A Argentina dos sonhos está (ainda) mais perto? Dólar dá uma trégua e inflação de outubro é a menor em três anos
Por lá, a taxa seguiu em desaceleração em outubro, chegando a 2,7% em base mensal — essa não é apenas a variação mais baixa até agora em 2024, mas também é o menor patamar desde novembro de 2021
Quando Javier Milei assumiu a presidência da Argentina há quase um ano, uma de suas primeiras medidas foi soltar os freios da economia — ele suspendeu subsídios e medidas de suporte cambial — e muita gente olhou para os hermanos tentando entender para onde o que mais parecia um trem desgovernado.
O dólar disparou em relação ao peso argentino, os preços acompanharam, o desemprego subiu e muito argentino foi parar abaixo da linha da miséria. Se tal qual Maquiavel, Milei resolveu fazer o mal de uma só vez naquele momento, agora seu governo colhe os frutos.
Graças a um cenário de maior tranquilidade com relação ao dólar, ajustes regulares das tarifas dos serviços públicos e meses de superávit fiscal — somados a uma agenda de austeridade de Milei que sacrifica o consumo —, a inflação na Argentina seguiu em desaceleração em outubro, chegando a 2,7% em base mensal. Essa não é apenas a variação mais baixa até agora em 2024, mas também é o menor patamar em três anos.
A inflação subjacente desacelerou de 3,3% em setembro para 2,9% em outubro, o que mostra que também existe uma descendente de preços quando excluídos os itens mais voláteis — este é o melhor número para os chamados “preços livres” desde setembro de 2020.
- 700% em 5 dias: criptomoeda pouco conhecida dispara e especialista afirma: “tem potencial para subir 30.000%”
A cronologia da desaceleração na Argentina
Em setembro, a inflação na Argentina havia sido de 3,5%. Na linha cronológica do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), é preciso voltar até novembro de 2021, quando os preços ao consumidor subiram 2,5%, para encontrar valores semelhantes aos registrados em outubro de 2024.
Mas, assim como em um tango, a inflação na Argentina também tem sua carga dramática. Até o momento neste ano, a taxa avançou 107% — acima do patamar esperado para este ano pelo projeto orçamentário de 2025. Na comparação com os últimos 12 meses, os preços avançaram 193%.
Leia Também
Não à toa, muitos argentinos precisam apertar os cintos para chegaram ao final do mês.
O grupo que teve maior aumento em outubro foi habitação, água, luz, gás e outros combustíveis (5,4%) devido aos reajustes nos aluguéis e despesas relacionadas.
Em seguida aparece eletricidade, gás e outros combustíveis; abastecimento de água, seguido por vestuário e calçados (4,4%). Restaurantes e hotéis surgem logo depois, com alta de 4,3%.
Os alimentos subiram 1,2% no menor aumento do grupo desde junho de 2020, em plena pandemia, quando o último governo da Argentina congelou todos os preços.
Governo celebra esfriamento da inflação
A desaceleração da inflação na Argentina em outubro foi maior do que os economistas esperavam — e o governo comemorou o feito.
Pesquisa de Expectativas de Mercado (REM) do Banco Central da Argentina projetava avanço de 3% para os preços no mês passado.
Para o ano, o mesmo levantamento traz uma expectativa de 120% — e se isso acontecer será uma variação superior aos 104,4% estimados pelo Ministério da Economia para 2024, mas inferior aos 211,4% deixados por Alberto Fernández e Cristina Kirchner em 2023.
“A inflação está convergindo, a economia está se recuperando. Nunca houve melhor momento do que este”, disse o ministro da Economia, Luis Caputo.
“Vamos continuar melhorando o macro, vamos continuar desregulamentando o micro e continuaremos a respeitar a propriedade privada. Já estamos baixando o que mais distorce os impostos, que é a inflação”, acrescentou.
*Com informações do La Nacion
Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA
A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
Trump, Milei e Musk juntos: o encontro do trio está mais próximo do que você pensa
O presidente argentino será o primeiro líder a ser recebido pelo republicano; saiba quando eles vão se reunir e onde
7% ao ano acima da inflação: 2 títulos públicos e 10 papéis isentos de IR para aproveitar o retorno gordo da renda fixa
Com a alta dos juros, taxas da renda fixa indexada à inflação estão em níveis historicamente elevados, e em títulos privados isentos de IR já chegam a ultrapassar os 7% ao ano + IPCA
Carne com tomate no forno elétrico: o que levou o IPCA estourar a meta de inflação às vésperas da saída de Campos Neto
Inflação acelera tanto na leitura mensal quanto no acumulado em 12 meses até outubro e mantém pressão sobre o BC por mais juros
Você quer 0 a 0 ou 1 a 1? Ibovespa repercute balanço da Petrobras enquanto investidores aguardam anúncio sobre cortes
Depois de cair 0,51% ontem, o Ibovespa voltou ao zero a zero em novembro; índice segue patinando em torno dos 130 mil pontos
O que comprar no Tesouro Direto agora? Inter indica títulos públicos para investir e destaca ‘a grande oportunidade’ nesse mercado hoje
Para o banco, taxas como as que estamos vendo atualmente só ocorrem em cenários de estresse, que não ocorrem a todo momento
Com Trump pedindo passagem, Fed reduz calibre do corte de juros para 0,25 pp — e Powell responde o que fará sob novo governo
A decisão acontece logo depois que o republicano, crítico ferrenho do banco central norte-americano, conseguiu uma vitória acachapante nas eleições norte-americanas — e na esteira de dados distorcidos do mercado de trabalho por furacões e greves
Jogando nas onze: Depois da vitória de Trump, Ibovespa reage a Copom, Fed e balanços, com destaque para a Petrobras
Investidores estão de olho não apenas no resultado trimestral da Petrobras, mas também em informações sobre os dividendos da empresa
Trump vai fazer os juros caírem na marra? Fed deve cortar a taxa hoje, mas vai precisar equilibrar pratos com a volta do republicano à Casa Branca
Futuro de Jerome Powell à frente do BC norte-americano está em jogo com o novo governo, por isso, ele deve enfrentar uma enxurrada de perguntas sobre a eleição na coletiva desta quinta-feira (7)
Rodolfo Amstalden: Lula terá uma única e última chance para as eleições de 2026
Se Lula está realmente interessado em se reeleger em 2026, ou em se aposentar com louvor e construir Haddad como sucessor, suspeito que sua única chance seja a de recuperar nossa âncora fiscal
Campos Neto acelerou: Copom aumenta o ritmo de alta da Selic e eleva os juros para 11,25% ao ano
A decisão pelo novo patamar da taxa, que foi unânime, já era amplamente esperada pelo mercado
Recado de Lula para Trump, Europa de cabelo em pé e China de poucas palavras: a reação internacional à vitória do republicano nos EUA
Embora a maioria dos líderes estejam preocupados com o segundo mandato de Trump, há quem tenha comemorado a vitória do republicano
É a economia, estúpido? Como Trump venceu Kamala mesmo com o PIB dos EUA bombando e o desemprego baixo
Percepção dos eleitores norte-americanos é de que a economia dos EUA não vai tão bem quanto alguns indicadores sugerem
O Ibovespa não gosta de Trump? Por que a vitória do republicano desceu amarga para a bolsa brasileira enquanto Nova York bateu sequência de recordes
Em Wall Street, as ações da Tesla — cujo dono, Elon Musk, é um grande apoiador de Trump — deram um salto de 15%; outros ativos também tiram vantagem da vitória do republicano. Por aqui, o Ibovespa não celebra o resultado das eleições nos EUA e afunda
Mais rápido do que se imaginava: Trump assegura vitória no Colégio Eleitoral e vai voltar à Casa Branca; Copom se prepara para subir os juros
Das bolsas ao bitcoin, ativos de risco sobem com confirmação da vitória de Trump nos EUA, que coloca pressão sobre o dólar e os juros
“O Banco Central tem poucas opções na mesa”: Luciano Sobral, da Neo, diz que Copom deve acelerar alta da Selic, mas mercado teme que BC perca o controle da inflação
Na visão de Sobral, o Copom deve elevar a Selic em 0,5 ponto percentual hoje, para 11,25% ano
Caminhos opostos: Fed se prepara para cortar juros nos EUA depois das eleições; no Brasil, a alta da taxa Selic continua
Eleições americanas e reuniões de política monetária do Fed e do Copom movimentam a semana mais importante do ano nos mercados
Selic deve subir nas próximas reuniões e ficar acima de 12% por um bom tempo, mostra pesquisa do BTG Pactual
Taxa básica de juros deve atingir os 12,25% ao ano no início de 2025, de acordo com o levantamento realizado com gestores, traders e economistas
Começa a semana mais importante do ano: Investidores se preparam para eleições nos EUA com Fed e Copom no radar
Eleitores norte-americanos irão às urnas na terça-feira para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump, mas resultado pode demorar
Agenda econômica: Eleições nos EUA dividem espaço com decisão de juros no país; Copom e IPCA são destaque no Brasil
A agenda econômica desta semana também conta com dados da balança comercial do Brasil, EUA e China, além da divulgação de resultados do terceiro trimestre de empresas gigantes no mercado