Promotores dos EUA querem que a Boeing enfrente acusações criminais; entenda o motivo
Recomendação do Departamento de Justiça dos EUA não é uma decisão oficial. Órgão tem até 7 de julho para entrar com processo contra a companhia
Se turbulências não derrubam avião, a Boeing vem provando que ao menos prejudicam a imagem. A empresa lida com arranhões na reputação devido a repercussões sobre acidentes com a aeronave 737 Max.
Desta vez, promotores dos Estados Unidos emitiram uma recomendação ao Departamento de Justiça (DOJ) para que o órgão apresente acusações criminais contra a Boeing.
O órgão afirma que a companhia violou termos de um acordo realizado em 2021, que protegia a empresa de acusações por fraude após dois acidentes fatais com o modelo 737 Max, que causaram 346 mortes.
Entre as exigências, a fabricante de aeronaves deveria pagar US$ 2,5 bilhões (R$ 13,6 bilhões) e cumprir com uma série de exigências para prevenir e detectar fraudes nas operações.
- Não sabe onde investir neste momento? Veja +100 relatórios gratuitos da Empiricus Research e descubra as melhores recomendações em ações, fundos imobiliários, BDRs e renda fixa
No entanto, dois dias antes do acordo expirar, uma aeronave da Boeing perdeu parte da fuselagem durante o voo, o que forçou o piloto a realizar um pouso de emergência, em Portland, no Oregon EUA).
Após o acidente, a Boeing voltou ao radar do Departamento de Justiça e da Administração Federal de Aviação (FAA), agência regulatória de aviação do país.
Leia Também
Com o novo escrutínio, o DOJ afirmou que a Boeing não conseguiu “projetar, implementar e aplicar um programa de conformidade e ética para prevenir e detectar violações das leis de fraude dos EUA em todas as suas operações”.
Os líderes do Departamento de Justiça dos Estados Unidos têm até 7 de julho para decidir se vão prosseguir com as acusações criminais contra a empresa.
- As melhores recomendações da Empiricus na palma da sua mão: casa de análise liberou mais de 100 relatórios gratuitos; acesse aqui
Relembre os problemas da Boeing em 2018 e 2019
Em outubro de 2018, um avião da Boeing, modelo 737 Max, caiu na costa da Indonésia. Cinco meses depois, em março de 2019, uma outra aeronave da companhia caiu próxima à região de Adis Abeba, capital da Etiópia.
Ambos os acidentes foram causados por um novo design, que mergulhou o nariz dos aviões para frente, sem o conhecimento dos pilotos. O sistema, chamado de sistema de aumento de características de manobra (MCAS), deixava as aeronaves vulneráveis caso um único sensor falhasse.
As quedas geraram uma das maiores crises para a fabricante de aviões e resultou na suspensão de todos os voos com jatos do tipo por 20 meses.
- As melhores recomendações do analista Matheus Spiess na palma da sua mão: newsletter especial revela uma recomendação por dia; acesse aqui
Além disso, a Administração Federal de Aviação (FAA) chegou a limitar a produção do modelo 737 Max, a aeronave mais vendida pela Boeing.
Durante a investigação, a Boeing foi acusada de ocultar informações sobre o funcionamento do sistema. No entanto, o acordo firmado em 2021 determinou que a empresa ficaria livre das acusações, caso cumprisse uma série de exigências.
Contudo, em abril, durante nova investigação contra a Boeing, funcionários relataram ao Senado dos EUA que os modelos 737 Max, 787 Dreamliner e o 777 possuíam graves problemas de produção.
- No mercado financeiro, agir rápido é essencial para capturar as melhores oportunidades. E você pode receber as informações mais importantes do dia antes mesmo de a bolsa abrir. Basta clicar aqui para se inscrever gratuitamente em uma das newsletters mais lidas da Faria Lima.
A saída conturbada do CEO da Boeing
Antes de se aposentar, o CEO da Boeing, Dave Calhoun, ainda lida com dores de cabeça. O presidente, que deixará o cargo no fim deste ano, vem enfrentando críticas de senadores dos EUA.
Isso porque, durante testemunho na semana passada, Calhoun afirmou que a empresa “aprendeu” com os erros do passado.
Além disso, apesar de admitir que a retaliação de funcionários que relataram problemas nas aeronaves demonstrava que “algo deu errado” na empresa, ele também afirmou que a política para proteger os delatores funciona.
Já os legisladores, porém, enxergam que o CEO da Boeing não toma medidas suficientes para retificar a cultura de retaliação dentro da companhia.
Calhoun sairá do cargo no fim de 2024 após menos de cinco meses na posição. Ele assumiu a presidência após Dennis Muilenburg ter sido demitido devido aos dois acidentes em 2018 e 2019.
Apesar de deixar a cadeira de CEO da Boeing, Calhoun permanecerá no conselho de administração da companhia.
Não é coisa do passado: outros acidentes da companhia
No último domingo (23), duas aeronaves da Boeing voltaram a apresentar problemas.
Durante voo com destino ao Rio de Janeiro, o avião do modelo 777 teve um problema técnico não especificado, segundo o controle de tráfego aéreo nacional.
O piloto teve que retornar para Amsterdã, na Holanda. De acordo com a companhia aérea KLM, a segurança dos passageiros e tripulantes não sofreu qualquer risco durante a operação.
Contudo, passageiros de uma outra aeronave da Boeing não tiveram a mesma sorte.
Durante voo na Coreia do Sul, o avião modelo 737 Max 8 sofreu uma despressurização cerca de 30 minutos após a decolagem. A aeronave chegou a cair 7.600 metros em cinco minutos.
Ao menos 13 passageiros foram hospitalizados após o incidente.
*Com informações de BBC, The Guardian, O Globo e UOL
Fortes emoções à vista nos mercados: Investidores se preparam para possível vitória de Trump às vésperas de decisão do Fed sobre juros
Eventual vitória de Trump pode levar a desaceleração de ciclo de cortes de juros que se inicia em grande parte do mundo desenvolvido
Boeing lança oferta de US$ 19 bilhões em ações na tentativa de desatar cintos e aumentar liquidez
Decisão da oferta vem após a Boeing divulgar um prejuízo líquido de US$ 6,17 bilhões, valor bem maior do que o registrado em igual período do ano anterior
De promessa à beira da falência: por que as ações da fabricante alemã do ‘carro voador’ concorrente da Embraer (EMBR3) despencam mais de 50% em NY
Fundada em 2015, a Lilium já chegou a atingir US$ 7 bilhões em valor de mercado e agora corre o risco de ter suas ações suspensas na bolsa
Uma carona para o Ibovespa: Mercados internacionais amanhecem em alta, mas IPCA-15 ameaça deixar a bolsa brasileira na beira da estrada
Além do IPCA-15, investidores tentam se antecipar hoje ao balanço da Vale para interromper série de cinco quedas do Ibovespa
Zona de turbulência: 5 fatores que levaram a Boeing ao prejuízo de US$ 6,17 bilhões no 3T24
Em termos ajustados, o prejuízo foi de US$ 10,44 por ação, frustrando a previsão de analistas consultados pela FactSet, de US$ 10,35
Interpretando a bolsa com Djavan: as recomendações para o fim de 2024 e balanços dominam mercados hoje
Com a agenda relativamente mais esvaziada, os investidores precisam ficar atentos à temporada de resultados e indicadores desta semana
Agenda econômica: Prévia da inflação do Brasil, temporada de balanços e Livro Bege são destaques da semana
A temporada de balanços do 3T24 no Brasil ganha suas primeiras publicações nesta semana; agenda econômica também conta com reuniões do BRICS
Em crise, Boeing vende subsidiária de defesa para multinacional francesa enquanto tenta reforçar as finanças
A Digital Receiver Technology, que fabrica equipamentos para os militares dos EUA, será vendida para a Thales Defense & Security, divisão da maior empresa de defesa da Europa
Sinais de mais estímulos à economia animam bolsas da China, mas índices internacionais oscilam de olho nos balanços
Enquanto isso, os investidores aguardam o relatório de produção da Vale (VALE3) enquanto a sede da B3, a cidade de São Paulo, segue no escuro
Pouso forçado: Boeing planeja demitir 17 mil funcionários nos próximos meses
Gigante na fabricação de aeronaves está em declínio e enfrenta greve que tem paralisado a produção dos modelos mais vendidos.
O que é o Combustível do Futuro aprovado por Lula e como a nova lei afeta postos de gasolina
A expectativa do governo é que esse tipo de combustível destrave até R$ 250 bilhões em investimentos
Salvação das companhias aéreas? Governo Lula ‘engorda’ o financiamento para as empresas do setor e fundo chega a R$ 6 bilhões
Financiamento para recuperação do segmento deve ter taxas de juros mais baixas e com maior prazo de financiamento; ações das empresas despencam na bolsa em 2024
A véspera do dia mais importante do ano: investidores se preparam para a Super Quarta dos bancos centrais
Em meio a expectativa de corte de juros nos EUA e alta no Brasil, tubarões do mercado local andam pessimistas com o Ibovespa
Demissões na Boeing vêm aí? Em crise, empresa defende corte de gastos durante greve por aumento de salário
Greve dos funcionários na Boeing exige reajuste salarial de 40%, mas pode resultar em demissões temporárias e congelamentos de vagas
Embraer (EMBR3) vai receber US$ 150 milhões da Boeing após acordo em processo de arbitragem – mas pagamento é menor do que o esperado e ações brasileira recuam
O acordo entre as empresas de aviação põe fim a um processo de arbitragem movido pela Embraer após desistência da Boeing em negócio que visava a criação de joint venture no Brasil
Sem acordo: funcionários da Boeing fazem primeira greve em 16 anos, e ações caem mais de 4% hoje
O acordo com o sindicato, que representa mais de 32 mil trabalhadores no noroeste dos Estados Unidos, foi desaprovado por 94,6% dos participantes
Acordo preliminar para evitar greve é visto “com bons olhos” e faz ações da Boeing saltarem quase 6% hoje
Os trabalhadores aceitaram uma recomposição salarial geral de 25% nos próximos quatro anos, reconhecendo as dificuldades financeiras da empresa
Ações da Boeing caem mais de 7% na NYSE em meio a ameaça de greve de funcionários
Mais de 32 mil funcionários estão dispostos a iniciar greve após o dia 12 de setembro, caso proposta de aumento de salário não seja acatada
NASA recorre à SpaceX, de Elon Musk, para trazer de volta astronautas ‘presos’ no espaço após falha em cápsula da Boeing
Em mais um revés para a fabricante aeroespacial americana, veículo Starliner voltará à Terra vazio; missão que era para durar nove dias deixará cosmonautas na Estação Espacial Internacional por cerca de nove meses
Bancões americanos ganham mais com área de investimento e gestão de ativos do que com juros
BofA teve queda na receita com juros de 3%, enquanto o Morgan Stanley amargou redução de 17% nesse item