Guerra dos chips: Coreia do Sul anuncia pacote de mais de US$ 7 bilhões para a indústria de semicondutores
O ministro das Finanças sul-coreano, Choi Sang-mok, disse que o programa poderia incluir ofertas de empréstimos e a criação de um novo fundo
![Coreia do Sul aposta em mercado de chips semicondutores](https://media.seudinheiro.com/uploads/2024/05/Coreia-do-Sul-aposta-em-mercado-de-chips-semicondutores-715x402.jpg)
A Coreia do Sul está determinada a vencer a “guerra dos chips” — e anunciou neste domingo (12) que lançará um pacote de mais de US$ 7 bilhões para investimentos e pesquisas em semicondutores.
A medida será direcionada a materiais de chips, fabricantes de equipamentos e empresas sem fábrica em toda a cadeia de fornecimento de semicondutores.
O ministro das Finanças sul-coreano, Choi Sang-mok, disse que o governo deve anunciar em breve os detalhes do pacote.
Segundo Choi, o programa poderia incluir ofertas de empréstimos e a criação de um novo fundo financiado por instituições financeiras estatais e privadas.
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No ano passado, a Coreia do Sul começou a construir um megacentro para fabricação de chips em Yongin, próximo à capital Seul, que é considerado o maior complexo de alta tecnologia do mundo.
O presidente Yoon Suk Yeol prometeu investir todos os recursos possíveis para vencer a “guerra” dos chips, incluindo benefícios fiscais para investimentos.
A expectativa é que o investimento total seja concluído em aproximadamente 23 anos, em parceria com as principais empresas sul-coreanas de semicondutores, a Samsung Electronics e a SK Hynix.
“Construiremos o maior ‘novo centro de semicondutores com sistema de alta tecnologia’ do mundo na área metropolitana de Seul com base em investimento privado em grande escala de quase 300 trilhões de wons coreanos”, disse Yoon Suk Yeol.
“Além disso, vamos tornar o ‘novo megacentro de semicondutores’ o maior do mundo, uma vez que será ligado aos complexos de fabricação de chips de memória já existentes.”
Vale destacar que as exportações da Coreia do Sul subiram em abril, no sétimo mês consecutivo de expansão, impulsionadas pela forte demanda por chips.
As vendas externas da quarta maior economia da Ásia aumentaram 13,8% em relação ao mesmo mês de 2023, para US$ 56,26 bilhões. Só as exportações de semicondutores avançaram 56,1% no comparativo anual, a sexta alta mensal seguida.
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O desafio da Samsung no mercado de chips
Uma das principais empresas de tecnologia da Coreia do Sul parece enfim ter começado a se recuperar. Até o ano passado, a gigante de celulares Samsung via um caminho incerto em seu futuro.
Isso porque, além da forte concorrência no mercado de smartphones, a companhia também vinha enfrentando uma desaceleração no mercado de chips, um de seus negócios mais rentáveis e que chegou a ser responsável por dois terços de seu lucro operacional.
A Samsung é responsável pela produção de um tipo específico de chip, os chamados “chips de memória” — que enfrentou forte pressão de preços e demanda após a queda na procura global por celulares e computadores em 2023.
O arrefecimento no mercado de chips de memória resultou no pior resultado anual da Samsung em uma década. A fabricante de celulares da Coreia do Sul viu o lucro líquido encolher 72% em 2023 em relação ao ano anterior, para US$ 11,9 bilhões.
Porém, a tendência de desaceleração parece ter começado a se inverter em 2024. No primeiro trimestre deste ano, a companhia registrou seu maior lucro operacional desde o terceiro trimestre de 2022, de US$ 4,8 bilhões.
Já o negócio de chips conseguiu apresentar o primeiro lucro desde setembro de 2022, com ganhos de US$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre de 2024.
O bom desempenho no setor de semicondutores pode não ser o suficiente para ajudar a Samsung. Isso porque esse segmento é dominado pela Nvidia, e ela não é a única concorrente da fabricante sul-coreana.
Com o mundo voltado para o desenvolvimento de Inteligências Artificiais, a Samsung vem travando uma batalha difícil para ultrapassar a rival SK Hynix no mercado de memória de alta largura de banda (HBM), amplamente utilizada em IA.
Além da forte competição, a empresa sofre impactos da desvalorização da moeda coreana, o won, e da alta dos preços do petróleo.
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*Com informações de Reuters, Nikkei Asia, DW e CNN.
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