As preliminares importam: o que disseram os chefes regionais do Fed antes do esperado discurso de Powell sobre os juros
O presidente do banco central norte-americano fala na sexta-feira (22) pela manhã e a expectativa dos investidores é de que ele, finalmente, sinalize que a taxa referencial começará a cair em setembro — a questão é saber a magnitude dessa redução
A expectativa pelo que Jerome Powell vai dizer sobre os juros no Simpósio de Jackson Hole na sexta-feira (23) vem sacudindo os mercados mundo afora. Depois de três fechamentos seguidos quebrando recordes, hoje (22) o Ibovespa recua e o dólar à vista renova máximas. Em Wall Street, as bolsas abriram em alta, mas perderam fôlego e caem.
Enquanto o chefão do Federal Reserve (Fed) não fala, outros membros do banco central norte-americano dão pistas do que pode vir por aí.
No primeiro dia de um dos eventos mais importantes da política monetária global, o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, disse que o banco central norte-americano deve começar a cortar juros "metodicamente" a partir de setembro. Atualmente, a taxa por lá está na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Em entrevista à CNBC durante o simpósio, Harker explicou que ainda não decidiu se apoiará uma redução de 25 pontos-base ou de 50 pontos-base. "Quero avaliar os dados", afirmou.
Harker, que não vota nas reuniões deste ano do Fomc, considera que a política monetária atual é apropriada. O mais importante neste momento, segundo ele, é começar a reduzir os juros.
O presidente do Fed da Filadélfia reconheceu ainda que o mercado de trabalho norte-americano está enfraquecendo, mas ponderou que o processo parte de um nível muito alto.
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Outra que também deu declarações no primeiro dia de Jackson Hole foi a presidente do Fed de Boston, Susan Collins. Ela sinalizou a possibilidade de cortes de juros em breve.
"Ainda precisamos ver mais dados sobre a economia até a próxima reunião, mas um ritmo gradual e cauteloso de cortes é provavelmente apropriado", disse Collins, em entrevista à Fox Business.
Para ela, o Fed está em um "bom lugar" em relação à política monetária e pode esperar para analisar dados, agindo com cautela.
Na visão de Collins, que este ano não tem direito a voto, preservar um mercado de trabalho saudável nos EUA é a prioridade agora, ao mesmo tempo em que o Fed mantém os esforços para desacelerar a inflação para a meta de 2%.
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Juros: há mais trabalho a ser feito
Enquanto Harker e Collins têm um otimismo cauteloso sobre a política monetária norte-americana, o presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, defendeu que ainda "há trabalho" a ser feito com a inflação.
Ele, no entanto, reconheceu que é melhor agir antes que a inflação alcance a meta de 2% ao ano. "As últimas duas ou três impressões de inflação foram bem positivas. Provavelmente queremos agir antes que a inflação chegue a 2%", afirmou Schmid em entrevista para a CNBC.
O chefe do Fed de Kansas City se mostrou atento aos dados antes de defender qualquer corte de juros e disse que "há tempo" antes da decisão. O Fed se reúne nos dias 17 e 18 de setembro para definir a taxa de juros nos EUA.
"Temos visto uma desaceleração no mercado de trabalho, mas penso que, em geral, ainda está bastante forte", afirmou. "Os juros são restritivos, mas não em excesso. Há espaço para considerar para onde vamos a partir daqui", acrescentou.
*Com informações da Fox Business e da CNBC
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