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Renan Sousa
Renan Sousa
É repórter do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP) e já passou pela Editora Globo e SpaceMoney.
COM A PALAVRA

O que o CEO do Bradesco (BBDC4), Marcelo Noronha, tem a dizer sobre seu tempo à frente do banco?

Pouco mais de um ano se passou desde que o novo CEO assumiu e, em um almoço de final de ano com a imprensa, Noronha fez um balanço informal de sua gestão

Renan Sousa
Renan Sousa
3 de dezembro de 2024
16:29
Marcelo Noronha, CEO do Bradesco
Marcelo Noronha, CEO do Bradesco - Imagem: Egberto Nogueira/Bradesco

Marcelo Noronha assumiu a presidência do Bradesco (BBDC4) em novembro de 2023 e, desde então, colocou em prática o novo plano estratégico para o banco, que incluiu mudanças na hierarquia e esforços para fortalecer a transformação tecnológica da instituição. 

Pouco mais de um ano se passou desde então. E, em um almoço de final de ano com a imprensa nesta terça (3), Noronha fez um balanço informal de sua gestão. 

“Nossa carteira de crédito, que teve contração lá em 2023, voltou a crescer em 2024 com uma qualidade que eu considero excelente, tanto na pessoa física quanto na jurídica. A inadimplência também permanece em queda e a nossa receita voltou a crescer”, diz o CEO do banco. 

Em linhas gerais, Noronha repetiu os números do balanço do terceiro trimestre deste ano e o resultado acumulado do Bradesco nos primeiros nove meses de 2024.

E não poderia ser diferente: afinal, a instituição registrou um lucro líquido recorrente 13,1% maior do que no mesmo período do ano passado, de R$ 5,225 bilhões no trimestre encerrado em setembro. Com isso, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio (ROE, na sigla em inglês) ficou em 12,4%.

Apesar dos esforços de Noronha, os investidores seguem céticos em relação às propostas e penalizam os papéis do banco por isso. As ações BBDC4 acumulam queda de 18% em 12 meses e de quase 25% em 2024. 

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Os investimentos do Bradesco — e as propostas no futuro

Noronha destacou dois grandes eventos de investimento neste ano que ajudaram nas operações do Bradesco. 

O primeiro deles foi a conclusão da Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) da Cielo (CIEL3). Assim, as ações da empresa de maquininhas foram negociadas pela última vez no dia 16 de agosto deste ano. 

A aquisição dos papéis chegou a ter um efeito no balanço do banco. Vale dizer que os executivos afirmam que se trata de um impacto sazonal no resultado. 

Já o segundo foi a formação de uma joint venture para financiamento do agronegócio com o Banco John Deere.

A operação deve ser formalmente concluída no começo de 2025, de acordo com o CEO do Bradesco, e pretende criar soluções financeiras customizadas, atendendo às demandas de clientes e concessionários de forma mais completa. 

“O ano tem sido muito produtivo e eu acho que tivemos avanços importantes na modernização de processos e aprofundamento da segmentação do banco em partes especializadas. Independentemente da transformação, nós não vamos deixar de ser uma empresa fundamentalmente brasileira”, diz Luiz Carlos Trabuco, presidente do Conselho de Administração do Bradesco. 

Cenários pela frente

No discurso de abertura do almoço com a imprensa, tanto Trabuco quanto Noronha evitaram temas mais espinhosos. O presidente, inclusive, introduziu seu discurso com uma piada sobre esse tipo de pronunciamento. 

Porém, o presidente do Conselho do banco não deixou de destacar que o Brasil ainda está em um caminho positivo. 

“O Brasil ainda tem um potencial extremamente relevante e a gente acredita que a mobilidade social acontecerá, trazendo uma transição para a parte baixa da pirâmide [de renda] e impulsionando novos segmentos do banco.”

Além disso, Trabuco afirma que o Brasil tem desafios, mas também dá as respostas necessárias “independentemente das contradições de taxa de juro, nível de estresse dos mercados” e do PIB, que, disse ele, apresentou mais um resultado positivo neste trimestre

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