🔴 DECLARAÇÃO PRÉ-PREENCHIDA LIBERADA: VEJA COMO USAR PARA ANTECIPAR A RESITUIÇÃO – ACESSE AQUI

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de empresas no Seu Dinheiro. Formada em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

PRÉVIA DOS RESULTADOS

O Mercado Livre (MELI34) vai superar o Magazine Luiza (MGLU3) e a Casas Bahia (BHIA3) de novo? O que esperar da safra de balanços das varejistas no 3T24 

O consenso entre os analistas é que o “trator argentino do e-commerce” continue a esmagar as varejistas brasileiras com números robustos e mostre novos avanços no negócio de publicidade

Camille Lima
Camille Lima
6 de novembro de 2024
6:12 - atualizado às 8:40
As gigantes do varejo Mercado Livre (MELI34), Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3)
As gigantes do varejo Mercado Livre (MELI34), Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) - Imagem: Reprodução / Canva Pro / Montagem Seu Dinheiro

Chegou a hora do varejo atrair as atenções dos investidores nesta temporada de resultados. O Mercado Livre (MELI34) é quem dá a largada nas divulgações de balanços do setor no terceiro trimestre de 2024 nesta quarta-feira (6), após o fechamento dos mercados.

No dia seguinte será a vez de o Magazine Luiza (MGLU3) divulgar os números de julho a setembro.

Já a Casas Bahia (BHIA3) e a Americanas (AMER3) devem publicar o balanço trimestral na semana que vem, ambas no dia 13. 

O consenso entre os analistas é que o Mercado Livre continue a esmagar as varejistas brasileiras com números robustos entre julho e setembro, além de já sinalizar novos avanços no negócio de publicidade.

Confira as estimativas compiladas pela Bloomberg para o Mercado Livre no 3T24 em comparação com o mesmo período do ano anterior:

  • Lucro líquido ajustado: US$ 513,25 milhões, +49,2%
  • Receita líquida: US$ 5,28 bilhões, +40,5%
  • Ebitda: US$ 952,2 milhões, +16,1% 

O que esperar do balanço do Mercado Livre (MELI34) no 2T24

A expectativa geral dos analistas é que o Mercado Livre deve vivenciar outro trimestre sólido de crescimento de lucros, numa tendência bastante semelhante à do último balanço.

Leia Também

Nas projeções do Goldman Sachs, o GMV (volume bruto de mercadorias, indicador de volume de receita gerada nos canais digitais) deve continuar com um ritmo robusto de expansão — o que deve levar a novos ganhos de participação de mercado no e-commerce.

Já do lado do Mercado Pago, os analistas projetam ganhos de escala no volume total de pagamentos e na carteira de empréstimos.  

“Embora as margens consolidadas possam cair no curto prazo, à medida que os cartões de crédito ganham mais participação no mix geral, acreditamos que os cartões expandem o mercado endereçável do Meli, levando a um maior engajamento e a um crescimento incremental do Ebitda”, afirmaram os analistas.

Na avaliação do Itaú BBA, a lucratividade do Mercado Livre deve enfrentar pressão devido à estratégia de crescimento de vendas em itens essenciais diários, em uma trajetória semelhante à da Amazon.

Segundo os analistas, essas categorias são “essenciais para desbloquear valor de longo prazo por meio do aumento da frequência de compras do usuário”. 

No entanto, a expectativa é que, inicialmente, a estratégia provavelmente pressionará a lucratividade das empresas, considerando os investimentos em logística necessários e o tempo para que as categorias de fato ganhem tração nas compras dos clientes.

Para o banco, o potencial aumento na penetração de anúncios do Meli poderia ajudar a diminuir a pressão sobre a lucratividade da varejista argentina. 

Vale lembrar que o Mercado Ads é considerado uma das grandes potenciais novas avenidas de receita futura do Meli, com expectativa de conquistar “bilhões de dólares” em faturamento nos próximos cinco anos.

Já o Santander tem um otimismo mais contido e avalia que o terceiro trimestre do Mercado Livre pode gerar sentimentos mistos. Apesar do impulso da receita, os analistas preveem queda do Ebitda (indicador usado pelo mercado para mensurar a capacidade de geração de caixa de um negócio) devido aos investimentos em logística.

Afinal, o Meli decidiu praticamente dobrar a quantidade de centros de distribuição (CDs) até o ano que vem, além de ampliar o crédito nos cartões, o que tende a pressionar as margens à medida que o portfólio cresce.

“A melhoria dos resultados financeiros deve impulsionar um crescimento anual do lucro líquido, uma indicação mais clara do desempenho do negócio do que a análise da erosão da lucratividade de curto prazo”, disse o banco.

O que esperar do Magazine Luiza (MGLU3) no 3T24

Na avaliação da XP Investimentos, apesar do impacto do cenário macroeconômico sobre a demanda, com taxas de juros elevadas no Brasil, a receita e a lucratividade das varejistas devem continuar em ritmo de melhora — e o Magazine Luiza (MGLU3) deve ser o grande destaque do trimestre.

“O Magazine Luiza deve reportar resultados melhores no terceiro trimestre, com crescimento de receita acelerando e margens melhorando, reforçando o foco da empresa na rentabilidade frente a um cenário macroeconômico desafiador”, disseram os analistas.

A expectativa é que o desempenho da receita da empresa acelere em relação aos três meses anteriores, outra vez apoiado pelo forte desempenho das lojas físicas.

Confira as estimativas do consenso Bloomberg para o 3T24 em base anual:

  • Lucro líquido ajustado: R$ 35,8 milhões, -89% 
  • Receita líquida: R$ 8,99 bilhões, +4,8%
  • Ebitda: R$ 712,7 milhões, -26,5%

As ações MGLU3 contam hoje com quatro recomendações de compra, oito neutras e uma de venda, de acordo com dados da plataforma TradeMap.

Na avaliação do Itaú BBA, o Magazine Luiza ainda deve vivenciar um aumento de margem bruta, beneficiado pelo fim do repasse da alíquota (difal) do imposto ICMS e pelo crescimento das receitas de serviços. 

Vale lembrar que a volta do difal fez com que as mercadorias vendidas em varejistas como o Magalu passassem a ser tributadas tanto na origem quanto no destino, aumentando o imposto pago pelas empresas de comércio eletrônico.

No caso do Magazine Luiza, a cobrança foi parcialmente repassada para os clientes ao longo dos últimos trimestres — sendo que só no 2T24 que o repasse aconteceu de forma integral.

O Bank of America (BofA) projeta uma força contínua nas lojas físicas, no repasse de impostos do e-commerce e em ganhos de market share

“A previsão é que o e-commerce permaneça contido, pois o Magalu continua a se concentrar na lucratividade, embora esperemos que o canal 1P [com vendas diretas de mercadoria própria online] do e-commerce retorne ao crescimento após 4 trimestres de contração”, disse o BofA. 

Ainda está no radar do mercado a parceria estratégica com o AliExpress, com vendas de produtos do 1P do Magalu na plataforma da varejista asiática, além da entrada dos itens da linha premium do AliExpress no Magazine Luiza em setembro.

Para o BTG Pactual, a tendência de impulso de margens vinda do aumento da penetração de serviços deve continuar nos próximos trimestres, incluindo os novos serviços de fintech, logística e Cloud.

O objetivo é aumentar o portfólio de crédito da divisão financeira, a Luizacred, especialmente em cartões e CDC, o famoso “carnezinho gostoso” digital, nos próximos trimestres.

“Os últimos três trimestres mostraram sinais encorajadores, com melhores tendências de lucratividade, uma abordagem mais racional para tomar taxas e a empresa usando seu modelo de negócios multicanal para alavancar a operação de mercado, então a lucratividade e o fluxo de caixa livre (FCF) devem ser positivos nos próximos trimestres, apesar do ambiente desafiador de taxas de juros do Brasil”, projetou o banco.

Perspectivas mais contidas para Casas Bahia (BHIA3) no trimestre

Já do lado da Casas Bahia (BHIA3), o mercado prevê mais um trimestre no vermelho. Para a Genial Investimentos, a varejista deve continuar a reportar um conjunto fraco de resultados, mas com uma importante recuperação nas vendas de lojas físicas.

Veja as principais estimativas do consenso Bloomberg para a Casas Bahia no 2T24 em base anual:

  • Prejuízo líquido ajustado: R$ 364,8 milhões, melhora de 56,3% a/a;
  • Receita líquida: R$ 6,29 bilhões, -4,4% a/a;
  • Ebitda: R$ 458 milhões, revertendo a cifra negativa de R$ 66 milhões no 3T23.

Segundo o Bank of America, o “milagre do lucro” visto no trimestre passado não deve se repetir no 3T24. “Apesar dos esforços para reestruturar a dívida, espera-se que altos custos de financiamento resultem em prejuízo líquido.”

É preciso lembrar que a empresa surpreendeu o mercado no último trimestre ao contrariar as expectativas do consenso do mercado e entregar lucro líquido no 2T24. No entanto, a cifra não representou a retomada da época de ouro de lucratividade da Casas Bahia, mas deu-se por um efeito não recorrente do reperfilamento de dívidas do grupo

A Casas Bahia entrou em recuperação extrajudicial no fim de abril, quando fechou acordo com os credores para equacionar em torno de R$ 4,1 bilhões em dívidas.

Na visão do BofA, a varejista deve registrar uma recuperação no crescimento das vendas nas mesmas lojas devido aos aumentos de preços on-line — no entanto, esse incremento tende a ser limitado pelo fechamento de unidades no ano passado.

A varejista decidiu abandonar categorias e canais não lucrativos para focar naquilo que é rentável — como móveis e eletrodomésticos. A guinada de estratégia deve continuar a fazer peso no GMV da companhia, segundo analistas.

Segundo a Genial, apesar da importante — e necessária — recuperação de vendas em lojas físicas, o crescimento do volume de vendas desse canal vem necessariamente acompanhado de uma maior concessão de crédito pela companhia — o que aumenta o risco para a Casas Bahia em caso de inadimplência.

“Esse risco pode ser bem recompensado, no cenário no qual a inadimplência segue controlada e a provisão realizada é suficiente para lidar com a qualidade da carteira de crédito, ou pode ser um “tiro no próprio pé”, no cenário onde o cenário macroeconômico piore e a inadimplência de pessoas físicas volte a subir, custando maiores provisões e impactando negativamente a rentabilidade da companhia no médio prazo”, projetaram os analistas.

Nesse cenário estressado, a companhia estaria sacrificando a rentabilidade de médio prazo em detrimento de melhorar o faturamento de curto prazo.

E mesmo de olho no curto prazo, esse aumento da carteira de crédito traz consequências para a varejista, com pressão na margem líquida e dificuldade em apresentar maiores ganhos operacionais no trimestre.

De acordo com dados do TradeMap, os papéis BHIA3 contam hoje com sete recomendações neutras e duas de venda.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MUDANÇAS NO CONSELHO

Michael Klein de volta ao conselho da Casas Bahia (BHIA3): Empresário quer assumir o comando do colegiado da varejista; ações sobem forte na B3

1 de abril de 2025 - 11:49

Além de sua volta ao conselho, Klein também propõe a destituição de dois membros atuais do colegiado da varejista

APÓS O ROMBO

Ex-CEO da Americanas (AMER3) na mira do MPF: Procuradoria denuncia 13 antigos executivos da varejista após fraude multibilionária

1 de abril de 2025 - 9:51

Miguel Gutierrez é descrito como o principal responsável pelo rombo na varejista, denunciado por crimes como insider trading, manipulação e organização criminosa

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump

1 de abril de 2025 - 8:13

Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump

BULL & BRISKET MARKET

Trump Media estreia na NYSE Texas, mas nova bolsa ainda deve enfrentar desafios para se consolidar no estado

31 de março de 2025 - 18:50

Analistas da Bloomberg veem o movimento da empresa de mídia de Donald Trump mais como simbólico do que prático, já que ela vai seguir com sua listagem primária na Nasdaq

DESTAQUES DA BOLSA

Mais valor ao acionista: Oncoclínicas (ONCO3) dispara quase 20% na B3 em meio a recompra de ações

31 de março de 2025 - 16:35

O programa de aquisição de papéis ONCO3 foi anunciado dias após um balanço aquém das expectativas no quarto trimestre de 2024

NO BANCO DOS RESERVAS

Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan

31 de março de 2025 - 14:49

O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra

EM BUSCA DE PROTEÇÃO

Casas Bahia (BHIA3) quer pílula de veneno para bloquear ofertas hostis de tomada de controle; ação quadruplica de valor em março 

31 de março de 2025 - 11:37

A varejista propôs uma alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill dias após Rafael Ferri atingir uma participação de cerca de 5%

GOVERNANÇA

Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho; ações PCAR3 disparam na B3

31 de março de 2025 - 9:34

A gestora quer propor mudanças na administração em busca de uma “maior eficiência e redução de custos” — a começar pela destituição dos atuais conselheiros

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump

31 de março de 2025 - 8:18

O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Payroll, balança comercial e PMIs globais marcam a semana de despedida da temporada de balanços

31 de março de 2025 - 7:03

Com o fim de março, a temporada de balanços se despede, e o início de abril chama atenção do mercado brasileiro para o relatório de emprego dos EUA, além do IGP-DI, do IPC-Fipe e de diversos outros indicadores

BALANÇO DOS BALANÇOS

O e-commerce das brasileiras começou a fraquejar? Mercado Livre ofusca rivais no 4T24, enquanto Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia apanham no digital

28 de março de 2025 - 16:02

O setor de varejo doméstico divulgou resultados mistos no trimestre, com players brasileiros deixando a desejar quando o assunto são as vendas online

MERCADOS HOJE

Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump

28 de março de 2025 - 14:15

Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real

JANELA DE OPORTUNIDADE

Não é a Vale (VALE3): BTG recomenda compra de ação de mineradora que pode subir quase 70% na B3 e está fora do radar do mercado

28 de março de 2025 - 11:51

Para o BTG Pactual, essa mineradora conseguiu virar o jogo em suas finanças e agora oferece um retorno potencial atraente para os investidores; veja qual é o papel

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA

28 de março de 2025 - 8:04

O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária

SEXTOU COM O RUY

Não existe almoço grátis no mercado financeiro: verdades e mentiras que te contam sobre diversificação

28 de março de 2025 - 6:11

A diversificação é uma arma importante para qualquer investidor: ajuda a diluir os riscos e aumenta as chances de você ter na carteira um ativo vencedor, mas essa estratégia não é gratuita

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Após virar pó na bolsa, Dotz (DOTZ3) tem balanço positivo com aposta em outra frente — e CEO quer convencer o mercado de que a virada chegou

27 de março de 2025 - 21:46

Criada em 2000 e com capital aberto desde 2021, empresa que começou com programa de fidelidade vem apostando em produtos financeiros para se levantar, após tombo de 97% no valuation

EFEITO COLATERAL

Tarifas de Trump derrubam montadoras mundo afora — Tesla se dá bem e ações sobem mais de 3%

27 de março de 2025 - 16:38

O presidente norte-americano anunciou taxas de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA; entenda os motivos que fazem os papéis de companhias na América do Norte, na Europa e na Ásia recuarem hoje

ENTREVISTA EXCLUSIVA

CEO da Americanas vê mais 5 trimestres de transformação e e-commerce menor, mas sem ‘anabolizantes’; ação AMER3 desaba 25% após balanço

27 de março de 2025 - 14:58

Ao Seu Dinheiro, Leonardo Coelho revelou os planos para tirar a empresa da recuperação e reverter os números do quarto trimestre

PEQUENOS PASSOS

Em reviravolta, ações da CVC (CVCB3) deixam a ponta negativa do Ibovespa e chegam a subir 6%. Afinal, o resultado do 4T24 é positivo ou negativo? 

27 de março de 2025 - 13:26

A empresa saiu das maiores quedas do Ibovespa para as maiores altas, com o mercado avaliando se os pontos negativos foram maiores do que os positivos; saiba o que fazer com as ações agora

ACORDO COMERCIAL

Oncoclínicas (ONCO3) fecha parceria para atendimento oncológico em ambulatórios da rede da Hapvida (HAPV3)

27 de março de 2025 - 10:38

Anunciado a um dia da divulgação do balanço do quarto trimestre, o acordo busca oferecer atendimento ambulatorial em oncologia na região metropolitana de São Paulo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar