Carros elétricos da China vão ser taxados em até 45% na União Europeia; o que isso significa para o mercado de EVs?
O governo chinês afirma que a decisão afeta décadas de cooperação entre os dois grupos; alguns países temem retaliação do país asiático
A partir do próximo mês e durante os próximos anos, as montadoras chinesas vão ter que pagar impostos pesados para poderem vender carros elétricos (EVs) na União Europeia. Depois de um longo processo e de votos divididos, a Comissão Europeia aprovou a nova tributação.
Com isto, as fabricantes de carro da China terão que pagar impostos de até 45%, aumentando significativamente seus custos para estarem no mercado europeu de veículos elétricos.
- A Tesla, de Elon Musk, que tem parte de sua produção sediada na China, terá uma das menores taxas: 7,8%.
No total, foram 10 votos a favor, cinco votos contra e 12 abstenções, segundo informações apuradas pela Reuters.
A Alemanha, maior economia do grupo e país-sede de empresas como Mercedes-Benz, BMW, Audi e Volkswagen, votou contra a taxação.
Os votos divididos refletem as divergências entre os países da UE sobre a relação com a China, com alguns buscando uma postura mais protecionista e outros priorizando a cooperação.
Esta não é a primeira vez que há um desentendimento tarifário entre com o gigante asiático. Há uma década, uma questão semelhante foi discutida no mercado de painéis solares. Nesta ocasião, no entanto, a China saiu ganhando: hoje em dia, mais de 90% dos painéis solares vendidos na Europa são chineses.
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Apesar da aprovação dos impostos, a Comissão Europeia disse estar aberta a conversar com o governo chinês para chegar em uma solução alternativa para baixar os preços.
Retaliação chinesa?
O país asiático já manifestou sua extrema insatisfação com as novas medidas.
O Ministério de Comércio da China alegou que as tarifas são “injustas e irracionais”, abrindo uma ação contra a União Europeia na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Neste sábado (05), a agência estatal chinesa, Xinhua, afirmou que a decisão da Comissão “ameaça as décadas de cooperação” entre os dois agentes e “coloca em perigo as metas climáticas”.
“Os próximos passos são claros: tarifas protecionistas têm que ser abandonadas em favor da continuidade das negociações”, escreveu a agência.
Em ações que estão sendo consideradas como retaliação, Pequim determinou impostos para conhaques, laticínios e produtos suínos importados da Europa. Além disso, o governo também está discutindo o aumento da taxação para veículos de grande porte movidos a gasolina, o que prejudicaria principalmente as montadoras alemãs.
* Com informações de Reuters.
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