Planejador financeiro certificado (CFP®): como o ‘personal do bolso’ pode te ajudar a organizar as finanças e investir melhor
A Dinheirista conversou com Ana Leoni, CEO da Planejar, associação responsável pela certificação de planejador financeiro no Brasil; entenda como trabalha este profissional
Para a maioria das pessoas, mesmo as de maior renda, se organizar financeiramente e começar a investir não é tarefa trivial. E embora seja possível se virar sozinho (e aqui no Seu Dinheiro nós procuramos dar as ferramentas para que você possa tomar as suas próprias decisões), existem no mercado profissionais que podem ajudar: os planejadores financeiros certificados (CFP®, na sigla em inglês).
CFP® é uma certificação internacional que atesta que o profissional está qualificado a dar aconselhamento e fazer planejamento financeiro para pessoas físicas. No Brasil, essa certificação é concedida pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), uma entidade não governamental e sem fins lucrativos afiliada ao Financial Planning Standards Board (FPSB), entidade norte-americana que supervisiona a acreditação.
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A certificação CFP® não é obrigatória para se exercer a atividade de consultor financeiro no Brasil. Mas ela funciona como um selo de distinção, pois atesta que o profissional sabe desenvolver todas as etapas do planejamento financeiro pessoal de acordo com um protocolo internacional.
Até por isso, os profissionais certificados costumam estar lotados nas gestoras de fortunas (wealth managers e family offices) ou no segmento de private banking das instituições financeiras, aquele que atende os clientes mais endinheirados.
Mas já há um número significativo de CFPs® atendendo aos clientes dos segmentos de varejo alta renda ou entre os assessores de investimento ligados a corretoras, fora os profissionais independentes.
Dos mais 10 mil CFPs® existentes no Brasil hoje, 1.855 atendem clientes private e 2.633 focam no varejo alta renda. O varejo conta com 1.675 profissionais certificados, e entre os assessores de investimento são 1.253. Esses são os quatro segmentos com maior representatividade entre os CFPs®, mas há ainda 730 planejadores independentes, que atuam de forma autônoma.
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Um dos objetivos da Planejar, explica Ana Leoni, CEO da entidade, é justamente desmistificar a ideia de que o atendimento de um planejador financeiro certificado é algo exclusivo para multimilionários.
“O planejador financeiro é o ‘personal’ do bolso. Ainda existe uma visão de que este é um serviço apenas para quem tem muito dinheiro, mas as pessoas que mais precisam são justamente aquelas que ainda demandam uma organização financeira. As pessoas vão ao médico quando ficam doentes, mas quando é para cuidar das finanças, querem fazer sozinhas”, disse Leoni em entrevista ao Seu Dinheiro.
Ela explica que o segmento private foi o que mais impulsionou o avanço da certificação no Brasil, até porque as instituições financeiras costumam exigir o CFP® aos profissionais que atuam nesta área.
Porém, nos últimos 20 anos, o interesse pela acreditação tem sido crescente, tanto por parte dos consultores financeiros, que veem no CFP® uma forma de crescer na carreira, com por parte do público, que passou a ter um interesse maior por finanças e investimentos, além de um acesso grande a informações e produtos financeiros. “Cuidar das finanças virou assunto de mesa de bar. Antes sequer era um assunto”, diz a presidente da Planejar.
Para ela, isso se deve muito a fatores como a maior estabilidade econômica, a disseminação de informações pelas redes sociais, a democratização dos investimentos por meio das plataformas abertas, a digitalização bancária e a maior bancarização da população, além da evolução da regulação.
Não é só investimento: o que um CFP® realmente faz
Ana Leoni explica que montar uma carteira de investimentos é apenas uma das funções de um CFP®. O atendimento de um planejador financeiro começa pela identificação de todas as receitas e despesas do cliente. Ele também o ajuda a definir seus objetivos e montar um plano – que pode envolver corte de gastos, poupança e investimentos – para atingi-los.
“O trabalho do planejador financeiro envolve também seguros, previdência privada, planejamento sucessório e eficiência do portfólio de investimentos”, conta a presidente da Planejar.
Se você não tem acesso a um planejador financeiro certificado na instituição da qual é cliente, também é possível buscar um, independente ou não, por meio do site da Planejar, com base no foco que deseja dar, a cidade e o tipo de atendimento preferido, se presencial, híbrido ou online.
Segundo Leoni, embora muitos clientes façam pesquisas prévias e já tenham noção dos seus objetivos antes da primeira consulta, não é necessário nenhum preparo prévio para começar a ser atendido por um planejador financeiro.
“Parte do processo e da ajuda que o CFP® dá é justamente na organização. E há um processo, parte da formação desse profissional é aprender a fazer um plano financeiro de A a Z. Há uma receita de bolo a se seguir para extrair as informações necessárias”, explica.
Ela diz que o primeiro passo para procurar a ajuda de um planejador financeiro é a pessoa se convencer de que aquilo é para ela, porque muita gente fica em negação por algum tempo. “Não é só para quem sente que está gastando muito ou está muito desorganizado. Até pessoas com alta renda e não endividadas podem se beneficiar de um CFP®”, diz.
Mesmo um cliente que já invista muitas vezes não sabe tirar o melhor proveito da sua situação. “Ele poderia, por exemplo, ter uma reserva de emergência menor e complementar o valor restante com um seguro de vida ou patrimonial, por exemplo, liberando recursos para outros objetivos”, exemplifica a CEO da Planejar.
Como o planejador financeiro é remunerado?
Os planejadores financeiros que atuam dentro de instituições financeiras em geral seguem o modelo de remuneração da empresa, que pode envolver desde uma contratação pela CLT até bônus, comissões e rebates ou mesmo a remuneração direta por parte do cliente, por exemplo, na forma de um percentual do patrimônio sob os seus cuidados.
Este último modelo é o adotado também pelos planejadores financeiros independentes, que atuam de forma autônoma, sem estarem necessariamente ligados a alguma instituição financeira.
“O planejador stricto sensu, que faz um projeto, um diagnóstico da vida financeira do cliente, define objetivos em conjunto, que navega por todas as etapas de um planejamento, é remunerado pelo cliente”, diz Ana Leoni.
Essa remuneração pode se dar de várias formas, explica ela. Há os profissionais que cobram um percentual do patrimônio do cliente – então quanto mais o patrimônio cresce, melhor para ele –, tem os que cobram por projeto, e tem até mesmo aqueles que cobram por hora.
“Na primeira vez em que fui cliente de um CFP®, a cobrança foi pelo projeto. E eu ainda tinha a opção de executá-lo sozinha ou ter a assessoria dele para a execução”, conta.
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