🔴 ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO? ACESSE DE GRÇA MAIS DE 20 RECOMENDAÇÕES CLIQUE AQUI

Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
SETOR IMOBILIÁRIO

Incorporadora da MRV (MRVE3) nos EUA vende imóvel por US$ 118,5 milhões — mas queima de caixa da Resia segue no radar

A venda gerou um cap rate (taxa de capitalização, em português) estimado de 5,65%, com um yield on cost (dividendos em relação ao preço médio de aquisição) projetado de 6,2%

Camille Lima
Camille Lima
30 de setembro de 2024
11:38 - atualizado às 10:50
Sede da MRV
Sede da MRV - Imagem: Divulgação/Rodrigo Gomes

Em meio a queima de caixa e um cenário apertado para a incorporação nos Estados Unidos, a Resia — operação norte-americana da MRV (MRVE3) — movimentou o mercado na manhã desta segunda-feira (30) com o anúncio da venda de um imóvel em Miami.

Batizado de Resia Old Cutler, o empreendimento da incorporadora especializada no desenvolvimento e construção de imóveis residenciais multifamiliares conta com 390 unidades distribuídas em 8 edifícios.

O negócio foi fechado por um valor geral de venda (VGV) de US$ 118,5 milhões (R$ 650,99 milhões, no câmbio atual), equivalente a US$ 304 mil por unidade. 

Considerando o custo de US$ 108 milhões, a operação rendeu à incorporadora da MRV nos EUA um lucro bruto de US$ 11 milhões. Por sua vez, a margem bruta da transação chegou a 9,3%.

A venda gerou um cap rate (taxa de capitalização, em português) estimado de 5,65%, com um yield on cost (dividendos em relação ao preço médio de aquisição) projetado de 6,2%. 

O cap rate é usado para medir o retorno de um investimento imobiliário por meio da relação entre a receita gerada pelo ativo e o preço de venda. Isso significa que, quanto maior for a quantia recebida pelo vendedor, menor o indicador.

Leia Também

A operação foi fechada em 27 de setembro, com recebimento do pagamento programado para a primeira semana de outubro.

"O mercado de locação multifamily nos Estados Unidos, especialmente no Sul e Sudeste, possui um enorme potencial”, disse o CEO da MRV&CO e copresidente do grupo, Rafael Menin, em nota.

Vale destacar que o mercado de empreendimentos residenciais multifamiliares abrange edifícios ou complexos com várias unidades residenciais individuais pertencentes a investidores institucionais, que compram prédios inteiros para alugar. 

Com isso, os aluguéis gerados com os empreendimentos podem ser direcionados diretamente para a empresa dona do imóvel, que é responsável pela gestão, ou para fundos de investimento imobiliários (FIIs) especializados.

Atualmente, a Resia está presente em Dallas e Houston, no Texas, Atlanta, na Geórgia, e em Miami e West Palm Beach, na Flórida. A incorporadora planeja construir 5 mil unidades por ano a partir de 2025.

As ações da MRV iniciaram o dia em leve queda, com recuo de 0,41% por volta das 10h30, cotadas a R$ 7,31. No ano, a desvalorização chega a 35% na B3.

A situação da Resia

Apesar do tom positivo da venda na Flórida anunciada nesta manhã, a queima de caixa continua a fazer pressão sobre a Resia. 

No segundo trimestre, a geração de caixa da operação norte-americana foi negativa em R$ 370 milhões, uma piora de quase quatro vezes em relação ao mesmo período de 2023. 

A incorporadora da MRV também registrou um prejuízo líquido de R$ 61 milhões entre abril e junho, acima das perdas de R$ 41 milhões reportadas em igual intervalo do ano passado.

Vale relembrar que, quando anunciou projeções para este ano, em março, a MRV afirmou que a Resia tem uma regra de ouro: não queimar caixa em 2024.

“O capital da MRV Brasil não vai para a Resia e a expectativa é gerar caixa neste ano. Essa companhia terá muito valor para capturar quando começar a queda de juros dos EUA”, afirmou Menina na ocasião.

A operação norte-americana é um dos pontos de atenção para a XP. De acordo com a corretora, o lucro líquido da Resia deve continuar fraco, impactado por um cenário ainda incerto para as vendas do portfólio nos EUA. 

O que dizem os analistas sobre a incorporadora da MRV (MRVE3) nos EUA

Para o Goldman Sachs, ainda que a margem bruta na venda do Resia Old Cutler seja menor do que a média histórica, de 43%, e reflita um mercado de transações desafiador nos EUA, toca em um dos principais problemas da MRV: o aumento da alavancagem.

No segundo trimestre, a alavancagem da MRV atingiu 125%. Porém, se os recursos levantados com a operação fossem usados ​​para reduzir a dívida, o preço de venda de US$ 119 milhões poderia reduzir a alavancagem para 118%, segundo os analistas. 

Vale lembrar que a Resia tem sido um impulsionador-chave para o aumento do endividamento na MRV, respondendo por aproximadamente 40% da alavancagem total da companhia fundada por Rubens Menin. 

“Embora o declínio dos pipelines de construção possa beneficiar os fundamentos para imóveis multifamiliares, os mercados de transações continuam apertados com financiamento limitado”, escreveram os analistas.

O Goldman Sachs manteve a recomendação neutra para as ações da MRV (MRVE3), com preço-alvo de R$ 8,50 para os próximos 12 meses, o que implica em uma valorização potencial de 15% em relação ao último fechamento.

A meta de preço fixada pelos analistas considera um desconto de cerca de 30% em relação ao valor patrimonial líquido, reflexo do impacto da crescente alavancagem da empresa, segundo o banco.

Na avaliação do Goldman Sachs, os principais riscos negativos para a MRV são o avanço mais rápido e forte do que o esperado da competição, dadas as baixas barreiras de entrada no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Os analistas ainda destacam uma potencial piora no mercado dos EUA para fusões e aquisições e refinanciamento, o que poderia representar uma necessidade de injeção de capital na Resia.

Além disso, qualquer julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre as taxas de remuneração do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) poderia afetar as taxas de juros de hipotecas do MCMV e pressionar a MRV.

No entanto, há potenciais catalisadores que poderiam ajudar a ação da MRV, como uma desalavancagem adicional significativa por meio da Resia e a expansão da margem bruta e geração de caixa melhores do que o esperado para a companhia.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEM APETITE PELO BRASIL

Selic a 15% ao ano, inflação e fantasma fiscal: por que a Kinea está vendida na bolsa brasileira?

2 de dezembro de 2024 - 17:12

Responsável por mais de R$ 132 bilhões em ativos, a gestora afirma que “existem melhores oportunidades no exterior”; veja onde a Kinea investe hoje

BARGANHAS?

Em meio às incertezas das commodities, entenda por que as ações da Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) são “refúgios” no setor de celulose, segundo o BTG

2 de dezembro de 2024 - 14:55

Valorização do dólar e fundamentos sólidos colocam as ações das produtoras de papel como apostas seguras no segmento

BOA NOTÍCIA PARA OS COTISTAS

Os dividendos do Maxi Renda (MXRF11) vão voltar a subir; veja quanto o maior fundo imobiliário da B3 pagará aos cotistas

2 de dezembro de 2024 - 13:31

O FII distribuirá cerca de R$ 0,10 por cota, o que representa uma alta de cerca de 11,1% em relação à cifra depositada nos últimos três meses

VAI VOLTAR PARA R$ 5?

O dólar não vai parar de subir? Moeda americana segue acima de R$ 6 e bancão diz o que esperar para o fim do ano e para 2025

2 de dezembro de 2024 - 12:53

O UBS BB também fez projeções para a taxa de juros no Brasil; Banco Central tem reunião marcada para a próxima semana — a última sob o comando de Roberto Campos Neto

EXPANSÃO INTERNACIONAL

Tchau, Lemann: Grendene (GRND3) rescinde joint venture no exterior com a 3G Capital e se torna a única dona da GGB

2 de dezembro de 2024 - 12:46

A dona das marcas de calçados Melissa, Ipanema e Rider vai pagar em torno de US$ 10,5 milhões à gestora de Jorge Paulo Lemann para adquirir 50,1% da GGB

BOLETIM FOCUS

Não deu tempo? Focus fica imune à reação do mercado ao pacote fiscal e mantêm projeções para dólar e juros

2 de dezembro de 2024 - 12:09

Enquanto as projeções para a inflação e o PIB subiram, as estimativas para o dólar e os juros permaneceram estáveis

REBALANCEAMENTO DO ÍNDICE

Substituição no time do Ibovespa: entra Marcopolo e saem Eztec e Alpargatas

2 de dezembro de 2024 - 10:45

Vale dizer que ainda devem ser publicadas mais duas prévias até o fim de dezembro para composição do índice para o próximo quadrimestre

TUDO JUNTO E MISTURADO

Executada com sucesso: Hapvida (HAPV3) anuncia conclusão da fusão com NotreDame — veja o que esperar a partir de agora

2 de dezembro de 2024 - 8:50

Ao longo deste ano, a Hapvida informa que cerca de 400 unidades assistenciais e administrativas foram integradas e mais de 6 milhões de beneficiários foram migrados

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Botafogo bota fogo na bolsa: semana cheia começa com investidores acompanhando fôlego do Trump Trade 

2 de dezembro de 2024 - 8:06

Ao longo dos próximos dias, uma série de relatórios de empregos nos Estados Unidos serão publicados, com o destaque para o payroll de sexta-feira

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Payroll, Livro Bege e discurso do presidente do Fed dominam a semana; no Brasil, PIB ganha destaque

2 de dezembro de 2024 - 7:02

Agenda econômica desta semana conta ainda com relatório Jolts nos EUA e PIB na Zona do Euro; no cenário nacional, pacote fiscal e dados da inflação do país ficam no radar

O RALI CRIPTO

O Ethereum (ETH) ficou de lado? Criptomoeda come poeira do Bitcoin (BTC) e é “coadjuvante apagada” no bull market de 2024

1 de dezembro de 2024 - 17:37

Apesar do comportamento relativamente apagado, a avaliação de especialistas é que o ativo digital deve sustentar o posto de vice-líder no setor durante este ciclo de alta

O DESAFIO DO CRESCIMENTO

Nova CEO da Ânima (ANIM3) mira mercado de R$ 100 bilhões com expansão em ensino ampliado — mas bets, juros e fiscal continuam a fazer pressão

1 de dezembro de 2024 - 14:02

Paula Harraca assumiu o cargo de CEO em julho, com o desafio não só de fazer a Ânima crescer em diferentes frentes, como também tentar chamar a atenção de um mercado arredio para o grupo

DÉCIMO ANDAR

Mesmo com pacote de corte de gastos, Brasil carrega a “pedra fiscal” de Sísifo — mas há um FII atraente para os mais avessos a risco

1 de dezembro de 2024 - 9:09

No Brasil, mesmo com o projeto de corte de gastos, seguimos com um problema fiscal significativo para os próximos anos

BOMBOU NO SD

Oxxo fora dos planos da Raízen (RAIZ4), dividendos da Vale (VALE3) e previdência privada: as mais lidas da semana no Seu Dinheiro 

30 de novembro de 2024 - 17:07

A potencial venda da participação da Raízen no Grupo Nós, dono da marca Oxxo no Brasil, foi destaque no Seu Dinheiro; veja as matérias mais lidas dos últimos dias

ATENÇÃO, ACIONISTA

Dividendos e novo guidance: RD Saúde (RADL3) anuncia mais de R$ 123 milhões em JCP e revisa projeções de 2025 para cima

30 de novembro de 2024 - 15:30

A gigante das farmácias revisou a previsão de abertura de lojas no ano que vem; agora, a empresa prevê a inauguração bruta de 330 a 350 unidades

BOLSA NA SEMANA

MRV (MRVE3) e Localiza (RENT3) em queda livre: O que causou o colapso das ações na bolsa nesta semana?

30 de novembro de 2024 - 14:03

O desempenho negativo das ações locais — em especial, das empresas cíclicas, como é o caso da MRV e da Localiza — acompanhou a repercussão do plano fiscal

AS MUDANÇAS NÃO PARAM

Ricardo Mussa renuncia como CEO da Cosan Investimentos após menos de um mês — e também abandona conselhos da Raízen (RAIZ4) e da Cosan (CSAN3)

30 de novembro de 2024 - 10:25

O executivo deixa o grupo de Rubens Ometto após quase duas décadas no conglomerado, em meio à forte pressão sobre as finanças da Cosan e de suas controladas

BALANÇO DE NOVEMBRO

Com alta de mais de 38%, bitcoin domina o ranking de maiores investimentos do mês; dólar dispara e aparece no pódio

29 de novembro de 2024 - 19:31

O cenário político doméstico e internacional foi um dos fatores que mais pesou para o bom desempenho do bitcoin e do dólar em novembro

NOVOS PRODUTOS

Itaú Asset lança dois novos ETFs com foco em ações, BDRs e renda fixa — e não é a única com novidades no portfólio

29 de novembro de 2024 - 16:02

Além dos fundos de índice da Itaú Asset, a BB Asset estreou um novo ETF, e a bolsa brasileira lançou uma versão calibrada do Ibovespa para quem deseja investir em ações

PAPEL ESTÁ BARATO?

As ações da Suzano (SUZB3) podem se beneficiar do dólar a R$ 6? BTG Pactual diz se é hora de aproveitar o rali da moeda para incluir o papel na carteira

29 de novembro de 2024 - 15:20

O banco destaca a atratividade das ações da companhia, negociadas a múltiplos considerados baixos, com potencial de valorização de 36%

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar