Irã dispara chuva de mísseis contra Israel, EUA prometem ajuda e guerra entra em fase perigosa; petróleo dispara, Petrobras (PETR4) acompanha e Lula fala
O Ibovespa também ganha tração com o avanço das ações da Petrobras e sobe mais de 1%
Era questão de tempo até que o Irã se envolvesse diretamente na guerra contra Israel. Nesta terça-feira (01), as Forças de Defesa de Israel confirmaram o que pode ser uma escalada sem precedentes dos conflitos recentes no Oriente Médio: Teerã disparou várias dezenas de mísseis e foguetes em direção ao território israelense.
O ataque do Irã ocorre quando forças de Israel cruzaram o sul do Líbano por terra como parte de um ataque ao Hezbollah, o grupo militante apoiado por Teerã.
O número de tropas israelenses que entraram no Líbano está na casa das "baixas centenas", disse uma autoridade israelense à NBC News.
Na semana passada, Israel matou o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio em Beirute.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse que o assassinato de Nasrallah e de um comandante sênior da Guarda Revolucionária naquele ataque não ficaria sem resposta.
O ataque iraniano, no entanto, era esperado. Mais cedo, as ruas de Tel Aviv estavam praticamente vazias, seguindo um aviso do exército israelense para que as pessoas na região metropolitana de Tel Aviv permanecessem seguras e evitassem qualquer viagem desnecessária ou atividades ao ar livre.
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Os EUA também já haviam alertado sobre a ofensiva de Teerã — a segunda em seis meses.
O Irã confirmou a disparada de 100 mísseis, mas Israel fala em cerca de 200 dispositivos disparados contra seu território — a maior parte deles interceptada pelo sistema antiaéreo israelense.
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Mercado reage à escalada da guerra
Os preços do petróleo reagiram imediatamente à chuva de mísseis e foguetes iranianos contra Israel.
Os futuros do Brent — usado como referência no mercado internacional — subia 4,5%, enquanto o WTI — a referência para o mercado norte-americano — chegou a avançar 5%.
As cotações da commodity já vinham operando em forte alta nesta manhã, impulsionadas pelos conflitos envolvendo o Hezbollah e Israel.
Esses ganhos impulsionam as ações da Petrobras (PETR4), que avançavam 4,08% por volta de 14h11, figurando entre as maiores altas do Ibovespa neste momento. Os papéis PETR3 sobe 3,39%.
Já o principal índice da bolsa brasileira também acelerou a alta, avançando 1,01%, aos 133.151,46 pontos.
No mercado de câmbio, o dólar à vista voltou a acelerar e registrava alta de de 0,30%, a R$ 5,4637, por volta de 14h25.
A moeda norte-americana acompanha o desempenho do DXY, que mede a variação do dólar ante seis moedas principais. O índice tocou máxima intradia a 101,348 pontos, subindo 0,57%, depois que o Irã confirmou o ataque a Israel e impulsionava ainda mais a busca por ativos defensivos.
Em Nova York, o Dow Jones perdia mais de 200 pontos com a escalada do conflito no Oriente Médio. O Nasdaq cedia 2% e o S&P 500 recuava 1,1%. A maioria das bolsas europeias também fechou em queda.
Lula e Biden: a reação internacional ao ataque iraniano
Não demorou muito para que as principais autoridades internacionais se manifestassem sobre o ataque direto do Irã a Israel.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista a jornalistas durante viagem ao México ser "inexplicável" o Conselho de Segurança das Organização das Nações Unidas (ONU) não ser capaz de fazer Israel conversar sobre o conflito no Oriente Médio.
"O que eu lamento é o comportamento do governo de Israel. Sinceramente, é inexplicável que o Conselho da ONU não tenha autoridade moral e política de fazer com que Israel sente numa mesa para conversar ao em vez de só saber matar", disse Lula.
Segundo o presidente, operações para repatriação de brasileiros, como a que está sendo organizada para tirar pessoas do Líbano, serão realizadas "em todos os lugares que for preciso".
Nos EUA, o presidente Joe Biden e a vice e candidata nas eleições de novembro, Kamala Harris, estavam reunidos para discutir as tensões no Oriente Médio quando foram informados do ataque iraniano a Israel.
De acordo com a Casa Branca, Biden direcionou apoio militar norte-americano para a defesa de Israel.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu o fim da escalada do conflito, fazendo coro com o governo da Alemanha, que também condenou os ataques na região.
No que depender do Irã, a guerra não vai parar
O Irã confirmou que atacou Israel em declaração feita pouco depois de ter lançado mísseis balísticos que levaram milhões de israelenses a abrigos para se protegerem.
Se Israel retaliar “ou cometer novos atos de malevolência, uma resposta subsequente e esmagadora ocorrerá”, afirmou a missão do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU) em um comunicado.
Do lado israelense, o porta-voz militar reagiu na TV ao que o país está chamando de "ataque sério" a Israel pelo Irã.
Daniel Hagari, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), prometeu que o ataque "terá consequências". Ele acrescentou que o país permanece em alerta máximo.
*Com informações da CNBC, do The Guardian e da Dow Jones. O conteúdo está em atualização.
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