Depois do tiro: Trump leva os votos do Partido Republicano e é o candidato oficial — ele também escolhe o vice. Saiba quem é J.D. Vance
A escolha de Trump representa um salto na carreira de Vance, de 39 anos, que ingressou no Senado como um político recém-chegado há menos de dois anos; saiba o que ele pensa e defende

As últimas 48 horas foram intensas para Donald Trump. Depois de escapar de uma tentativa de assassinato no sábado (13), nesta segunda-feira (15), o republicano conseguiu os votos para ser oficializado o candidato do partido nas eleições de 5 de novembro e anunciou seu vice.
Trump escolheu o senador J.D. Vance, de Ohio, como seu companheiro de chapa, encerrando meses de especulações sobre a escolha de quem irá ajudá-lo a desafiar a dupla Joe Biden e Kamala Harris na corrida à Casa Branca.
“Após longa deliberação e reflexão, e considerando os tremendos talentos de muitos outros, decidi que a pessoa mais adequada para assumir o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos é o senador J.D. Vance, do grande Estado de Ohio”, disse Trump em sua rede social.
Para o analista da Empiricus, Matheus Spiess, escolha de Trump por Vance não é a pior. "Essa escolha mostra que Trump quer, definitivamente, se distanciar do mainstream republicano”, afirma.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.
Quem é J.D. Vance
O anúncio de Vance como vice na chapa republicana acontece em meio a Convenção Nacional do partido, que confirmou Trump como candidato à presidência nas eleições de novembro.
A escolha de Trump representa um salto na carreira de Vance, de 39 anos, que ingressou no Senado como um político recém-chegado há menos de dois anos.
Leia Também
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Acabou a magia? Ir pra Disney está mais caro, mas o ‘vilão’ dessa história não é Donald Trump
Vance ganhou fama em 2016 por meio de seu livro de memórias best-seller “Hillbilly Elegy”, que conta a educação rural em Ohio e reflete sobre a cultura e a política dos Apalaches, região montanhosa que ocupa o leste da América do Norte.
Embora não isento de críticas, o livro rapidamente catapultou Vance como um analista político incisivo que, apesar de ter formação na Ivy League, possuía uma noção única de como a classe trabalhadora branca via o resto do país.
No setor privado, Vance trabalhou para a Mithril Capital, a empresa de capital de risco dirigida por Peter Thiel, e abriu a sua própria empresa de capital de risco, Narya, em 2019.
Em 2022, Vance concorreu à vaga do senador republicano Rob Portman, que se aposentou. Ele derrotou o ex-deputado democrata Tim Ryan, de Ohio, por uma margem de 53%-47% e assumiu o cargo em janeiro de 2023.
TRUMP E BIDEN: NÃO IMPORTA QUEM VENCERÁ, AMÉRICA JÁ ESTÁ GRANDE DE NOVO
Lealdade a Trump: nem sempre foi assim
Antes de entrar na política, Vance foi um grande crítico do seu companheiro de chapa. Ele chegou a chamar Trump de fraude total e comparou o movimento político MAGA (Make America Great Again, Faça a América Grande de Novo) a uma droga prejudicial.
“As promessas de Trump são a agulha na veia coletiva dos EUA”, escreveu Vance no The Atlantic antes de Trump vencer as eleições de 2016.
Mas, como político, Vance transformou-se em dos mais leais e extremistas apoiantes de Trump e do seu tipo de política nacionalista e populista.
Por exemplo, Vance esteve entre o desfile de republicanos que apareceram fora do julgamento criminal de Trump sobre ocultação de dinheiro para condenar a acusação do líder republicano.
Mais tarde, ele afirmou que o julgamento foi uma “interferência eleitoral” e que o seu “objetivo principal” era a “tortura psicológica” de Trump.
Neste julgamento, o júri condenou Trump por 34 acusações de falsificação de registos comerciais — Trump deve ser sentenciado em 18 de setembro.
Como senador, Vance se opôs ao envio de ajuda dos EUA à Ucrânia enquanto Kiev luta contra as forças russas. Ele também votou repetidamente contra a legislação que preservaria ou expandiria os direitos federais ao aborto.
“Trump poderia ter optado por alguém mais moderado ou que apelasse a algum grupo, como mulheres ou pretos, mas acabou indo para um nome mais trumpista — um nome que acaba radicalizando”, afirma Spiess, da Empiricus.
- Leia também: Trump (quase) eleito nos EUA após atentado? Como fica o mercado caso o republicano volte ao poder
A tentativa de assassinato de Trump
Depois que Trump sobreviveu à tentativa de assassinato em um comício de campanha na Pensilvânia no fim de semana, Vance culpou infundadamente a campanha de Biden pelo ataque.
“A premissa central da campanha de Biden é que o presidente Donald Trump é um fascista autoritário que deve ser detido a todo custo”, escreveu Vance poucas horas após o tiroteio. “Essa retórica levou diretamente à tentativa de assassinato do presidente Trump.”
O ataque, que deixou um participante do comício morto e Trump com um ferimento leve, enviou ondas de choque por todo o país e gerou condenações à violência em todo o corredor político.
Biden, num discurso no Salão Oval após o tiroteio no comício de Trump, instou os norte-americanos a baixarem a temperatura da retórica política e reafirmarem as normas democráticas.
- VEJA MAIS: Investimento em BDRs permite buscar lucros dolarizados com ações gringas, sem sair da bolsa brasileira – veja os 10 melhores papéis para comprar agora
Os votos republicanos
Além de anunciar o vice na chapa, Trump conquistou votos suficientes de delegados para ser oficializado candidato republicano à presidência dos EUA.
Na Convenção Nacional Republicana, Eric Trump atribuiu os 125 delegados do Estado da Flórida ao ex-presidente. Assim, Trump passou a ter o número de votos necessários para ser formalizado como o representante do partido nas eleições de novembro.
*Com informações da CNBC
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
A trégua que todo mundo espera vem aí? Trump diz que não vê mais aumento de tarifas sobre a China
Presidente norte-americano afasta também a possibilidade de a guerra sair do campo comercial e escalar ainda mais
Nem a China vai conseguir parar os EUA: bancão de Wall Street revê previsão de recessão após trégua de Trump nas tarifas
Goldman Sachs volta atrás na previsão para a maior economia do mundo depois que o presidente norte-americano deu um alívio aos países que não retaliaram os EUA
Bitcoin (BTC) dispara e recupera patamar de US$ 82 mil — alívio nas tarifas reacende o mercado cripto
Após o presidente Donald Trump anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, o bitcoin subiu 6,10% e puxou alta de todo o mercado de criptomoedas
Mercados disparam e dólar cai a R$ 5,84 com anúncio de Trump: presidente irá pausar por 90 dias tarifas de países que não retaliaram
Em sua conta na Truth Social, o presidente também anunciou que irá aumentar as tarifas contra China para 125%
Vale (VALE3) sente os efeitos das tarifas de Trump, mas ação da mineradora pode não sofrer tanto quanto parece
A companhia vem sentindo na pele efeitos da troca da guerra comercial entre EUA e China, mas o Itaú BBA ainda aposta no papel como opção para o investidor; entenda os motivos
Ivan Sant’Anna: Trumponomics e o impacto de um erro colossal
Tal como sempre acontece, o mercado percebeu imediatamente o tamanho da sandice e reagiu na mesma proporção
Países do Golfo Pérsico têm vantagens para lidar com o tarifaço de Trump — mas cotação do petróleo em queda pode ser uma pedra no caminho
As relações calorosas com Trump não protegeram os países da região de entrar na mira do tarifaço, mas, em conjunto com o petróleo, fortalecem possíveis negociações
Tarifaço de Trump é como uma “mini Covid” para o mercado, diz CIO da TAG; veja onde investir e como se proteger neste cenário
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o sócio e CIO da TAG Investimentos, André Leite, fala sobre o impacto da guerra comercial nas empresas e como os próprios parlamentares do país tentam reverter a situação
Outro dia de pânico: dólar passa dos R$ 6 com escalada da guerra comercial entre EUA e China
Com temor de recessão global, petróleo desaba e ações da Europa caem 4%
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
Olho por olho: como Trump escalou a guerra de tarifas com a China — e levou o troco de Xi Jinping
Os mais recentes capítulos dessa batalha são a tarifa total de 104% sobre produtos chineses importados pelos EUA e a resposta de Xi Jinping; o Seu Dinheiro conta como as duas maiores economias do mundo chegaram até aqui e o que pode acontecer agora
Amizade tem preço? Trump diz que arrecada US$ 2 bilhões por dia com tarifas, mas pode perder Elon Musk por isso
O bilionário não economizou críticas à política tarifária do presidente norte-americano — um teste de fogo para a sua influência na Casa Branca
Nem Elon Musk escapou da fúria de Donald Trump: dono da Tesla vê fortuna cair abaixo dos US$ 300 bilhões, o menor nível desde 2024
Desde o pico, o patrimônio de Elon Musk encolheu cerca de 31%, com uma perda de US$ 135 bilhões em poucos meses
Javier Milei no fogo cruzado: guerra entre China e EUA coloca US$ 38 bilhões da Argentina em risco
Enquanto o governo argentino busca um novo pacote de resgate de US$ 20 bilhões com o FMI, chineses e norte-americanos disputam a linha de swap cambial de US$ 18 bilhões entre China e Argentina
JP Morgan eleva avaliação do Nubank (ROXO34) e vê benefícios na guerra comercial de Trump — mas corta preço-alvo das ações
Para os analistas do JP Morgan, a mudança na avaliação do Nubank (ROXO34) não foi fácil: o banco digital ainda enfrenta desafios no horizonte
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Dividendos em risco? O que acontece com a Petrobras (PETR4) se o petróleo seguir em queda
A combinação do tarifaço de Trump com o aumento da produção da Opep+ é perigosa para quem tem ações da petroleira, mas nem tudo está perdido, segundo o UBS BB
Mercado Livre (MELI34) anuncia investimento de R$ 34 bi no Brasil e mostra que não tem medo das varejistas asiáticas — e nem das tarifas de Trump
Gigante do e-commerce fará o maior investimento da história da companhia no Brasil — e CEO explica por que não se assusta com Trump ou concorrência asiática