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Renan Sousa
Renan Sousa
É repórter do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP) e já passou pela Editora Globo e SpaceMoney.
INVESTIMENTOS

Seguro mais seguro: por que o JP Morgan elevou recomendação para IRB Re (IRBR3) mesmo com catástrofe no RS?

Nas contas do banco norte-americano, o IRB é a companhia de seguros mais exposta ao RS, podendo ter um impacto de 15% a até 30% nos lucros até o fim de 2024

Renan Sousa
Renan Sousa
17 de maio de 2024
11:07 - atualizado às 18:30
Imagem de um celular com o logo do IRB (IRBR3) sendo exibido na tela | Ibovespa
Imagem de um celular com o logo do IRB (IRBR3) exibido na tela - Imagem: Shutterstock

O IRB Re (IRBR3) recebeu mais boas notícias menos de uma semana após a publicação do seu balanço do primeiro trimestre deste ano. O JP Morgan elevou a recomendação das ações da empresa de resseguros de “Underweight” — o equivalente a venda — para “neutro” nesta sexta-feira (16).

Contudo, mesmo com um o lucro líquido que cresceu quase dez vezes na passagem do 1T23 para o 1T24 — de R$ 8,6 milhões para R$ 79,1 milhões —, um problema apareceu no radar. 

Isso porque a seguradora é uma das empresas com maior exposição à tragédia que acometeu o Rio Grande do Sul (RS) recentemente.

Os impactos podem acontecer em diversas linhas de atuação do IRB, como o de seguros patrimonial, o rural e o residencial. 

De acordo com a empresa, ainda não é possível estimar os impactos orçamentários da catástrofe no resultado da companhia.

Contudo, na visão do JP Morgan, os efeitos devem ser mais limitados do que se espera — e a queda dos papéis foi “muito superior” aos possíveis impactos da tragédia no resultado da empresa.

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Esse relativo alívio na perspectiva de perdas fez com que as ações IRBR3 figurassem entre as maiores altas do Ibovespa nesta sexta-feira (17). Os papéis fecharam em 0,40%, cotados a para R$ 37,42. Acompanhe nossa cobertura de mercados.

Na ponta do lápis: quanto o IRB Re (IRBR3) será afetado?

Nas contas do banco norte-americano, o IRB é a companhia de seguros mais exposta ao RS, podendo ter um impacto de 15% a até 30% nos lucros até o fim de 2024.

Em relatório recente, o impacto orçamentário antes dos impostos (earnings before taxes ou EBT) pode variar de R$ 80 milhões a R$ 160 milhões.

Porém, a ação da resseguradora chegou a registrar uma queda de 16% nas últimas semanas — parcialmente compensada pelas boas notícias da empresa —, muito acima da estabilidade registrada pelo Ibovespa no período.

Isso implicaria em uma perda de valor de mercado da ordem de R$ 600 milhões — ou o que, na visão do JP Morgan, é bastante alto.

Vale lembrar que o IRB  Re é a maior resseguradora do Brasil, tendo cerca de 15% de participação no mercado e sendo 1,5x maior do que a segunda colocada. “A perda de valor de mercado superestima as perdas no RS, em nossa visão”, concluem os analistas.

Além disso, a empresa é negociada a 0,8x P/BV (preço sobre valor da empresa, em tradução livre). Em outras palavras, isso significa que o IRB está subvalorizado, nas contas do JP Morgan.

Recapitulando a história

O IRB era uma empresa considerada sólida, até os fatídicos problemas aparecerem em fevereiro de 2020.

Naquela época, a gestora Squadra apontou a existência de fraude contábil nos balanços da resseguradora.

Desde então, as ações amargam perdas da ordem de 90%.

No entanto, “a empresa apresentou resultados impressionantes até 2019, quando começaram os problemas, com uma onda de saídas da gestão”, destaca o JP Morgan.

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