Mais juros baixos pela frente? Por que o primeiro corte do BCE em 5 anos pode ser uma boa notícia para quem investe na bolsa — e o motivo não é óbvio
Em uma decisão incomum, o banco central da zona euro cortou os juros antes do Fed — entenda se o movimento é sinal de que uma taxa menor nos EUA está mais perto da realidade agora
O corte dos juros pelo Banco Central Europeu (BCE) — o primeiro desde 2019 — não é a notícia mais aguardada pelo mercado, mas abre caminho para o que muito investidor — seja aqui ou lá fora — espera: que o Federal Reserve (Fed) inicie o ciclo de afrouxamento monetário nos EUA.
A telegrafada decisão de cortar os juros em 25 pontos-base, para 3,75% de 4% — nível mantido desde setembro de 2023 e o mais alto da zona do euro — mexeu com as expectativas de o banco central norte-americano seguir pelo mesmo caminho.
Assim que o primeiro corte de juros do BCE em cinco anos foi confirmado, os investidores correram para ajustar as apostas na queda da taxa referencial nos EUA: a possibilidade de uma redução nos juros pelo Fed até setembro aumentou imediatamente de 68,9% para 69,9%, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.
A reação dos investidores tem fundamento: é incomum o BCE iniciar um ciclo de corte de juros antes do banco central norte-americano.
“Não é apenas uma das poucas vezes em que o BCE dá uma guinada na política monetária antes do Fed, mas também é a primeira vez que o BCE começa a cortar juros após um ciclo de aperto sem enfrentar uma recessão ou crise”, disseram economistas do ING em nota.
“Na verdade, se não fosse pela comunicação muito vocal desde fevereiro, os dados macro mais recentes poderiam facilmente ter justificado outra pausa na reunião de hoje", acrescentaram.
Leia Também
Se o Fed embarca na decisão do BCE, as chances de os ativos mais arriscados se tornarem mais atrativos aumenta e muito e isso pode beneficiar os investidores em ações, por exemplo.
- No mercado financeiro, agir rápido é essencial para capturar as melhores oportunidades. E você pode receber as informações mais importantes do dia antes mesmo de a bolsa abrir. Basta clicar aqui para se inscrever gratuitamente em uma das newsletters mais lidas da Faria Lima.
O corte de juros nos EUA
O primeiro corte de juros nos EUA vem sendo adiado desde março, quando a maioria dos investidores apostava em pelo menos três reduções em 2024.
Acontece que dados seguidos de uma inflação mais resistente do que o esperado — e ainda acima da meta de 2% do BC norte-americano — tem impedido que os membros do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) tenham a confiança necessária de que os preços se manterão em uma trajetória descendente sustentável.
Isso fez com que o início do ciclo de afrouxamento nos EUA fosse adiado e que o número de cortes de juros também caísse: boa parte dos investidores espera agora uma redução este ano — algo que também vem sendo sinalizado por alguns membros do Fomc nas últimas semanas.
No detalhamento dos dados do CME Group, assim que a decisão do BCE saiu, havia 59,3% de chance de um corte de 25 pontos-base nos juros pelo Fed e 10,6% de uma redução de 50 pb, com 30,1% de manutenção. Para dezembro, o quadro visto como mais provável por 42,7% é de um corte de 50 pb nos juros.
- Leia também: Na China, investidores migram para títulos públicos por falta de opção melhor para investir, derrubando as taxas
Vem mais corte de juros na zona do euro?
"Estamos apenas moderando o nível de restrição neste momento". Foi assim que a presidente do BCE, Christine Lagarde, iniciou a explicação do primeiro corte de juros desde 2019 na zona do euro.
Mas se engana quem acha que esse é o início de um processo contínuo de afrouxamento monetário. "Sabemos o destino e a direção que estamos tomando, mas precisamos ter certeza sobre o processo de desinflação", acrescentou.
Segundo Lagarde, os dirigentes precisarão de mais dados e análises sobre a trajetória da inflação para conquistar essa certeza e definir a velocidade ou ritmo do relaxamento da política monetária.
Lagarde reiterou que o BCE acredita que a inflação continuará desacelerando e que há declínio no avanço dos salários — dois pontos essenciais para determinar os cortes de juros — mas alertou que o caminho terá sobressaltos até alcançar a meta.
Para o Nordea, os próximos cortes nos juros na zona do euro devem ocorrer em setembro e dezembro. Em relatório, o banco finlandês argumenta que a inflação caminhará para a meta e que o cenário-base mais plausível é de cortes graduais. Por isso, o Nordea projeta cortes de 25 pontos-base por trimestre.
Andrew Kenningham, economista para a Europa da Capital Economics, diz que as orientações e previsões que acompanharam a decisão de hoje sugerem que o BCE irá proceder com cautela.
“Pensamos agora que o BCE irá reduzir os juros em apenas mais 50 pontos base antes do final do ano, com o próximo corte em setembro”, disse.
O ING acredita que, caso a economia da zona do euro se comporte como o BCE espera, deve haver mais cortes de juros, mas acrescenta que "é real o risco de atraso ou mesmo reversão" da política monetária.
Segundo o banco holandês, a decisão de hoje não marca, necessariamente, o início de um ciclo de relaxamento. Para o ING, o BCE não decidiu de fato sobre os próximos passos.
ONDE INVESTIR EM JUNHO: MELHORES INVESTIMENTOS NA BOLSA - AÇÕES, FIIs, DIVIDENDOS, BDRS + ALOCAÇÃO
A reação dos mercados
Embora a decisão do BCE de hoje tenha sido amplamente antecipada, as bolsas na Europa operam em alta — o índice pan-europeu Stoxx 600 chegou a bater recorde intradiário depois que o corte dos juros na zona do euro foi anunciado. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados.
Nos EUA, a história é outra. Os principais índices de ações de Nova York pouco reagiram à decisão do BCE. Wall Street está aguardando o principal relatório de emprego previsto para sexta-feira (7).
Os investidores estão em busca de sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho norte-americano, o que poderia apoiar cortes de juros por parte do Fed. Economistas consultados pela Dow Jones esperam a criação de 190 mil vagas em maio no país.
Vai ficar mais barato investir nesses três fundos imobiliários do Santander — e aqui está o motivo
Os FIIs SARE11, SAPI11 e SADI11 anunciaram desdobramentos na B3, que terão como data base a posição de fechamento de 16 de outubro
Bitcoin (BTC) sobe após dado mais importante da semana, mas ‘Uptober’ fica na saudade e criptomoedas caem na primeira semana do mês
De acordo com o departamento de trabalho norte-americano, a taxa de desemprego dos EUA foi de 4,1% em setembro, abaixo do valor registrado no mês anterior, de 4,2%
Dona da Serasa compra ClearSale (CLSA3) com prêmio de 23,5% sobre cotações, mas por menos da metade do valor do IPO; ações sobem forte na B3. O que acontece com os acionistas agora?
Em meio à saída da ClearSale da bolsa após três anos desde o IPO, os investidores da companhia terão três opções de recebimento após a venda para a Experian
Entre o petróleo e o payroll: Ibovespa busca recuperação com juros nos EUA e conflito no Oriente Médio como pano de fundo
Relatório mensal de emprego nos EUA deve dar o tom do dia nos negócios enquanto guerra continua pressionando o petróleo
Vale (VALE3) destrona Itaú e se torna a ação mais recomendada para investir em outubro. A China não é mais pedra no caminho da mineradora?
Com resultados robustos e o otimismo em relação à China, a Vale se tornou a ação queridinha para este mês; veja o ranking com indicações de 12 corretoras
Como achar uma boa ação? Se a empresa que você investe não tiver essa qualidade, ela corre o risco de morrer no meio do caminho
Por menos de 9x lucros esperados para 2025, além de ser uma ótima empresa, a ação ainda guarda muito potencial de valorização
Atenção, investidor: B3 (B3SA3) lança novos índices de ações de empresas públicas e privadas; conheça
O objetivo dos novos indicadores, que chegam ao mercado no dia 7 de outubro, é destacar as performances dos ativos que compõem o Ibovespa de forma separada
BB Investimentos corta preço-alvo de Hypera (HYPE3) após semestre fraco e performance abaixo do Ibovespa
Empresa do segmento farmacêutico tem endividamento elevado, sendo duramente afetada pela alta dos juros
Vamos (VAMO3): os três motivos por trás da queda de 11% desde o anúncio da reestruturação; ação recua na B3 hoje
A Vamos deverá se fundir com a rede de concessionárias Automob, que também é controlada pela Simpar — e o plano de combinação das operações gerou ruídos entre investidores
SLC Agrícola ganha ‘voto de confiança’ do Itaú BBA, que eleva preço-alvo de SLCE3
Boas expectativas para a safra 2024/25 fazem o banco brasileiro reforçar recomendação de compra da gigante do agro
Efeito Moody´s passa e dólar sobe a R$ 5,4735; Ibovespa renova série de mínimas no dia e cai 1,38%, aos 131.671,51 pontos
Lá fora, as bolsas em Nova York e na Europa operaram no vermelho, pressionadas pela escalada dos conflitos no Oriente Médio
A Gol (GOLL4) pode ‘voar’ de novo? BB Investimentos eleva recomendação para as ações, mas faz alerta sobre a companhia aérea
Instituição vê a aprovação do Chapter 11 e o plano apresentado pela companhia como fatores cruciais para recuperação financeira
Por que o Fiagro da Itaú Asset (RURA11) sobe na B3 hoje mesmo diante das preocupações em relação a calotes de CRAs
O desempenho negativo do fundo na semana acompanhou temores sobre a exposição do Fiagro a dois certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) inadimplentes
Google quer devolver escritório do fundo imobiliário PATC11 antes da hora; entenda o impacto na receita do FII
Segundo a gestora do Pátria Edifícios Corporativos, a locação mensal do Google equivale ainda a aproximadamente R$ 0,08 por cota do FII
Sob pressão: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho, mas alta do petróleo continua e pode ajudar o Ibovespa
Vitória do governo no STF em relação a resíduos tributários do Programa Reintegra também pode repercutir no Ibovespa hoje
Bilionário de uma das empresas que mais poluem no planeta promete zerar emissões de sua mineradora até 2030 — e cobra políticos e empresários para que se mexam
Quarta maior mineradora de minério de ferro do mundo, a Fortescue pretende parar de queimar combustíveis fósseis em suas operações na Austrália até o final da década
Guerra no Oriente Médio: o que está em jogo agora pode mudar de vez o mercado de petróleo. Como fica a ação da Petrobras (PETR4)? A resposta não é óbvia
A guerra ganhou novos contornos com o ataque do Irã a Israel na terça-feira (01). Especialistas acreditam que, dessa vez, o mercado não vai ignorar a implicância dos riscos geopolíticos para o petróleo; saiba se é hora de colocar os papéis da Petrobras na carteira para aproveitar esse avanço
Tesla registra o primeiro aumento nas entregas trimestrais de carros elétricos este ano, mas as ações caem forte em NY: o que frustrou os investidores da montadora?
Os números marcam o primeiro avanço nas entregas da companhia de Elon Musk este ano, após quedas que alimentaram preocupações em Wall Street
É hora de comprar JBS (JBSS3) mesmo com a pressão da possível venda da participação do BNDES, diz BTG
Analistas elevam preço-alvo das ações da JBS e dizem que boa geração de caixa da empresa é suficiente para conter pressão de curto prazo
Após renovar máxima no dia, Ibovespa perde os 134 mil pontos, mas fecha em alta de 0,77% com ajuda da Moody´s; dólar cai a R$ 5,4448
O principal índice da bolsa brasileira chegou mirar a marca dos 135 mil pontos, com renovações consecutivas de máximas intradia, mas perdeu um pouco do fôlego perto do fim das negociações