Medo da bomba fiscal? CEO do Bradesco (BBDC4) aponta dado que traz segurança para o banco após balanço sólido
As falas do executivo foram feitas durante um encontro com jornalistas para comentar os resultados do banco
O Bradesco (BBDC4) publicou seus números referentes ao terceiro trimestre nesta quinta-feira (31) e, com dados positivos, as atenções se voltam para o futuro das instituições financeiras.
Isso porque as perspectivas com a deterioração do cenário macroeconômico, em especial com o caminho que a dívida pública está tomando, vem preocupando os integrantes do mercado financeiro.
Ou pelo menos, parte deles.
O CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, afirma que a instituição não trabalha com o mesmo cenário que os operadores que enxergam uma piora substancial do mercado brasileiro em um curto ou médio espaço de tempo.
“Falar em cenário deteriorado é meio etéreo. A gente tem que entender o que é esse cenário. Eu sou otimista com o pé no chão, com base em um cenário concreto”, disse Noronha, durante teleconferência com jornalistas para comentar os resultados do banco.
Ele explicou que o panorama atual de gastos, somado aos juros elevados, impacta diretamente no chamado “risco país”.
Leia Também
Porém, o plano do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de inserir dentro do arcabouço gastos que inicialmente ficaram de fora da conta para cumprir a meta fiscal é algo positivo e pode reverter — ainda que em parte — o cenário mais pessimista.
- Bancos tradicionais ou digitais: quem leva a melhor na temporada de balanços? Cadastre-se sem custos para conferir a divulgação de resultados em primeira mão
Indicador | 3º Trimestre 2024 | Variação Anual | Variação Trimestral |
Lucro Líquido | R$ 5,225 bilhões | 13,10% | 10,80% |
ROE (%) | 12,40% | 1,1 p.p. | 1,0 p.p. |
Carteira de Crédito | R$ 943,9 bilhões | 7,60% | 3,50% |
Como isso afeta os negócios do Bradesco (BBDC4)?
O mercado brasileiro passou a enxergar uma possibilidade maior de juros elevados por um período prolongado. Além disso, a inflação também deve superar o teto da meta estipulado pelo Banco Central neste ano.
“[Esse cenário] impacta todos os negócios, mas cada setor tem que avaliar em que medida”, diz, dando como exemplo o porquê dele não enxergar a possibilidade de uma explosão da inadimplência, mesmo com esse cenário.
O CEO do segundo maior banco privado no Brasil explicou que são dois os principais fatores que impactam na renda da população: inflação e desemprego. Sobre este segundo, Noronha entende que a taxa está em níveis muito baixos e deve se manter assim por algum tempo.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,4% no trimestre terminado em setembro.
Com isso, 58,4% das pessoas em idade de trabalhar no Brasil estão empregadas — o maior nível de ocupação para um terceiro trimestre.
“Com esse nível de emprego, o cenário é relativamente seguro, então estamos fazendo crédito seguro. Continuo otimista com o que a gente vai entregar nos próximos trimestres”, afirmou Noronha, quando perguntado sobre o ritmo de crescimento da carteira de crédito do Bradesco.
O impacto da Cielo nos negócios
Neste trimestre, o Bradesco viu um crescimento bastante significativo das despesas operacionais, que cresceram 9,9% em 12 meses, para R$ 15,1 bilhões. Vale destacar que as projeções de crescimento (guidance) desta linha do balanço apontavam para algo entre 5% e 9% no ano.
De acordo com o banco, parte desse aumento das despesas está em linha com a inflação. Outra parcela é referente à operação com a Cielo (CIEL3), que fechou o capital neste ano.
“Nós sempre vamos demonstrar o impacto da Cielo no balanço para que o mercado trabalhe com bases ajustadas até o final do ano que vem, quando essa operação deve ficar normalizada”, diz Noronha.
Mesmo descartando o efeito da Cielo no balanço, as despesas ainda tiveram um crescimento relativamente alto. O CEO explica que boa parte dele se deve à contratação de pessoal de tecnologia, “que tem uma média salarial um pouco mais alta.”
Provisões menores no Bradesco
Por fim, a linha do balanço que contabiliza as provisões para devedores duvidosos (PDD) também está abaixo do guidance nos primeiros nove meses do ano.
Enquanto as expectativas eram de algo entre R$ 35 bilhões a R$ 39 bilhões, a PDD expandida do banco realizou R$ 22,2 bilhões em proteções do gênero.
Sobre o tema, Marcelo Noronha afirmou não estar “esperando nenhuma surpresa para o quarto trimestre” e ressaltou que o banco trabalha com modelos que garantem uma qualidade maior do crédito.
“Clientes com um rating [avaliação] de crédito tipo AA e B representavam 50% em 2019, e hoje são quase 75%”, diz Noronha. “Toda nossa oferta de crédito se baseia em RAR: retorno ajustado ao risco.”
Esses modelos, explica ele, somados com o cenário base de inflação controlada e desemprego baixo, garantem que a expansão da oferta seja segura para o Bradesco.
Lucro da EZTec (EZTC3) dispara 239% no trimestre e companhia anuncia distribuição milionária de dividendos
O conselho de administração da companhia aprovou mais cedo a declaração de cerca de R$ 181,5 milhões em proventos
Por que o mercado ficou arisco hoje? Ibovespa é arrastado por Nova York e termina dia abaixo de 130 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,7811
Nos Estados Unidos, bolsas também foram puxadas para baixo devido à preocupação com os gastos elevados das big techs
Acima do Prime: focado na alta renda, Bradesco lança Principal, novo segmento para clientes ‘mais que premium’
Nova faixa atenderá clientes do Bradesco com investimentos a partir de R$ 300 mil e renda superior a R$ 25 mil
Uma espiada na carteira do Warren Buffett brasileiro: Luiz Barsi revela duas ações atraentes na B3 — e uma delas pode subir na bolsa a qualquer momento
Uma das apostas é uma seguradora que já subiu 19% na bolsa desde janeiro e ainda tem potencial para mais. A outra é uma ação para o longo prazo.
Magazine Luiza cria a Magalog, empresa de logística com faturamento de R$ 3 bi e 70 clientes
Grupo investiu R$ 1 bilhão no setor nos últimos seis anos antes de lançar novo negócio
Isa Cteep (TRPL4): analista comenta resultado do 3T24 e vê ‘outras alternativas mais interessantes no setor elétrico’ para buscar dividendos
Segundo analista, o resultado operacional da Isa Cteep veio “um pouco acima das expectativas”, mas lucro líquido regulatório apresentou queda na base anual
Ambev: lucro menor no 3T24 deixa sabor amargo e ação cai; é hora de colocar ABEV3 na geladeira?
Segundo a dona de marcas como Skol, Brahma e Budweiser, a queda do resultado está relacionada ao aumento das despesas com imposto no Brasil
Copo meio vazio ou meio cheio? Intelbras (INTB3) divulga 3T24 misto, e analista diz o que fazer com os papéis
Segundo analista da Empiricus, pressão nas margens pode ser ‘sazonal e conjuntural’ – perspectiva é positiva para o futuro próximo
Um negócio das Arábias? BRF compra fatia da Addoha para expandir presença no mercado saudita de frango; BRFS3 lidera altas no Ibovespa e puxa ação da Marfrig (MRFG3)
Por meio de uma joint-venture no país árabe, a BRF vai desembolsar US$ 84,3 milhões por 26% da empresa de abate de frangos
É oficial: AES Brasil e Auren (AURE3) criam a 3ª maior geradora de energia do país — mas maioria dos acionistas de AESB3 pula fora do negócio
Para além da combinação de negócios, as empresas de energia elétrica divulgaram ontem os balanços do terceiro trimestre de 2024; confira os números
Ressaca na fusão: EMS retira proposta para combinar negócios com a Hypera (HYPE3), que reage em forte queda na B3
Negócio entre Hypera e EMS criaria a maior companhia farmacêutica do Brasil, com R$ 16 bilhões de receita e 17% do mercado brasileiro
Cada um com suas preferências: Ibovespa reage a balanços do Bradesco e da Ambev e à Pnad Contínua enquanto Wall Street aguarda PCE
Índice de inflação preferido do Fed será divulgado hoje nos EUA; aqui, investidores olham para dados de emprego e desemprego
Lucro do Bradesco (BBDC4) cresce 13% e atinge os R$ 5,2 bilhões no 3T24; rentabilidade volta a subir, mas despesas também aumentam
As despesas operacionais do Bradesco subiram 9,9% em 12 meses, para R$ 15,1 bilhões, enquanto a receita com prestação de serviços somaram R$ 9,9 bilhões
Selic em alta não é motivo para fugir para a renda fixa: tubarões do mercado revelam estratégia para escolher boas ações para lucrar na bolsa
Para os gestores Florian Bartunek e César Paiva, a “maré de azar” vivenciada na renda variável hoje abre oportunidade para quem quer comprar ações baratas e de qualidade na B3
Log (LOGG3) dobra lucro no 3T24 e CEO ainda vê amplo espaço para crescer, mas cenário macro preocupa
Empresa de galpões logísticos mantém planos de expansão, mas juro menor e cumprimento do arcabouço fiscal ajudariam negócio, diz CEO da Log
BYD vs. Tesla: vendas da chinesa superam as da montadora de Elon Musk pela primeira vez e acirram disputa de veículos elétricos
No terceiro trimestre, as vendas da BYD chegaram a US$ 28,2 bilhões; montadora americana registrou US$ 25,2 bilhões
Santander (SANB11): mesmo com bons números no 3º trimestre, analista não vê boa relação risco-retorno para investir agora e recomenda ação de concorrente
Nesta semana, o Santander Brasil (SANB11) abriu a temporada de resultados do 3º trimestre de 2024 para os bancões brasileiros com bons números, na avaliação do mercado. Entre julho e setembro, o banco teve lucro líquido gerencial de R$ 3,66 bilhões, alta de 34,3% na base anual, e levemente acima das projeções, e 10% maior […]
Educação em alta: Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) sobem até 4% na bolsa hoje com perspectivas de melhora nos balanços; saiba o que esperar
Parte da explicação do otimismo nesta quarta-feira está no fato de que as ações das empresas já caíram 37% em 12 meses
A fábrica de bilionários surpreende mais uma vez: lucro da Weg (WEGE3) cresce 20% no ano, mas ação cai mais 5% hoje — analistas chamam atenção para esta linha do balanço
Na visão dos analistas do BTG Pactual, a margem Ebitda cresceu aquém do esperado neste trimestre, após atingir recorde nos três meses anteriores
Acima do black: Conheça os melhores benefícios que os bancos oferecem no cartão de crédito – incluindo jatinho, hotéis de luxo e assistente pessoal
Mirando o público de altíssima renda, bancos investem em cartões com mais vantagens ‘fora do comum’ e atendimento cada vez mais personalizado; anuidades podem chegar a R$ 25 mil