Barrado na fronteira: Ministério do Comércio da China critica controles de exportação de chips impostos pela Holanda
“Isso prejudica seriamente os direitos e interesses legítimos de países e empresas”, acusou a China, reiterando alertas sobre possíveis danos a cadeias de suprimentos globais
O Ministério do Comércio da China criticou a ampliação dos controles de exportação pelo governo da Holanda sobre a fabricante de chips ASML.
Em coletiva de imprensa, um porta-voz chinês classificou a decisão como "abuso dos controles de exportação" e "ameaça à estabilidade das cadeias de oferta globais de semicondutores", segundo nota divulgada no último domingo (8).
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"A China se opõe firmemente a esta decisão", afirmou o porta-voz do Ministério do Comércio, acrescentando que é necessário "proteger os interesses comuns de empresas chinesas e holandesas".
"A Holanda deve respeitar os princípios de mercado e evitar medidas que impeçam a colaboração e o desenvolvimento normal de ambos os países, com base nas regras internacionais de comércio."
O Ministério do Comércio chinês também associou a decisão holandesa ao que chamou de "generalização do conceito de segurança nacional" promovida pelos EUA para "manter sua hegemonia global", ao mesmo tempo em que coage países individuais a ampliarem medidas de controle de exportação. Leia o histórico mais abaixo.
"Isso prejudica seriamente os direitos e interesses legítimos de países e empresas", acusou a China, reiterando alertas sobre possíveis danos a cadeias de suprimentos globais.
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Relembre o caso: China e Estados Unidos
Desde a gestão de Donald Trump, China e Estados Unidos travam uma disputa comercial, com momentos de maior e menor tensão.
O mês de outubro de 2023 marcou o reaquecimento dessa briga justamente no crescente ramo dos semicondutores. À época, o Departamento de Comércio norte-americano afirmou que iria “restringir significativamente” as exportações desse tipo de chip, em especial aqueles relacionados à Inteligência Artificial (IA).
O governo dos EUA afirma que há uma dependência excessiva dos semicondutores produzidos na China e que o avanço do setor poderia criar IAs voltadas para o segmento militar.
Na mesma época, a União Europeia também começou a levantar restrições contra produtos chineses. Além dos chips, carros elétricos também entraram no escopo de limitações.
Do outro lado, a China criticou as medidas, afirmando que elas violam as regras do comércio internacional e desestabilizarem a indústria global de semicondutores.
Outras regiões em xeque
A produção de chips está espalhada pelo mundo, mas quem praticamente domina a fabricação de semicondutores de ponta é Taiwan. Outros países como China e EUA também têm certa relevância para o segmento.
A pequena ilha a sudeste do continente é responsável por algo entre 60% até 90% da fabricação global de microchips, tendo como principal fabricante é a Taiwan Semiconductors Manufacturing (TSMC).
Por fim, vale lembrar que a região é palco de um mais um conflito velado entre China e Estados Unidos que, em caso de escalada, pode impactar a cadeia de distribuição de semicondutores globais.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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