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Ricardo Gozzi
ELEIÇÕES LEGISLATIVAS

E agora, Macron? Como os partidos tradicionais estão se organizando para deter avanço da extrema-direita na França

Apenas 76 das 577 cadeiras no Parlamento da França foram definidas em primeiro turno; as outras 501 serão decididas no próximo domingo (7)

Emmanuel Macron
Emmanuel Macron - Imagem: Kremlin.ru

A bolsa de valores de Paris tem nesta segunda-feira (1) sua melhor sessão em quase dois anos. Por trás desse movimento está o resultado do primeiro turno das eleições legislativas antecipadas na França.

O partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN) amealhou 33,14% dos votos no pleito de domingo (30), segundo resultados oficiais.

A Nova Frente Popular (NFP), de centro-esquerda, veio em segundo lugar, com 27,99% da votação.

Já a coalizão centrista do presidente Emmanuel Macron amargou a terceira colocação, com 20,76% da preferência dos eleitores.

Embora a extrema-direita tenha obtido uma votação inédita no pós-Segunda Guerra, a avaliação dos investidores é que o partido sucessor da Frente Nacional terá dificuldade para obter maioria de 289 deputados no Parlamento francês.

Nos dias que antecederam a votação, a bolsa de Paris amargou duras perdas. Hoje, o índice CAC-40 tem a maior alta diária em quase dois anos.

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Outras marcas das eleições na França

O desempenho da extrema-direita não foi a única coisa a chamar a atenção no primeiro turno das eleições legislativas na França.

O índice de comparecimento às urnas atingiu 69,7%. Trata-se do maior nível desde 1997. Em relação às eleições de 2022, houve uma alta de 20 pontos porcentuais.

Mas a informação mais relevante é a mesma que deixa as eleições em aberto e manterá os franceses com os nervos à flor da pele até o segundo turno, marcado para domingo.

Apenas 76 das 577 cadeiras no Parlamento foram definidas em primeiro turno. A RN já garantiu 39 deputados e a NFP assegurou 31. A coalizão de Macron venceu em apenas duas jurisdições, enquanto as quatro restantes ficaram com partidos menores.

É importante observar que, na França, as eleições legislativas ocorrem dentro de distritos eleitorais pré-estabelecidos. Para vencer em primeiro turno, o candidato de uma circunscrição eleitoral precisa de pelo menos 50% dos votos válidos. Ao mesmo tempo, os candidatos que não atingem 12,5% dos votos são eliminados do segundo turno.

Sendo assim, restam 501 cadeiras em jogo no segundo turno das eleições.

O peculiar sistema eleitoral da França

Uma outra peculiaridade do sistema eleitoral francês definirá o jogo no segundo turno.

No Brasil, eleições com dois turnos são disputadas apenas pelos dois candidatos mais votados na primeira rodada.

Na França, o segundo turno pode ser disputado em formato triangular no caso de mais candidatos superarem a cláusula de barreira de 12,5% dos votos.

Historicamente, as “triangulares” são uma exceção. Em 2017, apenas uma cadeira no Parlamento foi definida em votação triangular. Em 2022, o número subiu para oito.

Agora, 307 das 501 cadeiras a serem definidas em segundo poderão ser disputadas no formato triangular.

De acordo com especialistas no sistema eleitoral francês, a situação ocorreu por causa do elevado índice de comparecimento às urnas.

Como os partidos tradicionais pretendem usar isso para deter a extrema-direita

Das Américas à Europa, a ascensão da extrema-direita por meio do voto popular vem sendo observada com alarme pelos partidos políticos tradicionais.

Na França, a estratégia de última hora do mainstream político é usar as regras do sistema a seu favor.

Jean-Luc Mélenchon, um dos principais líderes da NFP, antecipou que o bloco de centro-esquerda retiraria do segundo turno todos os candidatos que terminaram em terceiro lugar.

A mesma promessa foi feita pelo primeiro-ministro Gabriel Attal em relação à aliança de centro de Emmanuel Macron.

Além de diminuir drasticamente a quantidade de triangulares, a expectativa desses grupos é reduzir as chances de a RN alcançar maioria no Parlamento.

De qualquer modo, isso vai depender de os eleitores desses grupos políticos aderirem à estratégia.

Bardella propõe debate e Mélenchon aceita

A RN é liderada por Marine Le Pen, filha de Jean-Marie Le Pen, mas parte do sucesso do partido em tempos recentes é atribuída a Jordan Bardella, um político de apenas 28 anos conhecido pelo carisma e pelas propostas ultranacionalistas.

Em meio à repercussão do resultado, Bardella chamou Mélenchon para um debate antes do segundo turno.

“Os franceses querem clareza”, escreveu Bardella em suas redes sociais.

Mélenchon aceitou prontamente o chamado.

“O senhor Bardella tem razão. É preciso debater os dois projetos que existem para a França.”

Ainda não há definição sobre quando será realizado o debate.

E agora, Macron?

A derrota dos partidos de centro no primeiro turno das eleições legislativas na França enfraquece o presidente Emmanuel Macron, mas não o tira de cena.

Isso porque vigora na França um regime político semipresidencialista. Enquanto o presidente é responsável por questões de Estado e Defesa, o primeiro-ministro é responsável pelo cotidiano do governo.

Macron decidiu antecipar as eleições legislativas no início de junho, depois da vitória da extrema-direita francesa no pleito para o Parlamento Europeu.

O processo eleitoral, no entanto, em nada altera o mandato de Macron. Sua expectativa ao antecipar a eleição parecia ser mobilizar a sociedade francesa diante do avanço da extrema-direita.

Com apenas 76 de 577 cadeiras decididas em primeiro turno, Macron e o mundo precisarão esperar até domingo para saber se a estratégia funcionou.

A não ser que os partidos de centro protagonizem uma virada histórica no domingo, Macron terá que “coabitar” com um governo de oposição.

Isso aconteceu apenas três vezes na história recente da França — a última delas entre 1997 e 2002, quando o presidente conservador Jacques Chirac coabitou com o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin.

O fato é que, vença a RN ou a NFP, Macron terá que passar o restante de seu mandato em coabitação com opositores.

Se a vitória for da NFP ou de sua coalizão de centro, a antecipação das eleições possivelmente será vista como um golpe de mestre. Em caso de vitória da extrema-direita, porém, não passará de um tiro no próprio pé.

*Com informações de agências de notícias internacionais.

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