Eletrobras (ELET3) levanta R$ 4,7 bilhões com venda de termelétricas — e ainda diminui o risco do portfólio
O negócio inclui os últimos ativos termoelétricos da Eletrobras em operação, localizados nos estados do Amazonas e Rio de Janeiro
![Eletrobras](https://media.seudinheiro.com/uploads/2024/05/Eletrobras-ELET3-montagem-715x402.jpg)
A Eletrobras (ELET3) anunciou nesta segunda-feira (10) que venderá seu portfólio termoelétrico para a Âmbar Energia. Com o acordo, a ex-estatal federal receberá R$ 4,7 bilhões pelos ativos.
Deste total, aproximadamente R$ 1,2 bilhão será a título de earn-out, condicionado ao cumprimento de determinadas metas estipuladas em contrato.
De acordo com fato relevante enviado à CVM, a operação permitiu a maximização do valor dos ativos da companhia com “adequada alocação de risco” — eliminando os impactos de inadimplência de contratos de venda de energia elétrica.
Outro objetivo da transação é acelerar o atingimento de uma das metas de sustentabilidade da Eletrobras, de zerar a emissão de carbono até 20230
“As iniciativas reforçam o compromisso da companhia de mitigar riscos operacionais e financeiros, avançar na otimização de seu portfólio e alocação de capital”, disse a empresa.
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O negócio térmico da Eletrobras (ELET3)
A venda dos ativos da Eletrobras (ELET3) foi resultado de um processo competitivo iniciado em julho do ano passado.
O negócio inclui os últimos ativos termoelétricos da Eletrobras em operação, localizados nos estados do Amazonas e Rio de Janeiro: as unidades Mauá III; Rio Negro; Aparecida; Anamã; Anori; Codajás; Caapiranga; e Santa Cruz.
Além disso, a transação abrange os direitos de reversão dos produtores independentes de energia (PIEs) das unidades térmicas Cristiano Rocha, Manauara, Jaraqui, Tambaqui e Ponta Negra.
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As unidades possuem capacidade instalada total de 2 gigawatts (GW) e prazo médio de contratação de cerca de 2 anos na UTE Santa Cruz — operada pela Furnas no RJ — e de aproximadamente 6 anos para o perímetro Eletronorte, no Amazonas.
Segundo a empresa, o portfólio será transferido para a Âmbar sem nenhuma dívida ou caixa.
Em termos financeiros, os ativos vendidos resultaram em uma receita líquida de R$ 2,4 bilhões para a Eletrobras no ano passado.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) — usado pelo mercado como uma forma de mensurar a geração de caixa de uma empresa — foi de R$ 1,1 bilhão.
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Além da venda…
A Eletrobras (ELET3) ainda assinou nesta segunda-feira outros dois acordos com a Âmbar Energia.
O primeiro deles assegura que, em caso de “operação subsequente envolvendo transferência do controle da distribuidora, contraparte dos contratos de energia dos ativos termoelétricos”, a Eletrobras cederá a totalidade dos créditos para a Âmbar.
Por sua vez, a companhia terá opção de compra para possibilitar a “captura do benefício econômico” resultante da recuperação operacional e financeira da distribuidora.
Já o outro contrato tem relação com a compra do complexo eólico Baleia, anunciada em meados de setembro de 2023.
Com o aditamento do documento, a Eletrobras poderá assumir o resultado integral do direito de recebimento da ação de cobrança sobre a indenização securitária das unidades adquiridas, que ainda está em discussão com a seguradora.
O que dizem os analistas sobre o negócio da Eletrobras
Na avaliação do Itaú BBA, o negócio entre a Eletrobras (ELET3) e a Âmbar Energia foi "altamente positivo".
"A empresa estabeleceu com sucesso um quadro de transações robusto, com vantagens claras, ao mesmo tempo que abordou questões importantes relacionadas com o crédito", escreveu o banco, em relatório.
Nas contas dos analistas, o potencial desinvestimento de participações minoritárias em outras empresas poderia gerar R$ 5 bilhões extras para a Eletrobras.
Segundo o Itaú BBA, com os recursos da emissão de dívida realizada na última semana e da venda de ativos, a Eletrobras teria os recursos necessários para um potencial acordo com o governo federal sobre a disputa de direitos de voto.
Para os analistas, a companhia potencialmente precisaria de mais de R$ 20 bilhões em pagamentos anteriores da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um fundo usado para bancar subsídios do setor de energia e cobrado diretamente de tarifas dos consumidores.
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