Compre China na baixa: a recomendação controversa de um dos principais especialistas na segunda maior economia do mundo
A frustração do mercado com o pacote trilionário da semana passada abre uma janela e oportunidade para o investidor que sabe esperar, segundo a Gavekal Research

A China comemora nesta segunda-feira, 11 de novembro, o Dia do Solteiro — o equivalente oriental da Black Friday — e a expectativa é de que os consumidores por lá aproveitem os descontos generosos para encherem seus carrinhos. Para os investidores, o momento também pode ser propício para comprar China, cujos ativos estão nas mínimas dos últimos anos.
A tese é controversa, já que o pacote mais recente de 10 trilhões de yuans (US$ 1,4 trilhão) aprovado na semana passada pelo governo de Xi Jinping não agradou o mercado. Mas essa é a recomendação de Louis-Vincent Gave, o renomado cofundador da Gavekal Research.
Gave é um profundo conhecedor e estudioso da China que acredita que o bom momento para a segunda maior economia do mundo está para chegar — embora hoje, ele seja uma voz praticamente isolada no mercado, ainda mais após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos.
China: um passo por vez
O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 4,6% no terceiro trimestre. Se mantiver esse ritmo, há o risco de Pequim não cumprir a meta de expansão anual de cerca de 5%.
Após um começo de ano com notícias econômicas desanimadoras, Xi Jinping finalmente decidiu seguir em frente com um pacote de estímulo muito necessário, focado principalmente em medidas monetárias, na última semana de setembro.
Desde então, o mercado vem esperando propostas adicionais de estímulo para restaurar o otimismo em relação à segunda maior economia do mundo. Acontece que o pacote da semana passada não era focado na recuperação da demanda e sim em ajudar os governos locais a manobrar suas dívidas.
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Mesmo assim, Gave segue otimista. “A mudança da China para o estímulo está claramente se tornando um processo passo a passo de implementação de políticas ao longo de vários meses, em vez de um único anúncio massivo”, diz a Gavekal em relatório.
Segundo a consultoria, essa abordagem permite que o governo calibre o estímulo em resposta às condições econômicas.
Indicadores recentes como os PMIs (índices de gerentes de compras — usado para medir o desempenho da indústria e do setor de serviços) de outubro, dados de exportação e vendas diárias de imóveis foram positivos, e o resultado das eleições nos EUA não levou a uma grande liquidação nos mercados de ações locais.
“As autoridades provavelmente sentem pouca necessidade de agir agressivamente para reforçar a confiança, pelo menos por enquanto”, diz a Gavekal.
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Uma abordagem cheia de riscos e a oportunidade para os investidores
O problema da abordagem passo a passo da China é que envolve mais incerteza sobre a escala e o escopo dos planos do governo.
Não à toa os menos otimistas interpretaram o pacote trilionário de troca de dívida dos governos locais como um sinal de que não há estímulo real chegando.
Mas, segundo a Gavekal, as indicações até agora são de que o governo chinês realmente mudou de curso e está comprometido com as bases para estímulos.
“Com mais medidas em andamento, o fluxo de notícias sobre políticas provavelmente será positivo nos próximos meses. Expectativas frustradas do mercado para um pacote único e crucial apresentam oportunidades para os investidores comprarem a queda”, diz a Gavekal.
Para o investidor que não tem acesso direto ao mercado chinês, a exposição pode ocorrer por meio de recibos de ações (BDRs) ou fundos de índice (ETFs) listados na B3. Entre as opções está o XINA11, que busca acompanhar a variação do índice MSCI China.
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