Não vai ter mais blusinha? Por que o poderoso regulador da China está no encalço da Shein
A gigante do varejo on-line chinês tem planos de abrir capital nos EUA, mas enfrenta uma série de problemas dentro de casa; entenda o imbróglio
A Shein esteve no olho do furacão aqui no Brasil no ano passado, quando o governo anunciou que taxaria as compras em plataformas on-line estrangeiras. Agora, a empresa está sendo vigiada com lupa pela própria China.
O poderoso regulador da Internet de Xi Jinping está conduzindo uma revisão de segurança da Shein enquanto a gigante da moda rápida se prepara para a tão esperada oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nos EUA.
A Administração do Ciberespaço da China (CAC, na sigla em inglês) está revendo a presença da cadeia de suprimentos da Shein no país — onde está localizada a maior parte de seus fabricantes e fornecedores —, disse uma fonte próxima ao assunto para a CNBC.
A revisão se concentra em como a Shein lida com informações sobre funcionários, parceiros e fornecedores na região, de acordo com o Wall Street Journal.
O CAC também está examinando se Shein pode garantir que os dados não vazem para o exterior, de acordo com o Journal.
A revisão: um problema para a Shein
A revisão apresenta vários problemas para a Shein, já que a gigante do comércio eletrônico caminho para um IPO nos EUA.
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Por um lado, posiciona claramente a Shein como uma empresa chinesa — pelo menos aos olhos da China — em um momento no qual as relações entre Washington e Pequim estão cada vez mais tensas.
A Shein tem trabalhado arduamente para se apresentar como uma empresa global meramente fundada na China, já que legisladores de ambos os lados do corredor expressaram preocupações sobre os seus laços com a região.
De acordo com especialistas, se a Shein não fosse uma empresa chinesa, a varejista não precisaria necessariamente da permissão de Pequim para abrir capital.
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A Shein não é a primeira a passar por isso
Em 2021, a China lançou uma revisão de segurança semelhante sobre a Didi Global, poucos dias depois de a empresa ter aberto o capital na Bolsa de Valores de Nova York e ter levantado cerca de US$ 4,4 bilhões.
A Didi, no entanto, não resistiu por muito tempo. Em um ano, a empresa fechou o capital e o valor para os acionistas foi eliminado.
Após a queda de Didi, todas as empresas chinesas que pretendem fazer um IPO no exterior passaram a ficar sujeitas a uma revisão de segurança e à aprovação do governo na China.
Se as análises revelarem informações que não agradam aos reguladores chineses, eles poderão anular o negócio.
No entanto, ao contrário de Didi, a Shein busca a aprovação da China antes de começar a negociar suas ações nos EUA — o que poderia evitar o colapso semelhante das ações e ajudar a aumentar a confiança dos investidores.
*Com informações da CNBC
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