pesa no consumo privado e no investimento para a maioria do ano atual.
Leia Também
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
“Liquidem agora”, ordena Milei. A decisão da Argentina que deve favorecer o Brasil
Mas a entidade sediada em Paris acredita que a retirada gradual de restrições à importação e dos controles cambiais deve impulsionar uma recuperação da demanda doméstica, em particular em 2025.
- Leia também: Argentina mais barata para brasileiros, dólar e inflação nas alturas — o preço das mudanças nos 100 dias de Milei
A inflação "desacelera de modo visível, mesmo que apenas gradualmente até agora", diz a OCDE, acreditando que o recuo mais adiante será mais forte.
A Organização também destaca que a consolidação fiscal anunciada "deve continuar a ser implementada". Segundo a OCDE, o país deve restaurar a estabilidade macroeconômica e permitir a retirada de controles cambiais e de capital.
ARGENTINA DE JAVIER MILEI PODE SER PEÇA-CHAVE PARA AÇÃO BRASILEIRA DISPARAR; VEJA COMO BUSCAR LUCROS
Argentina na OCDE
Além das previsões econômicas, a Argentina recebeu nesta quinta-feira (2) uma lista de medidas que deve implementar para integrar a organização, que inclui as maiores economias do mundo com regimes democráticos.
A Argentina manifestou em 2016, durante a presidência de Mauricio Macri, o desejo de aderir à OCDE, que decidiu seis anos depois iniciar o processo de discussões com o país, assim como com Brasil, Peru, Bulgária, Croácia e Romênia.
"O processo se acelerou muito significativamente nos últimos quatro meses (...) Agora o trabalho começa a sério", disse Mondino, especificando que a Argentina estabelecerá "suas próprias políticas" com base no aconselhamento.
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio
A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Agenda econômica: PIB da China, política monetária na Europa e IGP-10 são destaques em semana de balanços nos EUA
Após dias marcados pelo aumento das tensões entre China e Estados Unidos, indicadores econômicos e os balanços do 1T25 de gigantes como Goldman Sachs, Citigroup e Netflix devem movimentar a agenda desta semana
Dólar livre na Argentina: governo Milei anuncia o fim do controle conhecido como cepo cambial; veja quando passa a valer
Conhecido como cepo cambial, o mecanismo está em funcionamento no país desde 2019 e restringia o acesso da população a dólares na Argentina como forma de conter a desvalorização do peso
JP Morgan reduz projeção para o PIB brasileiro e vê leve recessão no segundo semestre; cortes de juros devem começar no fim do ano
Diante dos riscos externos com a guerra tarifária de Trump, economia brasileira deve retrair na segunda metade do ano; JP agora vê Selic em 1 dígito no fim de 2026
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
Partiu Argentina? Três restaurantes recebem estrela Michelin em 2025; veja quais
Guia francês reconheceu dois estabelecimentos em Mendoza e um em Buenos Aires
Javier Milei no fogo cruzado: guerra entre China e EUA coloca US$ 38 bilhões da Argentina em risco
Enquanto o governo argentino busca um novo pacote de resgate de US$ 20 bilhões com o FMI, chineses e norte-americanos disputam a linha de swap cambial de US$ 18 bilhões entre China e Argentina
Agenda econômica: IPCA, ata do Fomc e temporada de balanços nos EUA agitam semana pós-tarifaço de Trump
Além de lidar com o novo cenário macroeconômico, investidores devem acompanhar uma série de novos indicadores, incluindo o balanço orçamentário brasileiro, o IBC-Br e o PIB do Reino Unido
Brasil x Argentina na bolsa: rivalidade dos gramados vira ‘parceria campeã’ na carteira de 10 ações do BTG Pactual em abril; entenda
BTG Pactual faz “reformulação no elenco” na carteira de ações recomendadas em abril e tira papéis que já marcaram gol para apostar em quem pode virar o placar
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Lula reclama e Milei “canta Queen”: as reações de Brasil e Argentina às tarifas de Trump
Os dois países foram alvo da alíquota mínima de 10% para as exportações aos EUA, mas as reações dos presidentes foram completamente diferentes; veja o que cada um deles disse
Tony Volpon: Buy the dip
Já que o pessimismo virou o consenso, vou aqui argumentar por que de fato uma recessão é ainda improvável (com uma importante qualificação final)
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Argentina em apuros: governo Milei pede US$ 20 bilhões emprestados ao FMI
Ministro da Economia negocia com Banco Mundial, BID e CAF; ao longo de sua história, país já realizou 23 empréstimos junto ao Fundo Monetário internacional.
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil
Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março
Mais uma Super Quarta vem aí: dois Bancos Centrais com níveis de juros, caminhos e problemas diferentes pela frente
Desaceleração da atividade econômica já leva o mercado a tentar antecipar quando os juros começarão a cair no Brasil, mas essa não é necessariamente uma boa notícia
Alívio para Galípolo: Focus traz queda na expectativa de inflação na semana da decisão do Copom, mas não vai evitar nova alta da Selic
Estimativa para a inflação de 2025 no boletim Focus cai pela primeira vez em quase meio ano às vésperas de mais uma reunião do Copom
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China