O que pode dar errado para a Petrobras (PETR4) com a mudança de CEO? Esses são os 4 maiores temores do mercado
Com a saída de Prates, o Ministério de Minas e Energia (MME) indicou Magda Chambriard para chefiar a petroleira a partir de agora
Em um dia agitado para os mercados financeiros, a Petrobras (PETR4) conseguiu dominar os holofotes na noite de terça-feira (14) — e tudo por conta da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tirar Jean Paul Prates do comando da estatal.
Com a saída de Prates, o Ministério de Minas e Energia (MME) indicou Magda Chambriard para chefiar a petroleira a partir de agora. A empresa ainda anunciou a demissão de CFO e nomeou uma presidente interina
Mas a súbita mudança de diretoria não agradou os investidores.
As ações da Petrobras iniciaram o pregão desta quarta-feira (15) em forte queda na bolsa brasileira, reflexo do aumento das incertezas em relação ao futuro da estatal. Por volta das 15h30, os papéis PETR4 caíam 6,04% na B3.
A reação negativa levantou dúvidas entre os investidores sobre o que fazer com as ações da Petrobras, especialmente após a reação negativa do mercado. Você confere aqui as apostas dos analistas para PETR4 — e descobre se é hora de comprar ou vender os papéis.
Mas, afinal, o que o mercado tanto teme na troca de comando da Petrobras? Nesta matéria, nós destacamos os quatro principais riscos para a estatal, de acordo com analistas que acompanham a companhia.
Leia Também
Lembrando que, em muitos casos, esse não é o chamado cenário-base para a estatal — ou seja, não significa que os temores se concretizarão sob a gestão de Chambriard.
- [Evento gratuito] Ex-líderes da Petrobras, Eletrobras e Caixa se reúnem para discutir os “bastidores” das estatais; retire seu ingresso para a transmissão.
1 - Lula como “CEO” da Petrobras (PETR4)
Para analistas do mercado, um dos maiores temores dos investidores é que a chegada da nova CEO da Petrobras (PETR4) aumente as interferências políticas na petroleira.
Afinal, desde o início do governo, Jean Paul Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, divergiam sobre os rumos da estatal. O presidente Lula também nunca escondeu a insatisfação com o modelo de gestão da companhia.
Os atritos entre o governo e o então presidente da Petrobras se intensificaram em março, com a discussão sobre dividendos extraordinários.
Na época, o conselho da petroleira decidiu reter o caixa da empresa no lugar da distribuição de proventos extras, enquanto Prates defendia pagar metade do valor aos acionistas e segurar a outra metade.
Foi só no fim de abril, após o aval de Lula e a aprovação dos acionistas, que a estatal chegou a uma solução para o impasse: o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários retidos na reserva de remuneração, equivalente a R$ 21,9 bilhões.
Mas com a entrada de Magda Chambriard no comando da estatal, o receio do mercado é que o governo — acionista majoritário da Petrobras — passe a ter voz mais ativa nas decisões da petroleira.
A interferência de Lula na Petrobras já era um ponto de preocupação no mercado antes mesmo da decisão sobre a troca do CEO, que ocorreu por decisão do presidente da República.
Nesta semana, o economista Adriano Pires — que chegou a ser cotado como presidente da Petrobras durante a gestão de Jair Bolsonaro — criticou o atual modelo misto de gestão da empresa, “que já se mostrou falido”.
“Quanto mais demorar para privatizar, pior vai ser”, disse Pires, durante evento. “O governo acha que a Petrobras é do governo de plantão. O Lula só falta passar a Petrobras para o imposto de renda dele, porque ele acha que é dele.”
- O que acontece na gestão da Petrobras, Eletrobras e Caixa? Convidamos 3 ex-CEOs e CFOs para contar tudo que viveram nos “bastidores” das estatais em um evento inédito. Saiba mais e retire seu ingresso gratuito aqui.
2 - Investimentos com retorno incerto
Hoje, a Petrobras (PETR4) se encontra com uma forte geração de fluxo de caixa livre, um balanço patrimonial desalavancado e um portfólio de investimentos sólido. Entretanto, os analistas avaliam que a entrada de Magda Chambriard como nova CEO pode representar uma verdadeira guinada na orientação de investimentos da petroleira.
Nos últimos anos, a Petrobras decidiu direcionar o capex àquilo em que ela é melhor: a exploração e produção de petróleo, especialmente em águas profundas e ultraprofundas, onde possui campos extremamente produtivos.
Isso porque, quando tentou investir em outros setores — nos quais não possuía a expertise necessária —, como naval, geração de energia e fertilizantes, a empresa raramente conseguiu retornos expressivos com esses aportes.
Para Ruy Hungria, analista da Empiricus, o grande medo do mercado é a mudança da política de investimentos da Petrobras — especialmente de a empresa voltar a investir lotes de dinheiro em ativos pouco ou nada rentáveis após a troca de comando da estatal.
“Isso tem relação direta com dividendos, porque marcaria uma queima de um dinheiro que seria usado para pagar proventos.”
- Leia também: Petrobras (PETR4) entrega lucro menor no 1T24 e R$ 13,45 bilhões em dividendos; confira os números da estatal
No ano passado, a estatal aprovou o plano estratégico para o quinquênio 2024-2028, que prevê o investimento de US$ 102 bilhões (cerca de R$ 523 bilhões na cotação atual) nos próximos cinco anos.
Segundo a Ativa Investimentos, após a indicação de Magda pelo MME, surgiram rumores de que Chambriard “teria se comprometido a acelerar projetos duvidosos”, como o Comperj e a Refinaria Abreu e Lima.
“Se Prates foi habilidoso ao limitar o crescimento do plano atual, acreditamos que dificilmente Chambriard obterá o mesmo êxito e deverá ampliar os valores investidos em segmentos como Renováveis e o Refino. Magda também terá menos tempo para planejar e formalizar o novo plano e assim, deverá ceder mais aos anseios do Executivo, que é vocal quanto ao interesse em expandir investimentos”, escreveram os analistas.
3 - Ameaça aos dividendos
Caso a mudança de política de investimentos da Petrobras (PETR4) se confirme e a empresa passe a queimar caixa em projetos de baixa rentabilidade, é possível que os investidores com foco em dividendos sofram um novo baque.
Para a Empiricus, a distribuição de proventos da petroleira está condicionada aos próximos passos da nova gestão da estatal.
“A depender da mudança na política de investimentos e da criatividade da nova gestão em encontrar "oportunidades" de usar o caixa gerado em E&P [exploração e produção de petróleo] em segmentos de retornos baixos, podemos ver essa distribuição cair bastante”, afirmou Hungria.
“Embora não esperemos mudanças significativas nos dividendos e planos de capex a curto prazo, reconhecemos que a incerteza aumenta consideravelmente a percepção de risco”, afirma a XP Investimentos, em relatório.
Já de acordo com a Ativa, como a atual política de proventos regulares da Petrobras (PETR4) é ‘’ativada’’ com uma dívida bruta inferior a US$ 65 bilhões — e o endividamento bruto da empresa já está beirando os US$ 62 bilhões —, qualquer simples aquisição poderia resultar no pagamento mínimo obrigatório de US$ 4 bilhões em dividendos.
“Em apenas um movimento, a companhia poderia condicionar o pagamento total de proventos futuro à apenas cerca de R$ 1,50 por ação por ano”, avaliam os analistas.
- Gigantes estatais têm os bastidores revelados. Ex-líderes se reúnem e “abrem o jogo” sobre experiência na Petrobras, Eletrobras e Caixa. Descubra tudo ao vivo, participando do evento “Elas Revolucionaram as Estatais” no dia 28/05. Retire seu ingresso gratuito aqui.
4 - Controle de preços dos combustíveis
Outro risco citado pelo mercado é a potencial mudança na política de preços da Petrobras (PETR4). O temor é o de que o governo use a estatal para segurar artificialmente reajustes dos combustíveis em momentos de alta das cotações internacionais do petróleo.
Durante a gestão de Jean Paul Prates, a Petrobras adotou uma nova estratégia para a composição do preço dos combustíveis, abandonando a política de paridade internacional (PPI), que era fortemente criticada pelo governo federal.
A Ativa Investimentos avalia que as dúvidas quanto à execução da atual estratégia de preços devem aumentar na gestão de Magda Chambriard.
“Ainda que não acreditamos que a empresa atualizará os termos da sua política atual, não duvidaremos se a Petrobras caminhar para uma cobrança mais próxima ao seu valor marginal que ao custo de aquisição do cliente.”
Enquanto isso, a Empiricus argumenta que a Lei das Estatais protege o uso da petroleira para fins políticos — o que teria impedido que as repetidas trocas de CEO resultassem em mudanças drásticas na estratégia da Petrobras. “Mais uma vez, veremos esse mecanismo de proteção ser testado”, destaca o analista Ruy Hungria.
Eneva (ENEV3) usa dinheiro do follow-on para abocanhar usinas termelétricas do BTG Pactual por mais de R$ 1,3 bilhão
Segundo a empresa, as aquisições e a reorganização societária devem se traduzir em um “fluxo de caixa robusto e concentrado no curto prazo”
Dasa (DASA3) negocia venda de negócio de corretagem de seguros por até R$ 245 milhões
O comunicado vem após uma reportagem da revista Veja citar a venda do segmento de seguros, saúde ocupacional, genoma e home care
A chance de um corte de juros mais intenso nos EUA aumentou? Economistas dizem o que esperar depois do payroll
Reação do mercado leva em consideração a revisão dos dados de postos de trabalho criados em junho e julho, segundo o payroll
Ajuste seu alarme: Resultado do payroll define os rumos dos mercados, inclusive do Ibovespa; veja o que esperar
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano será decisivo para antecipar o próximo passo do Fed
Acabou a farra do Ibovespa? Setembro começou mal para a Bolsa, mas não é motivo para preocupação
Alguns fatores parecem ter pesado no humor, como os velhos riscos fiscais que voltaram aos holofotes e o bloqueio da plataforma X
E agora, BRCO11? Natura (NTCO3) quer devolver galpão do fundo imobiliário antes da hora; veja qual será o impacto na receita do FII
A Natura enviou uma notificação ao FII informando a decisão em rescindir antecipadamente o contrato de locação no imóvel Bresco Canoas
Ação da Light (LIGT3) dispara mais de 30% na B3 em meio a adiamento de assembleia com bondholders
A companhia de energia elétrica anunciou mais um adiamento da assembleia de bondholders que visa a discutir os termos e condições do “scheme of arrangement”
Ambipar (AMBP3) cai forte na B3 após gestora supostamente ligada a Tanure indicar dois membros para o conselho da empresa; veja quem são os candidatos
Após enfim realizar seu desejo de indicar novos conselheiros na Ambipar, a Trustee pediu a convocação de uma assembleia geral extraordinária para votar as nomeações
Depois de empate com sabor de vitória, Ibovespa repercute cardápio de notícias locais e dados sobre o mercado de trabalho dos EUA
Números do governo central e da balança comercial dividem atenção com Galípolo, conta de luz e expectativa com payroll nos EUA
Eleições primeiro, Banco Central depois: indicação de Galípolo será votada no Senado em 8 de outubro, anuncia Pacheco
Gabriel Galípolo foi indicado pelo presidente Lula para assumir o comando do Banco Central
Gasolina mais barata está fora do radar: Petrobras (PETR4) descarta reduzir preço dos combustíveis mesmo com queda do petróleo
‘Estamos confortáveis com o nível dos preços’, afirmou a presidente da estatal
UBS BB eleva preço-alvo de ação de dona da Centauro e Nike no Brasil
Grupo SBF (SBFG3) passa por aceleração das vendas de seu estoque e alívio da dívida líquida; segundo banco, há espaço para ainda mais crescimento até 2026
Setor elétrico: BTG Pactual e Empiricus são unânimes nas recomendações para setembro; AURE3, TAEE11 e TRPL4 ficam fora do top 10
As duas instituições optaram pelas mesmas companhias do setor elétrico em setembro; veja os motivos e por que o momento é favorável para essas empresas
Não é hora de ter Vale (VALE3) na carteira? Bancão de investimentos rebaixa peso de ações da mineradora
O Bank of America rebaixou a recomendação para a gigante da mineração no portfólio de América Latina, de “equal weight” para “underweight”
Como uma visita de Putin à Mongólia pode se transformar em um problema para o Brasil no G-20
Pelo tratado do TPI, a Mongólia deveria ter cumprido um mandado de prisão expedido contra Putin por causa da guerra na Ucrânia
Embraer (EMBR3), Yduqs (YDUQ3) e Petz (PETZ3) são as maiores altas da bolsa em dia de ganho de 1% do Ibovespa
O mercado também devolve parte das perdas recentes; nas duas primeiras sessões de setembro, o principal índice de ações da B3 chegou a acumular queda de 1,21%
Fundo imobiliário consegue liminar contra WeWork, que tem 15 dias para pagar aluguéis atrasados
A liminar foi concedida na última terça-feira (3) ao Vinci Offices (VINO11). O fundo imobiliário já havia informado que entraria na Justiça contra a WeWork após três meses seguidos de inadimplência
Onde investir em setembro? Bolsa brasileira tem 3 ‘gatilhos’ e analista aponta 10 ações que podem se beneficiar desse cenário
Para Larissa Quaresma, mesmo com agosto positivo, a Bolsa brasileira ainda está barata e pode renovar máximas; veja onde investir em setembro
Grupo árabe que tentou comprar Braskem investe nos EUA — e abocanha 35% de negócio de hidrogênio
A Adnoc é o terceiro grande parceiro industrial a se juntar ao projeto da Exxon Mobil de uma usina de hidrogênio em larga escala no Texas
Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) ou Itaú (ITUB4)? Veja os bancos recomendados pelo BTG Pactual em setembro para buscar dividendos
Carteira do BTG Pactual, que rendeu 266,2% do Ibovespa desde a criação, tem dois “bancões” recomendados para setembro – veja quais são