Efeito Milei leva principal ETF de ações argentinas a superar os US$ 800 milhões em patrimônio
Desde a posse de Milei, o patrimônio do fundo Global X MSCI Argentina (ARGT) se multiplicou por seis; ETF sobe quase 70% no ano
Na semana em que Javier Milei completou o primeiro ano de mandato como presidente da Argentina, o principal fundo de ações (ETF, na sigla em inglês) do país vizinho negociado em Nova York alcançou a marca de US$ 817 milhões (R$ 4,9 bilhões, no câmbio atual) em patrimônio.
Desde a posse de Milei, o fundo Global X MSCI Argentina (ARGT) se multiplicou por seis, com um crescimento de US$ 692 milhões no total de ativos sob gestão.
Parte desse avanço vem de dinheiro novo de investidores que voltaram a avaliar a Argentina como um destino atrativo para os recursos. A agenda de Milei contou com um corte radical de gastos que levou o país a registrar superávits fiscais consecutivos após anos com as contas no vermelho.
Além disso, o governo argentino vem liberando os controles sobre o câmbio, o que reduziu a diferença entre as cotações do dólar oficial e paralelo (blue). A medida provocou um repique inicial na inflação, mas posteriormente os índices de preços começaram a desacelerar.
O experimento ultraliberal na Argentina vem chamando a atenção do mundo inteiro.
A revista The Economist, por exemplo, classificou que o programa de Milei como uma das doses mais radicais de livre mercado desde Margaret Thatcher na Inglaterra.
Por outro lado, os críticos dizem que as medidas tiveram consequências negativas do lado social e em serviços públicos como a saúde. Além disso, boa parte da população reclama da perda do poder de compra.
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Seja como for, a volta dos investidores impulsionou as ações de empresas argentinas. Neste ano, o fundo hermano acumula alta de quase 70% em Nova York. Essa valorização também contribuiu para ampliar o patrimônio do ARGT para além do patamar de US$ 800 milhões.
ETF vai além de Milei
O crescimento do fundo que replica um índice com 25 ações de empresas com sede na Argentina sinaliza uma aposta em Milei, mas não só. Até porque o papel com maior peso no índice é o do Mercado Livre (MELI), que tem o Brasil como principal fonte de receita.
O ETF argentino ainda não possui negociação na B3. Veja a seguir as principais ações do ARGT:
Nome | Peso no índice (%) | Ticker |
---|---|---|
Mercadolibre Inc | 19,24 | MELI |
Ypf S.A.-Sponsored Adr | 9,94 | YPF |
Grupo Galici-Adr | 7,95 | GGAL |
Banco Macro Sa-Adr | 5,10 | BMA |
Vista Energy Sab De Cv | 4,85 | VIST |
Por falar em Brasil, o EWZ, principal fundo listado no exterior que replica o desempenho de ações nacionais, segue na direção contrária do par argentino. No ano, o ETF brasileiro amarga uma queda de 27% em Nova York.
De todo modo, o EWZ ainda é bem maior patrimônio que o ARGT, com aproximadamente US$ 3,5 bilhões (R$ 21 bilhões).
Assista também: A ARGENTINA ESTÁ SE CURANDO? Os resultados de UM ANO de JAVIER MILEI I TOUROS E URSOS #201
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