Oncoclínicas (ONCO3) fará aumento de capital de R$ 1,5 bilhão — CEO e banco garantem operação; ações sobem quase 20%
A empresa afirma que os recursos levantados com o aumento de capital serão destinados à melhora da posição em caixa e redução da alavancagem financeira da companhia
A Oncoclínicas (ONCO3) se prepara para fazer a segunda capitalização desde a sua oferta primária de ações (IPO, em inglês), no fim de 2021. Na primeira vez, a oferta havia movimentado cerca de R$ 900 milhões. Agora a empresa vai embolsar R$ 1,5 bilhão, segundo a nova proposta.
A Oncoclínicas anunciou na noite de quarta-feira que seu conselho de administração aprovou por unanimidade o aumento de capital social da companhia, com a emissão de cerca de 115 milhões de novas ações.
Além disso, a operação já sai garantida. Isso porque o Banco Master, atuando por meio de fundos de investimento, assumiu o compromisso de adquirir até R$ 1 bilhão das novas ações, caso a demanda do mercado não seja suficiente.
Os outros R$ 500 milhões foram garantidos pelo CEO da Oncoclínicas, Bruno Ferrari.
As novas ações serão emitidas a um preço de R$ 13, o que representa um prêmio de 74,% sobre o fechamento da última quarta-feira, quando as ações fecharam em queda de 9,37%, cotadas a R$ 7,45.
O laudo que definiu o preço por ação da operação foi elaborado pela XP Investimentos.
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As ações ONCO3 fecharam em alta 23,49% nesta quinta-feira (23), negociadas na casa de R$ 9,20. Acompanhe a nossa cobertura de mercados aqui.
Para que a Oncoclínicas pretende usar R$ 1,5 bilhão?
A empresa afirma que os recursos levantados com o aumento de capital serão destinados à melhora da posição em caixa e redução da alavancagem financeira da companhia.
Segundo outro documento, a empresa espera que, até o fim de 2024, a Oncoclínicas atinja 2x endividamento sobre Ebitda (medida utilizada para avaliar a geração de caixa de uma empresa).
Isso representa uma queda em relação à alavancagem de 4,2x apresentada no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma melhora da disciplina fiscal da companhia.
Outros detalhes do aumento de capital da Oncoclínicas
A estrutura acionária da empresa está dividida atualmente da seguinte forma:
Acionistas | % |
Goldman Sachs | 45,48% |
Bruno Ferrari (CEO) | 3,11% |
Administração | 0,75% |
Tesouraria | 3,64% |
Free Float | 47,03% |
Total | 100% |
Os investidores terão até o fechamento do pregão da próxima segunda-feira (27) para exercer o direito de preferência, sendo que as ações passam a ser negociadas “ex” direito a partir da abertura do dia seguinte.
Se o Master adquirir todo o montante de R$ 1 bilhão prometido, o banco se tornará o segundo maior acionista da companhia, com 12,3% do capital total. Já o Goldman Sachs teria sua participação diluída para cerca de 36%.
Ferrari, que possui 5% da companhia (incluindo opções sobre ações, não exercidas), passaria sua participação para algo entre 11% e 12%.
Bom ou ruim?
O mercado vem penalizando os papeis ONCO3 nos últimos meses, apesar da valorização de 33% na última semana. Desde o começo do ano, porém, a história é outra: uma queda de 42,11% nas cotações e de 31,65% nos 12 meses anteriores.
Isso porque a empresa vem reportando resultados muito aquém das expectativas.
Além disso, é muito provável que os fundos e o presidente precisem fazer a compra do lote excedente, tendo em vista que o prêmio sobre as ações é bastante alto — em outras palavras, o mercado pode achar “bom demais” para ser verdade.
Porém, os analistas do Citi enxergam o aumento de capital de maneira positiva, tanto do ponto de vista da disciplina fiscal quanto do prêmio das ações propostas. Para eles, é um sinal de que há grande confiança da empresa na melhora operacional.
*Matéria atualiza às 12h26 para esclarecer que toda a operação está garantida.
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