🔴 AÇÕES, CRIPTOMOEDAS E MAIS: CONFIRA DE GRAÇA 30 RECOMENDAÇÕES

Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
CONEXÃO NAS ALTURAS

Vem aí fusão entre Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)? Mercado já traçou as apostas sobre a potencial combinação, mas há obstáculos

As ações das companhias saltaram na B3 após o anúncio do acordo de compartilhamento de malhas elevar a expectativa de que a parceria entre as aéreas seja o primeiro passo em direção a uma fusão

Camille Lima
Camille Lima
30 de maio de 2024
6:07 - atualizado às 12:33
Fusão entre Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4)
Fusão entre Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) - Imagem: Reprodução / Canva Pro / Montagem Seu Dinheiro

Um acordo de cooperação comercial entre as duas maiores empresas aéreas do Brasil levou as ações da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4) às alturas na bolsa brasileira na semana passada.

Na noite da última quinta-feira (23), as companhias fecharam uma parceria para conectar as suas malhas aéreas no Brasil através de um codeshare, a permissão de que uma empresa venda assentos em voos de outra, ampliando o número de linhas de atuação de cada uma.

Segundo o BTG Pactual, as sinergias de malha — que inclui as rotas domésticas exclusivas, ou seja, operadas por apenas uma das duas companhias — representam uma oportunidade para Gol e Azul e têm potencial de impulsionar a demanda por voos. 

“A Gol concentra-se especialmente nas principais rotas e hubs aeroportuários do Brasil, enquanto a Azul é um player importante nas rotas regionais. Estas sinergias poderão melhorar a sua cobertura de mercado”, disseram os analistas, em relatório. 

Para Matheus Soares, co-fundador do Market Makers, ainda é cedo para estimar o impacto do codeshare entre a Azul e a Gol no Ebitda  (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dos próximos trimestres.

Mas nas contas do mercado, o acordo de compartilhamento de malhas pode gerar em torno de R$ 600 milhões de Ebitda adicional nos próximos 12 meses — sendo que, só em 2024, a expectativa é de um adicional de R$ 300 milhões.

Leia Também

Azul e Gol: Vem fusão aí?

Ainda que o negócio por si só traga um alívio para as empresas, que hoje se encontram fortemente alavancadas, a disparada recente dos papéis na B3 deu-se por outro motivo: a expectativa de que o codeshare seja o primeiro passo em direção à fusão das duas aéreas.

Os rumores sobre uma potencial combinação de negócios se intensificaram em março deste ano, quando a Bloomberg News informou que a Azul (AZUL4) estaria se preparando para abocanhar a Gol (GOLL4).

Na época, a publicação informou que a companhia aérea avaliava uma série de opções — incluindo a possibilidade de uma aquisição total da rival.

Na avaliação de parte do mercado, diante das possíveis sinergias operacionais e financeiras e da diminuição do risco regulatório por entidades como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o acordo de codeshare anunciado recentemente pode ser uma forma de a Azul e a Gol testarem a temperatura do mercado antes do anúncio de uma combinação de negócios.

Afinal, enquanto o compartilhamento de malha aérea não passa pelo crivo da autarquia, uma eventual fusão precisaria do sinal verde do Cade — e um dos principais pontos de atenção na análise do órgão seria o surgimento de um duopólio no mercado brasileiro.

Segundo apuração do Broadcast, uma fusão entre Gol e Azul resultaria na maior concentração na história recente da aviação brasileira.

Ainda existe no mercado a discussão de que a Latam poderia questionar uma eventual fusão. Porém, para um economista com quem falei para esta matéria, a concorrente não parece ter desejo de argumentar contra um potencial M&A entre a Gol e a Azul.

“Ela não quer uma companhia quase quebrando e jogando o preço das passagens para baixo. Ela prefere uma Azul junto com a Gol colocando os preços para cima em uma situação saudável, porque ela consegue elevar os valores junto. Nesse caso específico, não seria uma concentração que destruiria o concorrente, mas sim uma fusão que pode melhorar a situação do setor e beneficiar os concorrentes.”

Em uma conta “otimista” sobre a potencial fusão de Gol e Azul, o analista de equity do Market Makers, Matheus Soares, avalia que a empresa combinada poderia chegar a R$ 40 bilhões em valor de firma (EV), considerando uma geração de Ebitda de R$ 8 bilhões da Azul com múltiplo de 5x EV/Ebitda.

Além disso, após a combinação de negócios, a companhia resultante da fusão contaria com um valor de mercado estimado em R$ 16 bilhões — se não houver diluição, isso avaliaria a ação a um preço em torno de R$ 40 por papel.

Segundo o Itaú BBA, considerando que a Azul (AZUL4) voa sozinha em mais de 80% de suas rotas, a fusão com a Gol (GOLL4) “poderia desbloquear sinergias substanciais de receitas”, além da poupança de custos para a empresa combinada.

Procurada pelo Seu Dinheiro nesta semana, a assessoria de imprensa da Azul afirmou que a empresa “não está dando entrevista neste momento”. Já a Gol não havia retornado a solicitação até o momento de publicação desta matéria.

Um longo caminho pela frente

Na avaliação do BTG Pactual, ainda é prematuro dizer que o codeshare sinaliza uma fusão entre as aéreas pela frente. Segundo os analistas, o compartilhamento de malhas seria “o primeiro passo em um processo muito mais longo” para uma potencial combinação de negócios — que ainda careceria de decisões sobre aspectos fundamentais, como governança e aprovação dos reguladores.

Porém, se de fato o acordo de codeshare avançar, o banco afirma não descartar a possibilidade de ambas as companhias aéreas testarem “níveis mais profundos de cooperação”, como joint ventures ou até mesmo uma fusão.

Para um gestor de ações com quem conversei, a parceria anunciada entre a Gol e a Azul indica um aumento de probabilidade de uma transação “muito complexa” entre as empresas. “Acho que o caminho é uma fusão ou alguma transação que implique em cruzamentos de participação acionária, mas não vai ser fácil”, disse, em entrevista ao Seu Dinheiro.

Segundo o gestor, do ponto de vista de concorrência, o Cade “deveria vetar a transação de qualquer forma”, já que uma fusão consolidaria um duopólio na aviação. Porém, diante de um cenário complexo para o segmento, com oferta limitada de jatos e rentabilidades pressionadas, a fragilidade das empresas pode levar a autarquia a aprovar uma potencial fusão, ainda que com “remédios”.

“Acho que o Cade vai ficar numa super sinuca de bico e não tem como sair. Na minha visão, ele seria praticamente obrigado a aprovar, mas o que ele poderia fazer seria impor restrições muito severas.”

Para o cofundador do Market Makers, Matheus Soares, a “solução clara” para o setor de aviação seria uma fusão entre a Gol e a Azul, especialmente devido ao endividamento alto das empresas, que hoje se encontra na casa dos R$ 20 bilhões.

“Se acontecer, acho que o Cade vai olhar muito mais o lado da oferta de voos e empregos que poderiam ser perdidos caso uma das empresas saísse de jogo. É uma discussão complexa, mas ele já aprovou Localiza e Unidas… não sei em quais termos o Cade aprovaria, mas parece existir uma possibilidade”, disse Soares.

Para além do aval dos reguladores, uma potencial fusão ainda precisaria superar outro obstáculo: o convencimento dos credores da Gol nos EUA. Afinal, é importante lembrar que a Gol ainda está no meio de uma recuperação judicial nos Estados Unidos, que teve início em janeiro deste ano

“É muito difícil costurar um M&A com uma empresa em RJ e a outra empresa extremamente alavancada”, disse o gestor, sob anonimato. “Não é uma negociação que tem dois na mesa, mas sim 20 ou 30 pessoas na discussão. É bem mais complexo.”

Gol (GOLL4) em crise

Em março, após as notícias sobre uma possível fusão com a Azul estamparem as manchetes dos jornais, a Gol anunciou um processo competitivo para avaliar as possibilidades de capitalização ou “transações alternativas” em sua reestruturação de dívidas.

Já na segunda-feira passada (27), a Gol ainda publicou um plano financeiro para os próximos cinco anos. Para conseguir sair da recuperação judicial, a empresa precisará refinanciar cerca de US$ 2 bilhões em dívidas (acrescidos de qualquer pagamento de make-whole permitido e juros de mora).

A companhia aérea também vai precisar de uma injeção de capital de US$ 1,5 bilhão por meio da emissão de novas ações. No entanto, a Gol ainda não entrou em detalhes sobre como será feita a emissão de ações. 

Com o plano de reestruturação de cinco anos anunciado nesta semana, a Gol busca retornar a capacidade doméstica aos níveis pré-pandemia até 2026.

Para apoiar essa expansão, a Gol espera que a frota da companhia cresça para 169 aviões até 2029. Porém, para dar sustentação financeira ao plano, a companhia aérea deve sacrificar a margem Ebitda.

Segundo o plano quinquenal da Gol, a empresa ainda pretende realizar um aumento de capital da ordem de US$ 1,5 bilhão em algum momento dentro dos próximos cinco anos.

“A companhia pagará seu financiamento existente de Devedor em Posse (DIP) ao mesmo tempo que adicionará liquidez incremental ao seu balanço”, disse, em nota.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
REVISÃO DE DADOS IMPORTA

A chance de um corte de juros mais intenso nos EUA aumentou? Economistas dizem o que esperar depois do payroll

6 de setembro de 2024 - 11:14

Reação do mercado leva em consideração a revisão dos dados de postos de trabalho criados em junho e julho, segundo o payroll

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ajuste seu alarme: Resultado do payroll define os rumos dos mercados, inclusive do Ibovespa; veja o que esperar

6 de setembro de 2024 - 8:11

Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano será decisivo para antecipar o próximo passo do Fed

SEXTOU COM O RUY

Acabou a farra do Ibovespa? Setembro começou mal para a Bolsa, mas não é motivo para preocupação

6 de setembro de 2024 - 6:07

Alguns fatores parecem ter pesado no humor, como os velhos riscos fiscais que voltaram aos holofotes e o bloqueio da plataforma X

FUNDOS IMOBILIÁRIOS HOJE

E agora, BRCO11? Natura (NTCO3) quer devolver galpão do fundo imobiliário antes da hora; veja qual será o impacto na receita do FII

5 de setembro de 2024 - 13:12

A Natura enviou uma notificação ao FII informando a decisão em rescindir antecipadamente o contrato de locação no imóvel Bresco Canoas

DESTAQUES DA BOLSA

Ação da Light (LIGT3) dispara mais de 30% na B3 em meio a adiamento de assembleia com bondholders

5 de setembro de 2024 - 12:54

A companhia de energia elétrica anunciou mais um adiamento da assembleia de bondholders que visa a discutir os termos e condições do “scheme of arrangement”

FIM DA NOVELA?

Ambipar (AMBP3) cai forte na B3 após gestora supostamente ligada a Tanure indicar dois membros para o conselho da empresa; veja quem são os candidatos

5 de setembro de 2024 - 10:35

Após enfim realizar seu desejo de indicar novos conselheiros na Ambipar, a Trustee pediu a convocação de uma assembleia geral extraordinária para votar as nomeações

SINAL VERDE PRA COMPRAR?

UBS BB eleva preço-alvo de ação de dona da Centauro e Nike no Brasil

4 de setembro de 2024 - 17:52

Grupo SBF (SBFG3) passa por aceleração das vendas de seu estoque e alívio da dívida líquida; segundo banco, há espaço para ainda mais crescimento até 2026

Money Picks

Setor elétrico: BTG Pactual e Empiricus são unânimes nas recomendações para setembro; AURE3, TAEE11 e TRPL4 ficam fora do top 10

4 de setembro de 2024 - 16:12

As duas instituições optaram pelas mesmas companhias do setor elétrico em setembro; veja os motivos e por que o momento é favorável para essas empresas

SEM OTIMISMO

Não é hora de ter Vale (VALE3) na carteira? Bancão de investimentos rebaixa peso de ações da mineradora

4 de setembro de 2024 - 14:47

O Bank of America rebaixou a recomendação para a gigante da mineração no portfólio de América Latina, de “equal weight” para “underweight”

MERCADOS HOJE

Embraer (EMBR3), Yduqs (YDUQ3) e Petz (PETZ3) são as maiores altas da bolsa em dia de ganho de 1% do Ibovespa

4 de setembro de 2024 - 12:09

O mercado também devolve parte das perdas recentes; nas duas primeiras sessões de setembro, o principal índice de ações da B3 chegou a acumular queda de 1,21%

ACERTO DE CONTAS

Fundo imobiliário consegue liminar contra WeWork, que tem 15 dias para pagar aluguéis atrasados

4 de setembro de 2024 - 12:01

A liminar foi concedida na última terça-feira (3) ao Vinci Offices (VINO11). O fundo imobiliário já havia informado que entraria na Justiça contra a WeWork após três meses seguidos de inadimplência

SD Select

Onde investir em setembro? Bolsa brasileira tem 3 ‘gatilhos’ e analista aponta 10 ações que podem se beneficiar desse cenário

4 de setembro de 2024 - 12:00

Para Larissa Quaresma, mesmo com agosto positivo, a Bolsa brasileira ainda está barata e pode renovar máximas; veja onde investir em setembro

GIGANTE COM APETITE

Grupo árabe que tentou comprar Braskem investe nos EUA — e abocanha 35% de negócio de hidrogênio

4 de setembro de 2024 - 11:40

A Adnoc é o terceiro grande parceiro industrial a se juntar ao projeto da Exxon Mobil de uma usina de hidrogênio em larga escala no Texas

Conteúdo BTG Pactual

Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) ou Itaú (ITUB4)? Veja os bancos recomendados pelo BTG Pactual em setembro para buscar dividendos

4 de setembro de 2024 - 10:00

Carteira do BTG Pactual, que rendeu 266,2% do Ibovespa desde a criação, tem dois “bancões” recomendados para setembro – veja quais são

BILIONÁRIOS NA VAREJISTA

Lemann e sócios convertem bônus de subscrição e voltam a ter o controle de fato sobre a Americanas (AMER3)

4 de setembro de 2024 - 9:48

Com exercício parcial de bônus de subscrição, trio de bilionários passou a deter 50,01% do capital votante da Americanas (AMER3)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O mês do cachorro louco mudou? Depois das máximas históricas de agosto, Ibovespa luta para sair do vermelho em setembro

4 de setembro de 2024 - 8:15

Temores referentes à desaceleração da economia dos EUA e perda de entusiasmo com inteligência artificial penalizam as bolsas

ALONGAMENTO DE PERFIL

Petrobras (PETR4) lança títulos no exterior no valor de US$ 1 bilhão; confira quanto a estatal vai pagar aos investidores

4 de setembro de 2024 - 7:31

De acordo com o comunicado da petroleira, o rendimento ao investidor será de 6,25% ao ano e os recursos serão usados para recomprar até US$ 1 bilhão de outros títulos

LÍDER OUTRA VEZ

Itaú (ITUB4) é a ação mais recomendada (de novo) para investir em setembro; veja o ranking com recomendações de 14 corretoras

4 de setembro de 2024 - 6:12

Figurinha repetida no ranking de ações mais indicadas pelos analistas para investir no mês, o banco acumulou cinco indicações das 14 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro

MENOR SINISTRALIDADE

O plano de saúde ficou mais caro — e as empresas curtiram isso: Lucro do setor de saúde quase triplica no 1º semestre e tem melhor resultado desde 2021

3 de setembro de 2024 - 20:03

O setor de saúde teve um lucro líquido de R$ 5,6 bilhões no primeiro semestre de 2024, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

Conteúdo Empiricus

Vale apostar na recuperação da Americanas (AMER3)? Analistas ‘botam mais fé’ no turnaround de outra varejista

3 de setembro de 2024 - 16:52

“Show de volatilidade” da Americanas nos últimos dias não empolga analistas, que veem outra varejista em processo de turnaround como um investimento mais atrativo para o momento

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar