O que levou Kamala Harris a escolher Tim Walz como vice na corrida pela Casa Branca
Kamala Harris anunciou seu vice apenas algumas horas depois de ter obtido formalmente a candidatura pelo Partido Democrata

O governador do Minnesota, Tim Walz, será o vice de Kamala Harris na chapa do Partido Democrata na corrida deste ano pela Casa Branca.
O anúncio foi feito por Kamala na manhã desta terça-feira (6), apenas algumas horas depois de ela ter garantido, na noite de ontem, 99% da preferência dos delegados de seu partido.
Enquanto perfis de Tim Walz pipocam pelos portais de notícias, analistas tentam responder o que levou a atual vice-presidente norte-americana e candidata democrata a optar por um pouco conhecido governador de um Estado do Meio-Oeste dos EUA.
Banhado pelo maior dos Grandes Lagos da fronteira entre Estados Unidos e Canadá, o Minnesota está longe de ser o destino mais cobiçado por viajantes, sejam eles norte-americanos ou estrangeiros.
O mais célebre cidadão do Estado certamente é Prince, um dos artistas pop mais prolíficos e versáteis da segunda metade do século 20.
Minnesota também abriga a nascente do Rio Mississippi, o segundo mais extenso dos EUA e que separa a capital, Saint Paul, da maior cidade do Estado, Mineápolis.
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Fora isso, as referências a Minnesota para o público brasileiro limitam-se a uma citação depreciativa ao Estado em Outshined, sucesso do Soundgarden no cada vez mais distante início da década de 1990, auge do grunge.
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Minnesota não é um Estado-pêndulo
Embora pesquisas de intenção de voto apontem para o risco de uma vitória republicana em Minnesota nas eleições de novembro, o Estado é historicamente democrata.
Portanto, ele também não se enquadra no conceito de Estado-pêndulo, como são chamados os Estados norte-americanos que, de eleição em eleição, oscilam entre democratas e republicanos e têm o potencial de decidir o resultado no Colégio Eleitoral.
Na chapa republicana, por exemplo, o ex-presidente Donald Trump escolheu para vice o senador JD Vance. Ele é de Ohio. Desde 1960, o candidato que ganha Ohio no Colégio Eleitoral invariavelmente chega à Casa Branca.
No caso democrata, o mais cotado por analistas era Josh Shapiro, governador de um Estado-pêndulo, a Pensilvânia.
Tudo isso levanta a questão: por que Kamala Harris escolheu Tim Walz para vice?
O cálculo obviamente é político — e mais ousado que o de Trump.
Enquanto o republicano mira indisfarçadamente o Colégio Eleitoral, Kamala se dirige abertamente a uma porção considerável do eleitorado de Trump: homens brancos de classe trabalhadora que se consideram dedicados à família.
Nascido no Nebraska, Walz alistou-se na Guarda Nacional, atuou como voluntário por 24 anos, fez carreira como professor e foi técnico de futebol americano na liga colegial antes de se mudar para Minnesota com a esposa Gwen.
No Minnesota, elegeu-se para o Congresso por um distrito eleitoral tradicionalmente republicano.
Depois de 12 anos como deputado, tornou-se governador em 2018 e encontra-se agora em seu segundo mandato.
O vice de Kamala Harris tem 60 anos de idade e é famoso pela fala franca e pela língua afiada.
Ele é considerado um moderado, algo que poderia pesar contra ele em um momento de extrema polarização política nos EUA.
Ao longo da vida pública, porém, seus atos como deputado e governador obtiveram amplo respaldo da esquerda do espectro político norte-americano.
Durante seu mandato como governador, por exemplo, os democratas aprovaram leis estaduais que garantiram acesso ao aborto legal, direito a licença médica remunerada, refeição gratuita nas escolas e financiamento de casas populares.
Walz também é conhecido pela defesa dos interesses dos trabalhadores, dos servidores públicos e dos veteranos de guerra e pelo orgulho de suas origens no campo.
A escolha de Walz por Kamala ocorre a três meses das eleições presidenciais nos EUA.
No momento, ela e Trump estão tecnicamente empatados nas pesquisas de intenção de voto, mas o republicano tem ligeira vantagem no Colégio Eleitoral.
Agora Kamala conta com a língua afiada de Walz e com sua experiência de vitória em território politicamente hostil para fazer frente ao favoritismo de Trump.
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