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Maria Eduarda Nogueira
Maria Eduarda Nogueira
Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital na ESPM. Trabalhou com comunicação institucional e jornalismo de viagens antes de entrar no mercado financeiro. Está sempre disponível para falar sobre inovação, livros e cultura pop.
PROJETOS COLOSSAIS

Dubai já era? Arábia Saudita faz investimentos bilionários para se tornar a nova capital do luxo do mundo e se livrar da dependência do petróleo

Edifícios colossais e experiências turísticas de primeira linha fazem parte da Visão 2030 do país

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Imagem: Divulgação

Um oásis no meio do deserto. Não ironicamente, é assim que a nova ilha de luxo da Arábia Saudita pode ser definida. 

Inaugurada neste final de semana, a Sindalah faz parte do projeto Neom, uma iniciativa gigantesca – e cara – do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman de reformar o noroeste do país, transformando-o em uma potência econômica, tecnológica e turística. 

Buscando tornar a economia menos dependente do petróleo, como parte da “Visão 2030” do país, o fundo soberano da Arábia Saudita já investiu bilhões de dólares em programas de revitalização que deixarão o país menos dependente da commodity.

Ao todo, o site oficial da Visão 2030 contempla 46 projetos diferentes, com iniciativas em energia verde, arte e cultura, turismo, tecnologia e até mapeamento genérico. 

Hora de esquecer Dubai?

Com 840.000 metros quadrados, a recém-aberta Sindalah tem uma pretensão clara: atrair os endinheirados. 

Não por acaso, foi desenhada pensando em oferecer as melhores condições para os iates de luxo: são 86 atracadores na costa do Mar Vermelho para quem quiser “estacionar” o barco por lá e aproveitar os três hotéis e 51 lojas premium que a ilha oferece, além dos beach clubs.

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A expectativa é que a ilha receba 2.400 visitantes por dia até 2028.

O governo árabe ressalta que houve uma preocupação com as questões ambientais na construção do projeto arquitetônico, já que os ecossistemas da região abrigam algumas espécies endêmicas.

Vale lembrar que, na Visão 2030 da Arábia Saudita, o turismo é um dos principais pilares para diversificar a economia do país

O que a Arábia Saudita quer ser no futuro?

Como um dos países mais ricos do Oriente Médio, a Arábia Saudita não está economizando nos projetos de revitalização da economia. 

A cidade futurista de Neom contempla não só a ilha de luxo Sindalah, mas também uma cidade linear, batizada como The Line, que poderá receber até 9 milhões de pessoas, quando estiver completamente desenvolvida. 

O empreendimento é ambicioso: será 100% nutrido por energia renovável, sem uso de carros e com deslocamento de uma ponta a outra em apenas 20 minutos. Pelo menos, esta é a projeção oferecida pelo site oficial. 

No entanto, segundo o jornal francês Le Figaro, a The Line precisou ser redimensionada, devido a desafios significativos de urbanismo. Ao invés de 1,5 milhão de habitantes até 2030, a cidade linear deve abrir apenas 300 mil. 

Ainda no âmbito dos projetos arquitetônicos futuristas, a Arábia Saudita começou a construir também o Mukaab, um cubo de 400 metros de altura, que será o maior arranha-céu do mundo.

Projeções estimam que o cubo será equivalente a 20 unidades do Empire State Building, um dos prédios mais famosos e altos de Nova York. 

Dentro do Mukaab, que ficará na capital Riad, serão construídas residências, hotéis, lojas e também atrações turísticas. 

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New Murabba Development Company/Divulgação

Em declaração oficial, o príncipe Mohammed bin Salman afirma que quer posicionar a Arábia Saudita como um hub de conexão entre a Ásia, a Europa e a África. 

Ele também cita os planos de transformar a Aramco, uma das maiores produtoras de petróleo e gás do mundo, em um conglomerado industrial global – ou seja, indo além da produção dessas commodities.

Por fim, o governante resume a Visão 2030 com as seguintes palavras: 

“Pretendemos criar melhores oportunidades de parceria com o setor privado, baseados em três pilares: nossa posição como coração do mundo árabe e islâmico, nossas capacidades de investimento de liderança e nossa posição geográfica estratégica. Vamos melhorar o ambiente de negócios para que nossa economia cresça e prospere.”

* Com informações de Le Figaro e Reuters.

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