Onde há fumaça há fogo? Fiscais do setor bancário nos EUA acendem alerta sobre os planos dos bancões para evitar quebras
Federal Reserve e Corporação de Seguros de Depósitos alertam bancos sobre seus planos para evitar problemas
Os abalos sofridos pelos bancos regionais dos EUA desde o primeiro semestre do ano passado levaram o Fed e a FDIC a acenderem o sinal amarelo em relação aos bancões americanos, como forma de prevenir qualquer fagulha de risco sistêmico.
A crise dos regionais começou em março de 2023, quando o Silicon Valey Bank (SVB) quebrou em dois dias após anunciar a liquidação de títulos do Tesouro americano com prejuízo bilionário, e a emissão de ações na ordem de US$ 2,25 bilhões, o que levou a uma corrida de saques e, por fim, à falência em 10 de março.
Na sequência, vieram à tona problemas em outras instituições médias, como o Signature Bank, e o Silvergate. Neste ano, chegou a vez do Republic First Bank, que já dava sinais de crise desde um ano antes.
No fim de abril, a agência americana Corporação Federal de Seguro de Depósitos (FDIC, na sigla em inglês) anunciou que o Fulton Bank iria assumir os depósitos e os ativos do Republic First Bank, um dos bancos médios com problemas desde a crise de 2023. Os seus clientes migram para o Fulton automaticamente.
A FDIC havia confiscado o banco em março, após uma tentativa fracassada de levantar seu balanço. Segundo a agência norte-americana, em 31 de janeiro de 2024, o Republic First tinha aproximadamente US$ 6 bilhões em ativos totais e US$ 4 bilhões em depósitos totais.
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Os mesmos problemas dos bancos regionais
O Republic First enfrentou os mesmos problemas que os três bancos regionais. Eles quebraram por causa de prejuízos com títulos que perderam valor à medida que as taxas de juro subiram e porque detinham grandes proporções de depósitos não segurados que poderiam ser sacados rapidamente.
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Agora, o Federal Reserve e a FDIC estão de olho nos grandes bancos. Nesta sexta-feira (21), as duas instituições informaram que identificaram problemas nos planos de resolução de crises elaborados pelo Bank of America (BofA), Citigroup, Goldman Sachs e JPMorgan Chase.
Os problemas foram detectados em uma revisão conjunta dos programas dos oito maiores bancos dos Estados Unidos, submetidos em julho de 2023.
O plano de resolução dos bancos consiste em um documento no qual as instituições financeiras traçam as estratégias para uma solução de uma eventual quebra causada por dificuldades financeiras.
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Dúvidas sobre a viabilidade dos planos
Os problemas (classificados pelo termo em inglês shortcoming) representam fraquezas que levantam dúvidas sobre a viabilidade desses planos, de acordo com os órgãos reguladores.
No caso do Citigroup, o Fed e a FDIC discordaram da severidade das falhas encontradas nos planos. A FDIC entende que são uma "deficiência", isto é, uma fraqueza que poderia minar a viabilidade do plano.
O Conselho do Fed, por sua vez, considera que é apenas uma "shortcoming", um degrau de gravidade abaixo. Pelas normas americanas, quando há esse tipo de divergência, prevalece a avaliação do Fed.
As duas entidades enviaram cartas para cada um dos quatro bancos com problemas e determinaram que essas questões precisam ser resolvidas nos próximos planos de resolução, que sairão em 1º de julho.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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