Klabin (KLBN11) supera expectativa com balanço forte e lucro quase três vezes maior no 3T24 — mas esse bancão ainda não recomenda compra
O lucro líquido chegou a R$ 729 milhões entre julho e setembro, uma alta de 197,5% em relação ao mesmo período de 2023
Os acionistas da Klabin (KLBN11) receberam um motivo para celebrar nesta segunda-feira (4) chuvosa: um balanço mais forte que o esperado pelos analistas no terceiro trimestre de 2024.
O lucro líquido da gigante de papel e celulose chegou a R$ 729 milhões entre julho e setembro. Isso significa que o montante praticamente triplicou em relação ao mesmo período de 2023, com uma alta de 197,5% em base anual.
A reação inicial ao resultado do 3T24 foi positiva. As units da Klabin (KLBN11) subiam 2,43% por volta das 12h, negociadas a R$ 21,53. No ano, os papéis acumulam valorização da ordem de 9% na B3.
Veja outros destaques do balanço da Klabin no 3T24:
A receita líquida total da Klabin (KLBN11) chegou a R$ 4,99 bilhões entre julho e setembro, avanço de 14% em relação a igual intervalo do ano passado.
Segundo a empresa, o desempenho reflete o aumento de preço da celulose em todas as fibras e de “containerboard”, além do crescimento no volume de vendas de papéis e embalagens e a valorização do dólar sobre as exportações no período.
A companhia ainda alcançou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado — indicador usado para mensurar a capacidade de geração de caixa de uma empresa — de R$ 1,8 bilhão, aumento de 33% na base anual.
Leia Também
Confira outras linhas do balanço do 3T24:
- Fluxo de caixa livre (FCF): R$ 485 milhões, revertendo a queima de R$ 237 milhões no 3T23;
- Endividamento líquido: R$ 29,5 bilhões, +41% a/a;
- Alavancagem (em reais): 4,1 vezes, +0,7 vez a/a;
- Custo caixa total por tonelada: R$ 3.091, +4% a/a;
- Investimentos: R$ 767 milhões, -30% a/a.
O volume total de vendas, excluindo madeira, teve leve retração de 3% no comparativo anual, a 938 mil toneladas. O desempenho foi impulsionado pelo segmento de papéis, que teve aumento de 25% nas vendas de papel-cartão e de 31% em “containerboard”.
Com balanço forte no 3T24, é hora de comprar Klabin (KLBN11)? Não segundo esse bancão
De acordo com o Itaú BBA, o resultado do terceiro trimestre foi “sequencialmente mais fraco”, pressionado por volumes mais fracos do segmento de celulose e os custos mais altos no segmento de papel e embalagens. No entanto, os números ainda vieram melhores que as projeções dos analistas.
Para o BTG Pactual, o balanço da Klabin foi resiliente e superou as expectativas mais conservadoras do banco, com uma forte geração de fluxo de caixa livre apoiada pelo efeito positivo do capital de giro.
O fluxo de caixa livre ajustado da companhia no trimestre, que desconsidera fatores discricionários e projetos de expansão, foi de R$ 1,14 bilhão. Com isso, o rendimento de FCF ajustado (yield) foi de 12,7% nos últimos doze meses.
“Olhando para o futuro, com o aumento de caixa de R$ 1,8 bilhão do Projeto Plateau e a nova política de dividendos, esperamos que a alavancagem diminua gradualmente”, projetou o banco.
Na visão dos analistas, a Klabin é uma empresa bem administrada, de baixa volatilidade e crescimento diversificado, oferecendo um porto seguro, principalmente em um cenário de real mais fraco.
“Agora vemos a empresa mais comprometida com os esforços de desalavancagem, a fim de sustentar um balanço patrimonial mais saudável”, disse o BTG.
Vale lembrar que a Klabin anunciou na semana passada novas políticas de dividendos e de endividamento.
Agora, a companhia estipula como limite de endividamento durante ciclos de investimento um múltiplo de alavancagem de 3,9 vezes por um período de 12 meses. Já do lado dos proventos, o novo plano reduziu os valores distribuídos aos investidores para uma faixa de 10% a 20% do Ebitda ajustado.
Para os analistas, a Klabin ainda é uma boa pedida para manter a exposição ao dólar. Nas contas do banco, a cada 10% de depreciação do real frente à divisa norte-americana, o Ebitda da produtora de papel e celulose deve registrar um impacto positivo de 13%.
Na avaliação do BTG Pactual, a Klabin está preparada para se beneficiar de ventos favoráveis na maioria de suas unidades de negócios no curto prazo — o que deve gerar um impulso de lucros “decente” nos próximos trimestres.
Segundo os analistas, o mercado ainda não colocou na conta das projeções para a Klabin o potencial crescimento de resultados — especialmente do lado das tendências positivas para "kraftliner" e papelão ondulado, diante do avanço dos projetos Puma II e Figueira.
Apesar das perspectivas otimistas, o BTG avalia que ainda não é hora de comprar Klabin. O banco possui recomendação neutra para KLBN11 devido ao valuation mais premium em relação aos pares setoriais regionais. Hoje, a empresa é avaliada a um múltiplo de 7 vezes a relação entre valor de firma e Ebitda de 2025.
Selic a 15% ao ano, inflação e fantasma fiscal: por que a Kinea está vendida na bolsa brasileira?
Responsável por mais de R$ 132 bilhões em ativos, a gestora afirma que “existem melhores oportunidades no exterior”; veja onde a Kinea investe hoje
Em meio às incertezas das commodities, entenda por que as ações da Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) são “refúgios” no setor de celulose, segundo o BTG
Valorização do dólar e fundamentos sólidos colocam as ações das produtoras de papel como apostas seguras no segmento
O dólar não vai parar de subir? Moeda americana segue acima de R$ 6 e bancão diz o que esperar para o fim do ano e para 2025
O UBS BB também fez projeções para a taxa de juros no Brasil; Banco Central tem reunião marcada para a próxima semana — a última sob o comando de Roberto Campos Neto
Tchau, Lemann: Grendene (GRND3) rescinde joint venture no exterior com a 3G Capital e se torna a única dona da GGB
A dona das marcas de calçados Melissa, Ipanema e Rider vai pagar em torno de US$ 10,5 milhões à gestora de Jorge Paulo Lemann para adquirir 50,1% da GGB
Não deu tempo? Focus fica imune à reação do mercado ao pacote fiscal e mantêm projeções para dólar e juros
Enquanto as projeções para a inflação e o PIB subiram, as estimativas para o dólar e os juros permaneceram estáveis
Substituição no time do Ibovespa: entra Marcopolo e saem Eztec e Alpargatas
Vale dizer que ainda devem ser publicadas mais duas prévias até o fim de dezembro para composição do índice para o próximo quadrimestre
Executada com sucesso: Hapvida (HAPV3) anuncia conclusão da fusão com NotreDame — veja o que esperar a partir de agora
Ao longo deste ano, a Hapvida informa que cerca de 400 unidades assistenciais e administrativas foram integradas e mais de 6 milhões de beneficiários foram migrados
Botafogo bota fogo na bolsa: semana cheia começa com investidores acompanhando fôlego do Trump Trade
Ao longo dos próximos dias, uma série de relatórios de empregos nos Estados Unidos serão publicados, com o destaque para o payroll de sexta-feira
Agenda econômica: Payroll, Livro Bege e discurso do presidente do Fed dominam a semana; no Brasil, PIB ganha destaque
Agenda econômica desta semana conta ainda com relatório Jolts nos EUA e PIB na Zona do Euro; no cenário nacional, pacote fiscal e dados da inflação do país ficam no radar
O Ethereum (ETH) ficou de lado? Criptomoeda come poeira do Bitcoin (BTC) e é “coadjuvante apagada” no bull market de 2024
Apesar do comportamento relativamente apagado, a avaliação de especialistas é que o ativo digital deve sustentar o posto de vice-líder no setor durante este ciclo de alta
Nova CEO da Ânima (ANIM3) mira mercado de R$ 100 bilhões com expansão em ensino ampliado — mas bets, juros e fiscal continuam a fazer pressão
Paula Harraca assumiu o cargo de CEO em julho, com o desafio não só de fazer a Ânima crescer em diferentes frentes, como também tentar chamar a atenção de um mercado arredio para o grupo
Mesmo com pacote de corte de gastos, Brasil carrega a “pedra fiscal” de Sísifo — mas há um FII atraente para os mais avessos a risco
No Brasil, mesmo com o projeto de corte de gastos, seguimos com um problema fiscal significativo para os próximos anos
Oxxo fora dos planos da Raízen (RAIZ4), dividendos da Vale (VALE3) e previdência privada: as mais lidas da semana no Seu Dinheiro
A potencial venda da participação da Raízen no Grupo Nós, dono da marca Oxxo no Brasil, foi destaque no Seu Dinheiro; veja as matérias mais lidas dos últimos dias
Dividendos e novo guidance: RD Saúde (RADL3) anuncia mais de R$ 123 milhões em JCP e revisa projeções de 2025 para cima
A gigante das farmácias revisou a previsão de abertura de lojas no ano que vem; agora, a empresa prevê a inauguração bruta de 330 a 350 unidades
MRV (MRVE3) e Localiza (RENT3) em queda livre: O que causou o colapso das ações na bolsa nesta semana?
O desempenho negativo das ações locais — em especial, das empresas cíclicas, como é o caso da MRV e da Localiza — acompanhou a repercussão do plano fiscal
Ricardo Mussa renuncia como CEO da Cosan Investimentos após menos de um mês — e também abandona conselhos da Raízen (RAIZ4) e da Cosan (CSAN3)
O executivo deixa o grupo de Rubens Ometto após quase duas décadas no conglomerado, em meio à forte pressão sobre as finanças da Cosan e de suas controladas
Com alta de mais de 38%, bitcoin domina o ranking de maiores investimentos do mês; dólar dispara e aparece no pódio
O cenário político doméstico e internacional foi um dos fatores que mais pesou para o bom desempenho do bitcoin e do dólar em novembro
Itaú Asset lança dois novos ETFs com foco em ações, BDRs e renda fixa — e não é a única com novidades no portfólio
Além dos fundos de índice da Itaú Asset, a BB Asset estreou um novo ETF, e a bolsa brasileira lançou uma versão calibrada do Ibovespa para quem deseja investir em ações
As ações da Suzano (SUZB3) podem se beneficiar do dólar a R$ 6? BTG Pactual diz se é hora de aproveitar o rali da moeda para incluir o papel na carteira
O banco destaca a atratividade das ações da companhia, negociadas a múltiplos considerados baixos, com potencial de valorização de 36%
A queridinha dos dividendos está de volta: Vale (VALE3) vai depositar R$ 2,2 bilhões em JCP na conta dos acionistas
O montante será depositado na forma de juros sobre o capital próprio (JCP), e a expectativa é que o valor total bruto gire em torno de R$ 0,52053 por ação