Minerva (BEEF3): Ação cai forte na B3 após rebaixamento por bancão e desvalorização chega a 20% em 2024. É hora de vender os papéis?
Para o BTG Pactual, o rebaixamento da recomendação para “neutro” veio “obviamente atrasado”, já que os riscos do frigorífico aumentaram após o negócio com a Marfrig

A quebra de confiança comumente é metaforizada como um vaso quebrado: uma vez ruído, é praticamente impossível colar todos os pedaços de volta. É possível tentar reconstruí-la, com esforço, desde que quem teve as expectativas frustradas aceite o risco de uma nova tentativa — e é justamente esse o desafio que a Minerva (BEEF3) enfrenta hoje.
O BTG Pactual rebaixou a recomendação das ações BEEF3 de “compra” para “neutro”. Os analistas fixaram um preço-alvo de R$ 8 para os papéis para os próximos 12 meses, implicando em um potencial de valorização de 20% em relação ao último fechamento.
Segundo o banco, o rebaixamento do frigorífico ainda veio “obviamente atrasado”, e é resultado de uma tese frustrada dos investidores em relação ao que a Minerva poderia ser — e do que realmente foi.
As ações da empresa de proteínas rondam as mínimas intradiárias desde a abertura do pregão desta segunda-feira (6). Por volta das 14h05, os papéis BEEF3 caíam 4,17% na bolsa brasileira, a R$ 5,98. No ano, a desvalorização chega a 20%. As ações encerram o dia com queda de 3,85%, a R$ 6,00.
Confira a cobertura de mercados em tempo real do Seu Dinheiro aqui.
Minerva (BEEF3): Tudo para brilhar…
Na avaliação do BTG Pactual, os anos de 2023 e 2024 tinham tudo para ter sido momentos de ouro para a Minerva (BEEF3).
Leia Também
Isso porque a empresa encontrava-se em meio a um ciclo favorável de commodities, com ampla oferta de gado e abertura de novos mercados de exportação para o Brasil, preços da carne bovina apoiados pelo aumento do preço das aves e pela queda na oferta da proteína bovina pelos EUA, o maior produtor mundial.
“Poderia ser a coroação de anos de esforços para racionalizar o balanço e diversificar o fluxo de receitas, para continuar a pagar dividendos e para permitir que a equity story [narrativa de valor, em tradução livre], que durante demasiado tempo funcionou a favor do pagamento dos juros da dívida, brilhasse”, escreveram os analistas, em relatório.
- [Carteira recomendada] 10 ações brasileiras para investir agora e buscar lucros – baixe o relatório gratuito
Desilusão com Minerva (BEEF3)?
Mas a história ansiada pelos investidores foi frustrada. Em vez de continuar com o processo até então bem sucedido de desalavancagem, a companhia de proteínas decidiu se endividar ainda mais, com o pagamento de R$ 7,5 bilhões para abocanhar 16 fábricas de carne bovina da rival Marfrig (MRFG3).
“A Minerva passou de uma história clara de desalavancagem para uma história de alavancagem, exatamente quando alguns ventos favoráveis em termos de custos estão prestes a se inverter entre o fim de 2024 e o início de 2025”, avalia o banco.
Para os analistas, o negócio já não parecia uma boa ideia de investimento desde o início, devido ao “alto preço e ao risco de execução não negligenciável”.
Porém, concederia um valor estratégico atraente se a Minerva se tornasse uma verdadeira líder global no comércio de carne bovina.
Entretanto, o adiamento da aprovação do negócio trouxe novos problemas. Além da cifra bilionária anunciada na aquisição, o valor seria ainda maior por conta da incidência de juros a partir de março deste ano.
“As reações iniciais dos órgãos antitruste do Brasil e do Uruguai sugerem que a aprovação pode vir acompanhada de soluções que poderiam tornar o acordo economicamente menos atraente”, destacou o BTG.
Na visão do BTG Pactual, mesmo que as premissas da Minerva sobre a geração de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e as necessidades de capital de giro estejam corretas, o endividamento da empresa ficará acima do estimado.
Na conta dos analistas, a alavancagem poderá atingir um múltiplo “muito menos confortável” de 3,6 vezes a relação dívida líquida sobre o Ebitda de 2024 após a aquisição dos ativos da Marfrig na América do Sul, bem acima do múltiplo esperado antes do anúncio do negócio, inferior a 2,5 vezes.
Atualmente, o banco prevê que os ativos contribuirão com um Ebitda de R$ 1,1 bilhão. Já a expectativa para o endividamento líquido da Minerva após o acordo é de R$ 15,3 bilhões para o final deste ano.
Tudo está perdido?
Segundo o BTG Pactual, a Minerva possui um valor de firma (EV) composto por apenas 20% de capital próprio e 80% de dívida.
Por isso, o mercado deve esperar uma volatilidade muito intensa nos preços das ações da Minerva, que deve ser ampliada pela estrutura de capital após a aquisição dos ativos da Marfrig, na visão dos analistas.
“Ousaríamos até dizer que vemos as chances de sucesso da Minerva como maiores do que o contrário. Se for esse o caso, o preço das ações provavelmente disparará”, projetam os analistas.
O banco atualmente vê a Minerva sendo negociada a um múltiplo de 3,7 vezes a relação valor de firma sobre o Ebitda (EV/Ebitda). Já depois da compra das fábricas da Marfrig, o múltiplo sobe para 5 vezes, nas contas do BTG.
Porém, para os analistas, a tese de investimento depende inteiramente da capacidade da Minerva de desalavancagem e de reiniciar o processo de transferência de valor da dívida para o capital.
Para incluir as ações BEEF3 na carteira, o BTG Pactual acredita que a convicção na tese de investimentos precisa ser muito maior, já que os riscos existentes são consideráveis.
“Dados os riscos financeiros e operacionais associados à integração desses ativos, mesmo tendo em conta o bom historial de execução da Minerva, tememos que os investidores não estejam dispostos a pagar muito mais até que haja clareza sobre o rumo que as coisas estão a tomar.”
Trump Media estreia na NYSE Texas, mas nova bolsa ainda deve enfrentar desafios para se consolidar no estado
Analistas da Bloomberg veem o movimento da empresa de mídia de Donald Trump mais como simbólico do que prático, já que ela vai seguir com sua listagem primária na Nasdaq
Mais valor ao acionista: Oncoclínicas (ONCO3) dispara quase 20% na B3 em meio a recompra de ações
O programa de aquisição de papéis ONCO3 foi anunciado dias após um balanço aquém das expectativas no quarto trimestre de 2024
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra
Casas Bahia (BHIA3) quer pílula de veneno para bloquear ofertas hostis de tomada de controle; ação quadruplica de valor em março
A varejista propôs uma alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill dias após Rafael Ferri atingir uma participação de cerca de 5%
Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho; ações PCAR3 disparam na B3
A gestora quer propor mudanças na administração em busca de uma “maior eficiência e redução de custos” — a começar pela destituição dos atuais conselheiros
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
O e-commerce das brasileiras começou a fraquejar? Mercado Livre ofusca rivais no 4T24, enquanto Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia apanham no digital
O setor de varejo doméstico divulgou resultados mistos no trimestre, com players brasileiros deixando a desejar quando o assunto são as vendas online
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real
Não é a Vale (VALE3): BTG recomenda compra de ação de mineradora que pode subir quase 70% na B3 e está fora do radar do mercado
Para o BTG Pactual, essa mineradora conseguiu virar o jogo em suas finanças e agora oferece um retorno potencial atraente para os investidores; veja qual é o papel
TIM (TIMS3) anuncia pagamento de mais de R$ 2 bilhões em dividendos; veja quem tem direito e quando a bolada cai na conta
Além dos proventos, empresa anunciou também grupamento, seguido de desdobramento das suas ações
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Não existe almoço grátis no mercado financeiro: verdades e mentiras que te contam sobre diversificação
A diversificação é uma arma importante para qualquer investidor: ajuda a diluir os riscos e aumenta as chances de você ter na carteira um ativo vencedor, mas essa estratégia não é gratuita
Após virar pó na bolsa, Dotz (DOTZ3) tem balanço positivo com aposta em outra frente — e CEO quer convencer o mercado de que a virada chegou
Criada em 2000 e com capital aberto desde 2021, empresa que começou com programa de fidelidade vem apostando em produtos financeiros para se levantar, após tombo de 97% no valuation
Tarifas de Trump derrubam montadoras mundo afora — Tesla se dá bem e ações sobem mais de 3%
O presidente norte-americano anunciou taxas de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA; entenda os motivos que fazem os papéis de companhias na América do Norte, na Europa e na Ásia recuarem hoje
JBS (JBSS3) pode subir 40% na bolsa, na visão de Santander e BofA; bancos elevam preço-alvo para ação
Companhia surpreendeu o mercado com balanço positivo e alegrou acionistas com anúncio de dividendos bilionários e possível dupla listagem em NY
CEO da Americanas vê mais 5 trimestres de transformação e e-commerce menor, mas sem ‘anabolizantes’; ação AMER3 desaba 25% após balanço
Ao Seu Dinheiro, Leonardo Coelho revelou os planos para tirar a empresa da recuperação e reverter os números do quarto trimestre
Oncoclínicas (ONCO3) fecha parceria para atendimento oncológico em ambulatórios da rede da Hapvida (HAPV3)
Anunciado a um dia da divulgação do balanço do quarto trimestre, o acordo busca oferecer atendimento ambulatorial em oncologia na região metropolitana de São Paulo
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
Para o investidor brasileiro, o “buy the dip” não só sustenta uma razão própria como pode funcionar também como instrumento de diversificação, especialmente quando associado às tecnologias de ponta
Lula firma acordos com Japão, mas frustração do mercado ajuda a derrubar as ações dos frigoríficos na bolsa
Em rara visita de Estado ao Japão, o presidente brasileiro e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, firmaram nesta quarta-feira (26) dez acordos de cooperação em áreas como comércio, indústria e meio ambiente