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Camille Lima

Camille Lima

Repórter de empresas no Seu Dinheiro. Formada em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

SOB NOVA DIREÇÃO

O que pode dar errado para a Petrobras (PETR4) com a mudança de CEO? Esses são os 4 maiores temores do mercado

Com a saída de Prates, o Ministério de Minas e Energia (MME) indicou Magda Chambriard para chefiar a petroleira a partir de agora

Camille Lima
Camille Lima
15 de maio de 2024
15:44 - atualizado às 15:46
Magda Chambriard, presidente da Petrobras (PETR4)
Magda Chambriard, presidente da Petrobras (PETR4) - Imagem: Agência Brasil/ Agência Petrobras/ Canva Pro/ Montagem Seu Dinheiro

Em um dia agitado para os mercados financeiros, a Petrobras (PETR4) conseguiu dominar os holofotes na noite de terça-feira (14) — e tudo por conta da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tirar Jean Paul Prates do comando da estatal.

Com a saída de Prates, o Ministério de Minas e Energia (MME) indicou Magda Chambriard para chefiar a petroleira a partir de agora. A empresa ainda anunciou a demissão de CFO e nomeou uma presidente interina 

Mas a súbita mudança de diretoria não agradou os investidores.

As ações da Petrobras iniciaram o pregão desta quarta-feira (15) em forte queda na bolsa brasileira, reflexo do aumento das incertezas em relação ao futuro da estatal. Por volta das 15h30, os papéis PETR4 caíam 6,04% na B3.

A reação negativa levantou dúvidas entre os investidores sobre o que fazer com as ações da Petrobras, especialmente após a reação negativa do mercado. Você confere aqui as apostas dos analistas para PETR4 — e descobre se é hora de comprar ou vender os papéis.

Mas, afinal, o que o mercado tanto teme na troca de comando da Petrobras? Nesta matéria, nós destacamos os quatro principais riscos para a estatal, de acordo com analistas que acompanham a companhia.

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Lembrando que, em muitos casos, esse não é o chamado cenário-base para a estatal — ou seja, não significa que os temores se concretizarão sob a gestão de Chambriard. 

1 - Lula como “CEO” da Petrobras (PETR4)

Para analistas do mercado, um dos maiores temores dos investidores é que a chegada da nova CEO da Petrobras (PETR4) aumente as interferências políticas na petroleira.

Afinal, desde o início do governo, Jean Paul Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, divergiam sobre os rumos da estatal. O presidente Lula também nunca escondeu a insatisfação com o modelo de gestão da companhia.

Os atritos entre o governo e o então presidente da Petrobras se intensificaram em março, com a discussão sobre dividendos extraordinários.

Na época, o conselho da petroleira decidiu reter o caixa da empresa no lugar da distribuição de proventos extras, enquanto Prates defendia pagar metade do valor aos acionistas e segurar a outra metade.

Foi só no fim de abril, após o aval de Lula e a aprovação dos acionistas, que a estatal chegou a uma solução para o impasse: o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários retidos na reserva de remuneração, equivalente a R$ 21,9 bilhões.

Mas com a entrada de Magda Chambriard no comando da estatal, o receio do mercado é que o governo — acionista majoritário da Petrobras — passe a ter voz mais ativa nas decisões da petroleira

A interferência de Lula na Petrobras já era um ponto de preocupação no mercado antes mesmo da decisão sobre a troca do CEO, que ocorreu por decisão do presidente da República. 

Nesta semana, o economista Adriano Pires — que chegou a ser cotado como presidente da Petrobras durante a gestão de Jair Bolsonarocriticou o atual modelo misto de gestão da empresa, “que já se mostrou falido”.

“Quanto mais demorar para privatizar, pior vai ser”, disse Pires, durante evento. “O governo acha que a Petrobras é do governo de plantão. O Lula só falta passar a Petrobras para o imposto de renda dele, porque ele acha que é dele.”

2 - Investimentos com retorno incerto

Hoje, a Petrobras (PETR4) se encontra com uma forte geração de fluxo de caixa livre, um balanço patrimonial desalavancado e um portfólio de investimentos sólido. Entretanto, os analistas avaliam que a entrada de Magda Chambriard como nova CEO pode representar uma verdadeira guinada na orientação de investimentos da petroleira.

Nos últimos anos, a Petrobras decidiu direcionar o capex àquilo em que ela é melhor: a exploração e produção de petróleo, especialmente em águas profundas e ultraprofundas, onde possui campos extremamente produtivos.

Isso porque, quando tentou investir em outros setores — nos quais não possuía a expertise  necessária —, como naval, geração de energia e fertilizantes, a empresa raramente conseguiu retornos expressivos com esses aportes.

Para Ruy Hungria, analista da Empiricus, o grande medo do mercado é a mudança da política de investimentos da Petrobras — especialmente de a empresa voltar a investir lotes de dinheiro em ativos pouco ou nada rentáveis após a troca de comando da estatal.

“Isso tem relação direta com dividendos, porque marcaria uma queima de um dinheiro que seria usado para pagar proventos.”

No ano passado, a estatal aprovou o plano estratégico para o quinquênio 2024-2028, que prevê o investimento de US$ 102 bilhões (cerca de R$ 523 bilhões na cotação atual) nos próximos cinco anos.

Segundo a Ativa Investimentos, após a indicação de Magda pelo MME, surgiram rumores de que Chambriard “teria se comprometido a acelerar projetos duvidosos”, como o Comperj e a Refinaria Abreu e Lima.

“Se Prates foi habilidoso ao limitar o crescimento do plano atual, acreditamos que dificilmente Chambriard obterá o mesmo êxito e deverá ampliar os valores investidos em segmentos como Renováveis e o Refino. Magda também terá menos tempo para planejar e formalizar o novo plano e assim, deverá ceder mais aos anseios do Executivo, que é vocal quanto ao interesse em expandir investimentos”, escreveram os analistas.

3 - Ameaça aos dividendos

Caso a mudança de política de investimentos da Petrobras (PETR4) se confirme e a empresa passe a queimar caixa em projetos de baixa rentabilidade, é possível que os investidores com foco em dividendos sofram um novo baque.

Para a Empiricus, a distribuição de proventos da petroleira está condicionada aos próximos passos da nova gestão da estatal.

“A depender da mudança na política de investimentos e da criatividade da nova gestão em encontrar "oportunidades" de usar o caixa gerado em E&P [exploração e produção de petróleo] em segmentos de retornos baixos, podemos ver essa distribuição cair bastante”, afirmou Hungria.

“Embora não esperemos mudanças significativas nos dividendos e planos de capex a curto prazo, reconhecemos que a incerteza aumenta consideravelmente a percepção de risco”, afirma a XP Investimentos, em relatório.

Já de acordo com a Ativa, como a atual política de proventos regulares da Petrobras (PETR4) é ‘’ativada’’ com uma dívida bruta inferior a US$ 65 bilhões — e o endividamento bruto da empresa já está beirando os US$ 62 bilhões —, qualquer simples aquisição poderia resultar no pagamento mínimo obrigatório de US$ 4 bilhões em dividendos.

“Em apenas um movimento, a companhia poderia condicionar o pagamento total de proventos futuro à apenas cerca de R$ 1,50 por ação por ano”, avaliam os analistas.

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4 - Controle de preços dos combustíveis

Outro risco citado pelo mercado é a potencial mudança na política de preços da Petrobras (PETR4). O temor é o de que o governo use a estatal para segurar artificialmente reajustes dos combustíveis em momentos de alta das cotações internacionais do petróleo

Durante a gestão de Jean Paul Prates, a Petrobras adotou uma nova estratégia para a composição do preço dos combustíveis, abandonando a política de paridade internacional (PPI), que era fortemente criticada pelo governo federal.

A Ativa Investimentos avalia que as dúvidas quanto à execução da atual estratégia de preços devem aumentar na gestão de Magda Chambriard. 

“Ainda que não acreditamos que a empresa atualizará os termos da sua política atual, não duvidaremos se a Petrobras caminhar para uma cobrança mais próxima ao seu valor marginal que ao custo de aquisição do cliente.” 

Enquanto isso, a Empiricus argumenta que a Lei das Estatais protege o uso da petroleira para fins políticos — o que teria impedido que as repetidas trocas de CEO resultassem em mudanças drásticas na estratégia da Petrobras. “Mais uma vez, veremos esse mecanismo de proteção ser testado”, destaca o analista Ruy Hungria.

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