Fed: o novo recado do banco central dos EUA aos mercados sobre o corte de juros
O alerta do Fed foi feito em relatório que deve ser apresentado ao Congresso norte-americano na próxima semana e também chama atenção para as guerras
Se o mercado ainda não entendeu que os juros não devem cair tão cedo nos EUA, o Federal Reserve (Fed) fez questão de nesta sexta-feira (1) enviar uma nova mensagem sobre os rumos da política monetária norte-americana.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) vê a taxa de juros, provavelmente, no pico deste ciclo de aperto, diz o Federal Reserve em relatório de política monetária que será apresentado ao Congresso na próxima semana.
De acordo com o documento, o Fomc não acha apropriado cortar juros antes de ter maior confiança na desinflação.
"Refletindo o melhor equilíbrio entre a procura de trabalho e oferta, os ganhos salariais nominais desaceleraram em 2023, mas permanecem acima de um ritmo consistente com 2% de inflação no longo prazo, diante das tendências prevalecentes no crescimento da produtividade", pontuou o Fed.
O BC norte-americano notou que os aumentos nos preços dos serviços de habitação começaram a ficar mais moderados, chegando a 6,1% em 12 meses encerrados em janeiro, abaixo de um pico de mais de 8%.
Esta desaceleração, ressalta o documento, é consistente com os aumentos menores nos aluguéis de mercado em contratos de arrendamentos assinados por novos inquilinos observados desde final de 2022.
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Para o Fed, o abrandamento do mercado de aluguéis aponta, portanto, para uma desaceleração contínua nos preços dos serviços de habitação ao longo do próximo ano.
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Fed vê riscos geopolíticos
Os riscos geopolíticos para a economia "continuam salientes" e são capazes de ampliar pressões inflacionárias ou renovar estresses sobre o sistema financeiro dos EUA, segundo o Fed.
O BC dos EUA destaca principalmente a guerra da Rússia contra a Ucrânia e potencial expansão da guerra entre Israel e o Hamas no Oriente Médio.
O relatório nota, por exemplo, que as interrupções no transporte marítimo pelo Mar Vermelho estão ampliando a pressão sobre o petróleo e representam um risco de alta para os preços de energia neste ano.
Além disso, o Federal Reserve destaca que as interrupções no transporte também afetam os preços de outros bens e podem ameaçar todo o processo global para restaurar um nível mais baixo de inflação, caso as tensões aumentem.
Segundo o Fed, este é um temor compartilhado por outros bancos centrais, que alertaram sobre a possibilidade de desaceleração ou reversão da queda nos preços se houver uma materialização de riscos geopolíticos ou se o mercado de trabalho seguir resiliente.
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