🔴 É HOJE! ESTRATÉGIA QUE PODE MULTIPLICAR 14x O SEU INVESTIMENTO SERÁ REVELADA – CONFIRA

Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
TENDÊNCIAS DO VAREJO

É o fim do multimarcas no varejo? Por que a Americanas (AMER3) decidiu encerrar os sites Shoptime e Submarino

No início de julho, a gigante do varejo, em recuperação judicial, anunciou a incorporação das duas marcas à plataforma principal. Entenda o que está por trás da decisão

Camille Lima
Camille Lima
24 de julho de 2024
6:10 - atualizado às 18:12
Fachada da Americanas; estágio
Fachada da Americanas - Imagem: Divulgação

Há alguns anos, sentar-se no sofá de casa numa tarde qualquer para acompanhar as ofertas de itens de casa e decoração no canal TV Shoptime era uma cena comum no dia a dia dos brasileiros. Ou mesmo ligar o computador para acessar o site do Submarino e encher o carrinho de livros e jogos de videogame. Mas esse tempo chegou ao fim.

Em uma estratégia renovada para o e-commerce, a Americanas (AMER3) decidiu encerrar as marcas e unir os dois sites à plataforma principal da varejista no início deste mês.

Em comunicado, as duas marcas a serem incorporadas afirmam que a união de forças com a gigante do varejo “permite seguir com o compromisso de entregar qualidade”, mas com “ainda mais recursos e vantagens”. 

A recente mudança na Americanas levanta dúvidas sobre o funcionamento do setor de e-commerce no geral. Afinal, é o fim do modelo multimarcas, tão defendido pela B2W antes da fusão com a Lojas Americanas em 2021?

É o fim do multimarcas da Americanas (AMER3)?

A preocupação sobre o potencial fim do modelo multimarcas da Americanas (AMER3) pode ser explicada pela longevidade da estratégia da varejista. Isso porque o modelo de negócio foi construído ao longo de quase duas décadas.

Relembrando, a antiga B2W — hoje conhecida como Americanas Marketplace — surgiu em 2006 com a fusão das marcas Americanas e Submarino, e se tornou um verdadeiro benchmark no setor de e-commerce, consolidando o modelo multimarcas no varejo brasileiro.

Leia Também

Além de liderar o Submarino e Americanas.com, a empresa foi responsável por comandar companhias como o Shoptime e o Ingresso.com. Entre outros negócios, a ex-B2W também lançou no mercado a Ame Digital, plataforma de pagamentos e cashback da Americanas, em 2018.

Mas poucos anos depois, a companhia chegou ao fim. Em 2021, a Americanas decidiu combinar os negócios de lojas físicas (Lojas Americanas) com a unidade de comércio eletrônico (B2W), em uma nova tentativa de rentabilizar o negócio digital. 

Entretanto, mesmo após a incorporação da B2W, o modelo de negócios da Americanas ainda dispunha de diversas marcas de negócio. É por isso que a incorporação do Submarino e do Shoptime à plataforma principal pegou o mercado de surpresa. 

Afinal, o guarda-chuva da varejista hoje detém cerca de 10 unidades de negócio, incluindo a marca principal Americanas e as controladas Submarino, Shoptime, Ame, Lovebrands — que reúne as marcas Imaginarium, Puket e MinD —, Hortifruti Natural da Terra e Skoob. 

Por que a Americanas (AMER3) incorporou o Submarino e o Shoptime?

Existem muitas hipóteses sobre o que está por trás da decisão da Americanas de incorporar duas marcas tão conhecidas como o Submarino e o Shoptime.

De acordo com Claudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (IBEVAR) e professor da FIA Business School, boa parte da estratégia é resultado do “tsunami” recente visto no mercado de consumo, que foi ocasionado após a revelação da fraude contábil de R$ 25,2 bilhões na Americanas em janeiro do ano passado.

“Era uma marca em que as pessoas aportavam muita confiança e foi descoberto um rombo inadmissível. O que está acontecendo com a Americanas é uma tentativa de se reposicionar, absorvendo outras operações de modo a participar de uma maneira mais ativa desse mercado em que ela perdeu completamente a hegemonia”, disse o presidente do IBEVAR.

Enquanto isso, Roberta Krause, professora da ESPM, descreve a decisão como um “movimento de sobrevivência”.

“Não é um movimento pontual ou uma oportunidade. É necessário para tentar revitalizar a marca, ter um menor custo de operação e otimizar a questão logística e a experiência que possui. É uma questão de sobrevivência e de adequação ao novo cenário do varejo”, afirmou ao Seu Dinheiro.

Para a professora, a Americanas tenta uma retomada após a crise revelada em janeiro de 2023 — e, como ela é a empresa mais forte em termos logísticos, operacionais e de dados, “faz mais sentido abraçar as outras marcas para tentar recuperar essa força do que jogar tudo para o Submarino ou o Shoptime”.

De olho no operacional

Além disso, os especialistas avaliam que existem outras questões operacionais e financeiras envolvidas na decisão da Americanas (AMER3).

Segundo Roberta Krause, apesar de mirar públicos levemente distintos, a Americanas, o Shoptime e o Submarino acabavam por comercializar produtos bastante semelhantes.

“A mesma empresa está concorrendo e canibalizando o mesmo consumidor em três marcas diferentes”, disse a professora. “Então por que não otimizar a vida dele e a da empresa em termos de custos e centralizar todas as ofertas em uma mesma plataforma?”

Não que a estratégia de ter outras marcas no guarda-chuva não funcione no varejo. Mas para a professora da ESPM, é preciso que as empresas não sejam concorrentes no mesmo segmento de atuação.

“Se forem empresas investindo em segmentos completamente diferentes e em plataformas diversas, está tudo certo. Mas não sobrepondo o mesmo target neste mesmo produto, tendo o mesmo segmento de atuação com a mesma oferta. Não faz sentido”, acrescentou.

No entanto, apesar de possuírem portfólios robustos de marcas e empresas, outros gigantes do varejo como Amazon (AMZN34) e Mercado Livre (MELI34) centralizam sua estratégia de vendas online em uma só plataforma digital.

É o contrário do cenário atual das varejistas brasileiras como a própria Americanas e de rivais como a Casas Bahia (BHIA3) — dona do Ponto Frio e Extra.com — e o Magazine Luiza (MGLU3) — que detém marcas como Netshoes, Zattini, Época Cosméticos, Kabum! e Estante Virtual.

De acordo com Claudio Felisoni, a decisão da Americanas também visa uma tentativa de amplificar as operações através da incorporação do Submarino e do Shoptime — o que permitiria a conquista de um giro maior para o seu negócio após uma forte compressão das margens.

Questionado sobre a possibilidade de novas fusões de marcas pela Americanas, o diretor do IBEVAR afirmou que há chance de que o movimento de incorporação possa não parar no Submarino e Shoptime e se estenda para outras empresas do portfólio, a depender das condições de rentabilidade das operações.

  • E-BOOK LIBERADO: o Seu Dinheiro consultou especialistas do mercado financeiro para descobrir onde estão as melhores oportunidades de investimento para o 2º semestre de 2024; baixe aqui

Uma nova estratégia para o digital

Desde que a nova gestão assumiu, a Americanas também decidiu priorizar a rentabilidade e reduzir o comércio eletrônico próprio para aumentar a presença de lojas oficiais de grandes marcas dentro de seu “shopping virtual”.

“A companhia ressalta que a integração acelera seu plano de transformação e foco, oferecendo novas possibilidades para clientes, parceiros, fornecedores, acionistas e investidores”, disse a Americanas, em nota.

Mas é importante destacar que a operação digital caminha para ter uma participação cada vez menor nas vendas da varejista — que retoma cada vez mais às “origens”, com foco nas lojas físicas e em produtos de menor valor, especialmente após a perda de confiança dos consumidores depois da revelação da fraude nos balanços da empresa

“O canal digital sofreu mais no primeiro momento do que o físico, porque passou por um choque de confiança”, afirmou o CEO Leonardo Coelho, em conferência de resultados em fevereiro deste ano.

De acordo com o último balanço publicado pela Americanas, as vendas digitais corresponderam a aproximadamente 29% do total registrado pela varejista nos primeiros nove meses de 2023, com um volume bruto de mercadorias (GMV) de R$ 4,8 bilhões. 

Se comparada com o mesmo intervalo de 2022, a cifra representa um recuo de 77% no volume. 

Além disso, o desempenho das vendas online foi impulsionado pelo marketplace — isto é, pela venda de terceiros através da plataforma digital da Americanas.

“A estratégia adotada pela companhia foi de reduzir o volume de vendas do 1P, migrando algumas categorias exclusivamente para o 3P, criando o que denominamos de Super 3P, priorizando operações de maior rentabilidade e redução da queima de caixa operacional”, escreveu a Americanas na divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2023.

Vale lembrar que existem três principais canais no varejo: lojas físicas, vendas diretas de mercadoria própria online (1P) e através de vendedores em um marketplace (3P). 

“As vendas 3P continuam a ser o principal motor de crescimento para todas as plataformas, enquanto a categoria 1P continua a ser desafiada por fortes ventos macroeconômicos, especialmente para Magazine Luiza e Casas Bahia, uma vez que as vendas 1P estão geralmente associadas a produtos mais duráveis/de bilhetes mais elevados”, escreveu o JP Morgan, em relatório em março de 2024. 

Ao contrário da Americanas, a Amazon, por exemplo, tem a maior parte de suas vendas online atualmente realizadas no 1P, com mais de 57% das receitas do primeiro trimestre de 2024 registradas neste segmento.

Já a Casas Bahia iniciou um movimento de migração de subcategorias de produtos com margens negativas no 1P para vendas exclusivamente no 3P. Enquanto isso, o Magazine Luiza adicionou outro nome de peso à lista de vendedores de seu marketplace no mês passado: o gigante asiático AliExpress.

Para Claudio Felisoni, presidente do IBEVAR, a mudança de estratégia da Americanas e de outras varejistas digitais em aumentar o número de lojas de terceiros mostra uma tentativa de reduzir a verticalização do negócio.

“Quando você diminui marcas que são próprias, há uma diminuição da verticalização e uma ampliação das soluções via mercado. Quando a Americanas inverte essa estratégia, ela busca mudar de uma estrutura verticalizada para um foco em soluções via mercado. Ela acredita que pode ampliar as suas margens e melhorar suas operações gerenciando um conjunto de fornecedores por meio de diversos contratos.”

É importante destacar ainda que a Americanas e outras varejistas brasileiras enfrentam um cenário de intensa competição pelo mercado doméstico. 

Segundo dados da Neotrust, o Mercado Livre foi o único gigante do varejo digital a ganhar participação de mercado no e-commerce em 2023.

No comparativo anual, o Mercado Livre ganhou em torno de 10 pontos percentuais (p.p) de participação de mercado no quarto trimestre do ano passado, contra estabilidade do Magazine Luiza e perda de 2,2 p.p de Casas Bahia. O estudo não revelou o percentual da Americanas.

Procurada pelo Seu Dinheiro, a assessoria de imprensa da Americanas (AMER3) não havia retornado o pedido de entrevista até o momento de publicação desta reportagem.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
VISÃO DO GESTOR

O Ibovespa vai voltar a bater recordes em 2024? Na contramão, gestora com R$ 7 bi em ativos vê escalada da bolsa a 145 mil pontos e dólar a R$ 5,30

13 de setembro de 2024 - 6:11

Ao Seu Dinheiro, os gestores Matheus Tarzia e Mario Schalch revelaram as perspectivas para a bolsa, juros e dólar — e os principais riscos para a economia brasileira

RECOMENDAÇÃO DE COMPRA

Mercado Livre: BofA acredita que as ações devem subir ainda mais neste ano e eleva aposta de ganhos com MELI

12 de setembro de 2024 - 15:09

Em relatório publicado mais cedo, o banco estabeleceu um novo preço-alvo de US$ 2.500 para os papéis MELI negociados em NY

PROBLEMAS DE BILIONÁRIO

Quem é Leo Kryss, o fundador da TecToy que entrou em uma briga com o bilionário da Amazon por uma mansão na Flórida

12 de setembro de 2024 - 13:33

Considerado uma “lenda viva” por investidores, brasileiro processa corretor por ocultar compra de mansão por Jeff Bezos, reduzindo preço em US$ 6 milhões

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Disclaimer nas bolsas: Wall Street ganha uma ajudinha da inteligência artificial, enquanto mercado aguarda corte de juros na Europa

12 de setembro de 2024 - 8:10

Durante o pregão regular de ontem (11), a Nvidia, joia da coroa do setor, chegou a saltar mais de 8% e animou os índices internacionais nesta quinta-feira

MEIOS DE PAGAMENTO

Descontos de encher os olhos: por que Magalu (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) e outras varejistas oferecem preços até 20% mais baixos para pagamento via PIX

12 de setembro de 2024 - 6:12

Segundo o levantamento da consultoria Gmattos, os descontos variam de 2% a 15% na maioria dos produtos; pressão de caixa e efetividade do PIX explicam tendência

DATA CENTERS

Serviço de nuvem da Amazon anuncia investimentos de R$ 10 bilhões para expandir infraestrutura no Brasil

11 de setembro de 2024 - 19:30

Segundo a AWS, o investimento vai atender à alta demanda por serviços em nuvem no Brasil e em toda a América Latina

DINHEIRO NOVO

Em crise, Infracommerce (IFCM3) negocia financiamento de até R$ 70 milhões e anuncia novo responsável por operação no país

11 de setembro de 2024 - 10:58

Infracommerce firmou memorando de entendimentos não vinculante com a Geribá Investimentos para reforçar o capital de giro; ações sobem na B3

MENOS RICOS?

O clube dos US$ 100 bilhões encolheu: por que esses três bilionários foram “chutados” para fora do grupo de super-ricos

9 de setembro de 2024 - 14:29

Em meio à saída do trio, agora a seleta lista de ricaços com fortunas de 12 dígitos passa a contar com apenas 12 integrantes

PRIMEIRO EMPREGO

Inscrições para o Programa de Trainee do Santander encerram hoje (9); confira essa e outras vagas com bolsa-auxílio de até R$ 8,7 mil

9 de setembro de 2024 - 12:03

Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar a partir do primeiro semestre de 2025

NA MIRA DO FISCO

Por que o Leão da Receita Federal foi atrás do Grupo Mateus (GMAT3) com cobrança de mais de R$ 1 bilhão contra a gigante do varejo

9 de setembro de 2024 - 9:04

A gigante do varejo recebeu um auto de infração contra a Armazém Mateus, com questionamentos sobre as exclusões de créditos presumidos do ICMS

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Round 2 da bolsa: Ibovespa acompanha inflação dos EUA em preparação para dados do IPCA

9 de setembro de 2024 - 8:15

Nos EUA, aumentam as apostas por um corte de juros maior; por aqui, inflação persistente sinaliza aumento das taxa Selic

LOCADORAS DE VEÍCULOS

Depois de ‘comer poeira’ da Localiza (RENT3), o jogo virou para a Movida (MOVI3)? Gestores revelam o que esperar das locadoras daqui para frente

9 de setembro de 2024 - 6:03

Na avaliação de analistas e gestores, o principal risco para as locadoras é o futuro do mercado de seminovos e da depreciação

consumo das famílias

Cartão amarelo: Varejo se movimenta contra bets em Brasília enquanto ainda busca dados conclusivos

7 de setembro de 2024 - 10:59

Impacto do aumento de gastos com apostas esportivas no orçamento das famílias preocupa entidades do comércio varejista no país

OTIMISMO COM O GIGANTE

Quem segura o Mercado Livre? Itaú BBA diz o que esperar das ações após varejista crescer 6 vezes mais que o Magazine Luiza

6 de setembro de 2024 - 13:06

Os analistas avaliam que o Meli possui “alavancas claras para continuar crescendo” no Brasil, mas isso provavelmente exigirá penetração maior em categorias mais “desafiadoras”

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ajuste seu alarme: Resultado do payroll define os rumos dos mercados, inclusive do Ibovespa; veja o que esperar

6 de setembro de 2024 - 8:11

Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano será decisivo para antecipar o próximo passo do Fed

RESULTADO DA ASSEMBLEIA

Americanas (AMER3) elege novo conselho sem filho de Lemann e Beto Sicupira; confira a chapa aprovada pelos acionistas

5 de setembro de 2024 - 18:22

Ambos faziam parte do CA da companhia nas vagas para representantes dos acionistas de referência, mas ficaram de fora da chapa eleita hoje

BULL MARKET

Ações do Walmart acumulam alta de mais de 40% no ano e herdeira da rede volta a ser mulher mais rica do mundo

5 de setembro de 2024 - 17:36

A valorização fez as ações da varejista atingirem máximas históricas, a US$ 77,81, elevando o valor de mercado do Walmart para US$ 615,81 bilhões

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Depois de empate com sabor de vitória, Ibovespa repercute cardápio de notícias locais e dados sobre o mercado de trabalho dos EUA

5 de setembro de 2024 - 8:13

Números do governo central e da balança comercial dividem atenção com Galípolo, conta de luz e expectativa com payroll nos EUA

BILIONÁRIOS NA VAREJISTA

Lemann e sócios convertem bônus de subscrição e voltam a ter o controle de fato sobre a Americanas (AMER3)

4 de setembro de 2024 - 9:48

Com exercício parcial de bônus de subscrição, trio de bilionários passou a deter 50,01% do capital votante da Americanas (AMER3)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O mês do cachorro louco mudou? Depois das máximas históricas de agosto, Ibovespa luta para sair do vermelho em setembro

4 de setembro de 2024 - 8:15

Temores referentes à desaceleração da economia dos EUA e perda de entusiasmo com inteligência artificial penalizam as bolsas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar