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De 9 dias a 9 meses

NASA recorre à SpaceX, de Elon Musk, para trazer de volta astronautas ‘presos’ no espaço após falha em cápsula da Boeing

Em mais um revés para a fabricante aeroespacial americana, veículo Starliner voltará à Terra vazio; missão que era para durar nove dias deixará cosmonautas na Estação Espacial Internacional por cerca de nove meses

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24 de agosto de 2024
17:00
Starliner, espaçonave da Boeing
Starliner, espaçonave da Boeing. - Imagem: Divulgação NASA/Boeing

Em meio à crise desencadeada pelos problemas na sua linha de aeronaves 737 MAX nos últimos anos, a Boeing agora ganhou uma dor de cabeça cósmica.

A NASA anunciou, neste sábado (24), que a fabricante aeroespacial americana irá retornar à Terra, sem a tripulação, a sua espaçonave Starline, colocada em órbita no início de junho.

Assim, os pilotos de teste Butch Wilmore e Suni Williams, levados ao espaço a bordo do veículo da Boeing, permanecerão na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) e só deverão retornar em fevereiro, "pegando carona" na espaçonave Crew Dragon, da SpaceX, fabricante aeroespacial do bilionário Elon Musk.

Com isso, a missão que deveria inicialmente durar cerca de nove dias para os dois astronautas será estendida para quase nove meses.

A nona missão regular pela NASA da espaçonave da SpaceX que trará os cosmonautas para casa será lançada em 24 de setembro com dois tripulantes a menos, para abrir espaço para Wilmore e Williams no retorno.

A falha no Boeing Starliner

O voo-teste da espaçonave, que foi visto como o grande marco final do seu desenvolvimento, apresentou problemas, principalmente no sistema de propulsão.

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A cápsula Starliner “Calypso” da Boeing está na Estação Espacial Internacional desde o início de junho em uma missão que a NASA estendeu indefinidamente enquanto a agência e a empresa tentavam identificar por que vários propulsores da espaçonave falharam durante a acoplagem. Essas peças são fundamentais para o retorno seguro do veículo.

A decisão de trazer o Starliner de volta vazio marca uma reviravolta dramática para a NASA e um novo revés para a Boeing, já que a agência espacial e a companhia estavam inflexíveis de que a cápsula era a principal escolha para o retorno da tripulação.

“A Boeing trabalhou arduamente com a NASA para obter os dados necessários para tomar esta decisão”, disse o administrador da NASA, Bill Nelson, durante uma coletiva de imprensa com altos funcionários da agência no Johnson Space Center, em Houston, neste sábado.

“Queremos compreender melhor as causas e as melhorias de design para que o Boeing Starliner sirva como uma parte importante do acesso garantido da nossa tripulação à ISS.”

Ele reiterou que os voos de teste “não são seguros nem rotineiros” e que a decisão foi “resultado de um compromisso com a segurança”.

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Anteriormente, funcionários da Boeing vinham insistindo, em coletivas de imprensa, que o Starliner era seguro para os astronautas voltarem para a casa em caso de emergência, apesar dos seguidos atrasos no retorno.

A NASA disse que houve um “desentendimento técnico” entre a agência e a empresa e que avaliou o risco de forma diferente da Boeing para o retorno de sua tripulação.

No entanto, funcionários da NASA expressaram repetidamente seu apoio à Boeing, e Bill Nelson disse estar "100% certo" de que o Starliner seria capaz de ser lançado novamente com tripulação algum dia.

Fracasso no teste ameaça permanência da Boeing em programa da NASA

A Boeing vinha trabalhando no Starliner há mais de dez anos e já reportou mais de US$ 1,4 bilhão em perdas após atrasos causados por desafios de software, válvulas emperradas e o sistema de paraquedas da espaçonave.

O sucesso no voo-teste tripulado era a última etapa de validação para o modelo da Boeing e um importante ativo para a NASA, que esperava realizar o sonho de ter duas empresas concorrentes – a Boeing e a SpaceX, de Elon Musk – voando em missões alternadas para a ISS.

Em vez disso, agora o fracasso no teste atrasará ainda mais o progresso da Boeing no programa de Tripulação Comercial da agência espacial americana. As perdas bilionárias com o projeto, aliás, ameaçam a permanência da companhia no programa.

*Com informações da CNBC e do Estadão Conteúdo

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