🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Ricardo Gozzi
COPO MEIO CHEIO E MEIO VAZIO

Quem venceu as eleições em Taiwan? A China tem uma outra interpretação para o resultado das urnas

Pequim contesta interpretação ocidental de vitória retumbante de partido anti-China; Biden diz que EUA não defendem independência de Taiwan

Ricardo Gozzi
14 de janeiro de 2024
12:02 - atualizado às 12:01
China derruba cotações do petróleo hoje
China propõe modelo de "um país, dois sistemas" para atrair Taiwan. Imagem: Shutterstock

A ascensão geopolítica e econômica da China e o vai-e-vem das tensões entre o gigante asiático e os Estados Unidos tendem a estimular análises apressadas de um lado e de outro.

A vitória de Lai Ching-te nas eleições presidenciais do último sábado em Taiwan desponta como mais uma candidata a ser um desses casos.

A mídia internacional é quase unânime em qualificar o resultado como uma vitória retumbante do Partido Democrático Progressista, principal agremiação política anti-China de Taiwan.

Afinal, trata-se da terceira vitória seguida do partido nas eleições gerais taiuanesas, algo inédito na história da ilha autônoma.

“Taiwan é da China”, afirma representante de Pequim

Já o governo chinês contesta a interpretação — e recorre ao próprio resultado do pleito para cravar que “Taiwan é da China”.

Chen Binhua, porta-voz da divisão de assuntos relacionados a Taiwan do Conselho de Estado, disse que o Partido Democrático Progressista não representa a opinião da maioria dos taiuaneses.

Leia Também

Isso porque Lai elegeu-se presidente com 40,05%. How Yu-ih, do Kuonmintang, terminou com 33,49% da votação. Ko Wen-je, do Partido do Povo de Taiwan, amealhou 26,46% dos votos.

Juntos, o Kuonmintang e o Partido do Povo de Taiwan foram escolhidos por 59,95% dos eleitores. E nenhum dos dois pode ser exatamente acusado de ser anti-China.

Os dois partidos chegaram a negociar uma chapa conjunta na tentativa de derrotar o Partido Democrático Progressista, mas foram incapazes de chegar a um acordo.

Partido de Lai não terá maioria no Parlamento de Taiwan

Se de um lado o partido de Lai emplacou uma inédita terceira vitória eleitoral seguida, de outro esta foi a primeira vez desde 2000 que um candidato foi eleito presidente com votação inferior a 50% dos votos dos taiuaneses.

Isso significa, entre outras coisas, que Lai precisará governar com minoria em um Parlamento hostil.

“Se não conseguir negociar uma maioria, o Partido Democrático Progressista terá de administrar constantes situações de impasse para conseguir governar”, escreveu Josef Gregory Mahoney, professor de Política e Relações Internacionais e diretor do Programa Internacional de Pós-Graduação em Política da Universidade Regular do Leste da China em suas redes sociais.

Os primeiros efeitos dessa conjuntura ficaram explícitos já no discurso da vitória de Lai. Embora tenha mantido a essência de sua retórica, o presidente-eleito declarou-se aberto a conversar com a China em “condições de igualdade”.

Também estendeu a mão aos partidos de oposição com a sugestão de que poderia convidar integrantes dessas agremiações para compor o governo.

  • ONDE INVESTIR EM 2024: Descubra o que esperar do cenário econômico brasileiro e internacional e quais são os melhores investimentos para a sua carteira, em diferentes classes de ativos. Clique aqui.

Escolha entre “paz e guerra”

Pequim aproveitou o resultado para marcar mais uma vez sua posição de que Taiwan é uma província rebelde e que existe apenas uma China.

Na avaliação de Pequim, a eleição “não pode mudar o desejo comum dos compatriotas de ambos os lados do Estreito de Formosa de se aproximarem”.

A China vinha enquadrando o processo eleitoral em Taiwan como uma escolha entre “paz e guerra, prosperidade e declínio”. Em relação a Lai, os chineses frequentemente referem-se a ele como “um separatista perigoso”.

O presidente da China, Xi Jinping, costuma falar sobre uma eventual reunificação como “uma inevitabilidade histórica”.

EUA “não apoiam independência” de Taiwan

Além da reação chinesa, também era esperado um posicionamento dos Estados Unidos em relação ao resultado das eleições em Taiwan.

O presidente dos EUA, Joe Biden, costuma se referir a Taiwan como um “estandarte da democracia”.

O governo norte-americano também proporciona ajuda militar de mais de US$ 2 bilhões por ano a fundo perdido para Taiwan.

Recentemente, Biden irritou Pequim ao sugerir que os Estados Unidos defenderiam Taiwan se a ilha fosse atacada.

Ao falar sobre as eleições, porém, Biden manteve a estratégia do “morde-assopra”.

Questionado sobre o resultado das eleições, Biden respondeu: “não apoiamos a independência” de Taiwan.

As “duas Chinas”

Taiwan é a peça que falta para a reunificação da China.

O rompimento ocorreu em 1949.

Depois de terem lutado lado a lado para expulsar os invasores japoneses, as forças nacionalistas e comunistas chinesas voltaram-se uma contra a outra ao término da Segunda Guerra Mundial.

Diante da vitória dos comunistas sobre os nacionalistas, Mao Tsé-tung estabeleceu-se em Pequim, fundando a República Popular da China.

Já as tropas lideradas por Chiang Kai-shek refugiaram-se na Ilha Formosa, onde foi fundada a República da China.

A fuga dos nacionalistas para Taiwan contou com o apoio dos Estados Unidos. Assim como sua presença no poderoso Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que durou até o início dos 1970.

Foi quando a reaproximação entre Pequim e Washington refez o xadrez geopolítico internacional.

A intenção original de Henry Kissinger, então conselheiro de segurança nacional de Richard Nixon, era tirar proveito das divergências entre a China e a União Soviética para potencializar um racha no bloco comunista.

Essa parte da estratégia funcionou. O que Kissinger talvez tenha deixado de fora da equação foram a capacidade de organização e a disciplina dos chineses.

A partir de um plano de reformas implementado nos anos 1980, a China saiu de uma economia eminentemente agrícola para transformar-se em uma potência industrial, econômica e tecnológica.

Com o passar das décadas, a política de “uma China” aplicada por Pequim prevaleceu. Em resumo, o país que mantém relações com a República Popular da China reconhece a existência de uma só China.

Atualmente, Taiwan é plenamente reconhecido por pouco mais de uma dúzia de países.

Nem mesmo os Estados Unidos, principais patrocinadores externos do arquipélago, mantêm relações diplomáticas plenas com Taiwan.

Em relação ao sistema político, Taiwan foi governada com mão de ferro por Chiang Kai-shek até sua morte, em 1975.

O poder foi então transmitido nos moldes dinásticos até 1996, quando a ilha começou a realizar eleições para presidente.

Um país, dois sistemas

É justamente com base na ideia de que existe apenas uma China que Pequim propõe o modelo de “um país, dois sistemas”.

Aplicada com sucesso em Hong Kong desde 1997, a China desenvolveu a proposta com a reunificação em mente.

No modelo de “um país, dois sistemas”, Pequim mantém o modelo econômico e permite o funcionamento de um sistema político autônomo no arquipélago em torno da Península de Kowloon.

Em contrapartida, depois de ter passado mais de 100 anos sob domínio do Reino Unido, o governo de Hong Kong passou a reconhecer-se como parte da China há pouco mais de um quarto de século.

Assim como aguardou pacientemente pela reassimilação de Hong Kong, o governo chinês busca uma abordagem similar em relação a Taiwan na expectativa de que a promessa de aplicação do modelo de “um país, dois sistemas” ajude a conquistar corações e mentes entre os taiuaneses.

E, embora não descarte a possibilidade de uma guerra, o governo chinês considera que tem mais a perder do que a ganhar com um conflito armado na região.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SADIA NO MUNDO

Quais os planos da BRF com a compra da fábrica de alimentos na China por US$ 43 milhões

20 de novembro de 2024 - 16:50

Empresa deve investir outros US$ 36 milhões para dobrar a capacidade da nova unidade, que abre caminho para expansão de oferta

LAÇOS FORTALECIDOS

De agricultura e tecnologia nuclear à saúde e cultura: Brasil e China assinam 37 acordos bilaterais em várias áreas; confira quais

20 de novembro de 2024 - 14:32

Acordo assinado hoje por Xi Jinping e Lula abrange 15 áreas estratégicas e fortalece relação comercial entre países

PRINCIPAL PARCEIRO

Brasil e China: em 20 anos, comércio entre países cresceu mais de 20x e atingiu US$ 157,5 bilhões em 2023

20 de novembro de 2024 - 10:35

Em um intervalo de 20 anos, a corrente do comércio bilateral entre o Brasil e a China passou de US$ 6,6 bilhões em 2003 para US$ 157,5 bilhões

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo

19 de novembro de 2024 - 8:02

Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio

CONTRA A OBESIDADE

Mais barato? Novo Nordisk lança injeção de emagrecimento estilo Ozempic na China com ‘novidade’

18 de novembro de 2024 - 18:47

Em um país onde mais de 180 milhões de pessoas têm obesidade, o lançamento do remédio é uma oportunidade massiva para a empresa europeia

DESAFIOS NO SETOR FASHION

2025 será o ano de ‘acerto de contas’ para o mercado de moda: veja o que as marcas precisarão fazer para sobreviver ao próximo ano

18 de novembro de 2024 - 16:15

Estudo do Business of Fashion com a McKinsey mostra desafios e oportunidades para a indústria fashion no ano que vem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 7:03

A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias

PARCERIA INTERNACIONAL

G20: Ministério de Minas e Energia assina acordo com a chinesa State Grid para transferência de tecnologia

17 de novembro de 2024 - 12:52

A intenção é modernizar o parque elétrico brasileiro e beneficiar instituições de ensino e órgãos governamentais

NÃO TEVE B3, MAS OS GRINGOS OPERARAM

Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva

15 de novembro de 2024 - 18:10

Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira

15 de novembro de 2024 - 9:32

Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad

14 de novembro de 2024 - 8:19

Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília

“SUCH A LOVELY PLACE…”

A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá

14 de novembro de 2024 - 6:02

Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo

PARA SAIR DO BURACO

China anuncia novas medidas para estimular o setor imobiliário, mas há outras pedras no sapato do Gigante Asiático

13 de novembro de 2024 - 17:14

Governo da China vem lançando uma série de medidas para estimular setor imobiliário, que vem enfrentando uma crise desde 2021, com o calote da Evergrande

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA

13 de novembro de 2024 - 8:09

Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar

DIA DOS SOLTEIROS

Um respiro para Xi Jinping: ‘Black Friday chinesa’ tem vendas melhores do que o esperado

12 de novembro de 2024 - 16:57

Varejo ainda não está nos níveis pré-crise imobiliária, mas o Dia dos Solteiros superou as expectativas de vendas

COMPRAR OU VENDER

UBS rebaixa recomendação para Vale (VALE3) e corta preço-alvo dos ADRs em NY; o que está por trás do pessimismo com a mineradora?

11 de novembro de 2024 - 14:28

Papéis da mineradora nas bolsas americana e brasileira operam em queda nesta segunda-feira (11), pressionando o Ibovespa

UMA PECHINCHA NO DIA DO SOLTEIRO?

Compre China na baixa: a recomendação controversa de um dos principais especialistas na segunda maior economia do mundo

11 de novembro de 2024 - 13:45

A frustração do mercado com o pacote trilionário da semana passada abre uma janela e oportunidade para o investidor que sabe esperar, segundo a Gavekal Research

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA

11 de novembro de 2024 - 7:03

A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)

NÃO AGRADOU

Xi Jinping reage a Trump: China lança pacote trilionário, mas não anima mercado — e ainda arrasta as ações da Vale (VALE3)

8 de novembro de 2024 - 15:33

Frustração com medidas de suporte à dívida dos governos locais na China derruba também o Ibovespa no pregão desta sexta-feira

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar