🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de empresas no Seu Dinheiro. Formada em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

SD ENTREVISTA

Como a SLC Agrícola (SLCE3) pretende combater os efeitos das mudanças climáticas nas lavouras — e ainda pagar dividendos aos acionistas

Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, o CEO Aurélio Pavinato revela as estratégias da produtora agrícola para manter o crescimento e proventos nos próximos anos

Camille Lima
Camille Lima
24 de janeiro de 2024
6:03 - atualizado às 15:53
CEO da SLC Agrícola (SLCE3), Aurélio Pavinato
CEO da SLC Agrícola (SLCE3), Aurélio Pavinato - Imagem: Ricardo Jaeger

Os últimos meses foram de calor intenso nas grandes cidades brasileiras, mas o clima não esquentou apenas nos centros urbanos. No mês passado, a SLC Agrícola (SLCE3) chamou a atenção do mercado ao anunciar a redução das projeções (guidance) para a safra de 2023/2024.

CEO da principal produtora agrícola com ações negociadas na B3, Aurélio Pavinato não se ilude: a temperatura não deve dar trégua aos negócios da SLC nos próximos anos.

Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Pavinato afirma que não será possível escapar dos eventos climáticos nos próximos anos. E o “culpado” disso é um fenômeno já conhecido: o aquecimento global.

“São eventos climáticos que nós convivemos de longa data, mas que estão sendo mais intensos e provocando oscilações de produções também mais fortes”, disse o CEO.

Como consequência do aumento das temperaturas provocado pelo El Niño, a SLC deixou de semear soja em 16 mil hectares em Mato Grosso, com uma redução de 7,3% no potencial produtivo da soja em relação à estimativa inicial.

Menos plantação significa menos colheita — e receita — lá na frente, ainda que uma quebra de safra seja em parte amenizada por um aumento de preços.

Leia Também

Mas se as mudanças climáticas são um fenômeno sem volta, a SLC também não espera ficar à mercê de eventos como o El Niño, segundo Pavinato.

A estratégia da SLC (SLCE3)

Para combater os impactos dos eventos climáticos no negócio, a SLC Agrícola adota uma estratégia bem conhecida dos investidores: a diversificação.

“O plano está se fortalecendo, no sentido de diversificar cada vez mais produtos e, à medida do possível, diversificar regiões”, me disse Pavinato, que esteve na redação do Seu Dinheiro durante uma passagem em São Paulo.

O CEO afirma que a empresa avalia oportunidades para novas aquisições nas áreas em que já está localizada, mas destaca a possibilidade de expansão para outras regiões.

“A gente tem uma estratégia de médio e longo prazo de continuar o crescimento, mas as regiões em que estamos localizados são as melhores regiões do país. Então o crescimento nessas áreas faz parte da nossa estratégia, mas novas regiões para o portfólio não estão fora do escopo agora.”

Vale lembrar que a SLC hoje tem presença em sete estados brasileiros, na região do Cerrado, e matriz em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. 

O “efeito El Niño” já passou para a SLC Agrícola (SLCE3)?

Trabalhar com diferentes culturas e no manejo do solo é fundamental para minimizar os efeitos de eventos climáticos como o El Niño, segundo Pavinato. Atualmente, a SLC Agrícola (SLCE3) trabalha na produção de algodão, milho e soja, com o cultivo de segunda safra.

“Nós temos que conviver com esses eventos climáticos e conviver com os extremos. A forma de administrar isso é trabalhar sempre com alguma margem de segurança.”

Isso porque a diversificação de plantio ajuda a compensar perdas de produção na companhia — como aconteceu na safra de 2023/2024 devido à redução de produtividade no Mato Grosso —, uma vez que as diferenças de desempenho entre as safras se balanceiam.

O CEO da SLC Agrícola espera que a recuperação dos preços das commodities agrícolas compense a perda de produção da última safra.

Na visão de Pavinato, porém, a pior fase dos eventos climáticos de 2023 e 2024 já passou. Afinal, ainda que o El Niño se mantenha até abril, a expectativa é que os efeitos sobre o clima sejam menores à medida que o evento caminhe para o fim. 

Mas o alívio não deve durar muito, já em agosto está previsto o início do La Niña. De todo modo, o CEO vê efeitos limitados sobre a produção.

“Anos de La Niña são anos de produção normais para a operação da SLC, mas de quebra de safra na Argentina e no Sul do Brasil, o que leva a preços melhores. Então a perspectiva para a safra 2024-2025 é positiva.”

Para além da diversificação da safra, Pavinato ressalta a importância do manejo do solo. “Um solo mais profundo, com maior cobertura para proteger a umidade também ajuda a mitigar os efeitos das mudanças de clima.”

Na visão do executivo, a segunda safra deve ser positiva para a SLC Agrícola, uma vez que a empresa antecipou as plantações por conta da seca e do calor. “Isso acabou por antecipar o ciclo da soja e já plantamos o algodão e o milho antes do esperado.” 

Desse modo, se o ciclo das chuvas nos próximos meses vier dentro da previsão, a recuperação da produção após o efeito do El Niño pode acontecer acima do projetado inicialmente, segundo o CEO.

SLC Agrícola (SLCE3): crescimento e dividendos

A crise climática não tirou o foco da SLC dos planos de crescimento. Pelo contrário, a expectativa é a de que os novos negócios ajudem a companhia a diversificar as fontes de receita.

Pavinato citou como exemplo desses esforços a SLC Sementes. “Apesar de trabalhar com as mesmas culturas [soja e algodão], esse é um negócio de comércio que não depende do clima ou da safra. Ou seja, ele roda em paralelo e gera uma resiliência maior para a empresa.”

A SLC ainda atua com a criação de gado, que é considerada uma “terceira safra” pelo executivo. O sistema de Integração Lavoura-Pecuária usado pela companhia unifica as práticas de culturas anuais e pecuária em um mesmo espaço, garantindo ganhos de eficiência e a conversão de pastagens para agricultura.

O plano de crescimento da SLC deve ser financiado pela geração de caixa própria da companhia. Ou seja, Pavinato não prevê ofertas de ações e captações com novos investidores no curto prazo.

A perspectiva da SLC para os próximos anos inclusive é manter o ritmo de crescimento, mas sem deixar para trás a fama de boa pagadora de dividendos. 

Pavinato espera que a companhia seja capaz de manter a estratégia atual de payout, de distribuição de 50% do lucro líquido para os investidores na forma de proventos.

O CEO cita de cabeça o dividend yield [rendimento com dividendos] da SLC, que ficou em 4,8% ao ano em média nos últimos cinco anos.

Já em relação ao retorno para o acionista, o retorno sobre o capital investido (ROIC) nos cinco últimos anos atingiu a marca de 22%, considerando o rendimento da operação e a apreciação das terras.

Na visão do executivo, do lado financeiro, ainda é necessário trabalhar com um nível de segurança maior em relação ao fluxo de caixa de endividamento para evitar sofrer quando acontecerem eventos extremos. 

O que esperar das ações SLCE3?

Desde a abertura de capital, em 2007, as ações da SLC Agrícola (SLCE3) acumulam uma valorização da ordem de 968%.

É verdade que o desempenho recente não foi dos mais animadores, com uma queda de 8% nos últimos 12 meses. 

Mas a visão geral entre os analistas que cobrem a empresa é positiva. De oito recomendações para os papéis, cinco são de compra, duas de manutenção e uma de venda, de acordo com dados da plataforma Trademap.

Os analistas do BTG Pactual estão entre os que indicam a compra das ações da produtora agrícola, com um preço-alvo de R$ 29,50 por papel — implicando em um potencial de alta de 55,9% em relação ao último fechamento.

Já o Itaú BBA fixou um preço-alvo de R$ 23 por ação da SLC Agrícola, equivalente a uma valorização potencial de 21% para os próximos 12 meses.

Além das instituições financeiras, um grupo de bilionários está tão confiante no futuro da companhia que decidiu abocanhar parte do negócio.

Uma das famílias mais tradicionais do agronegócio no Brasil, a família Scheffer anunciou recentemente a compra de uma participação de 5,37% da companhia, equivalente a aproximadamente R$ 440 milhões.

Em entrevista ao Brazil Journal, um dos sócios da SLC, Guilherme Scheffer, acredita que a empresa deveria valer de 2 a 2,5 vezes mais. O valor de mercado da companhia hoje é da ordem de R$ 8,25 bilhões na B3.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
LAS RETENCIONES VOLVERÁN

“Liquidem agora”, ordena Milei. A decisão da Argentina que deve favorecer o Brasil

17 de abril de 2025 - 13:34

A determinação do governo argentino pode impactar os preços globais de commodities agrícolas e beneficiar as exportações brasileiras no curto prazo

CONFLITO DE INTERESSES

Mobly (MBLY3) expõe gasto ‘oculto’ da Tok&Stok: R$ 5,2 milhões para bancar plano de saúde da família fundadora — que agora tem cinco dias para devolver o dinheiro

17 de abril de 2025 - 9:57

Em comunicado, a Mobly destaca que os pagamentos representam mau uso de recursos da companhia, conflito de interesses e violação da governança corporativa

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta

17 de abril de 2025 - 8:36

Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.

IR 2025

Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa

17 de abril de 2025 - 7:03

Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso

DRAGÃO À ESPREITA

É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe 

17 de abril de 2025 - 6:12

Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático

BATEU TETO

Fim da linha para a Vale (VALE3)? Por que o BB BI deixou de recomendar a compra das ações e cortou o preço-alvo

16 de abril de 2025 - 20:31

O braço de investimentos do Banco do Brasil vai na contramão da maioria das indicações para o papel da mineradora

AO VENCEDOR, AS BATATAS

Guerra comercial EUA e China: BTG aponta agro brasileiro como potencial vencedor da disputa e tem uma ação preferida; saiba qual é

16 de abril de 2025 - 15:05

A troca de socos entre China e EUA força o país asiático, um dos principais importadores agrícolas, a correr atrás de um fornecedor alternativo, e o Brasil é o substituto mais capacitado

GATO ESCALDADO?

Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez

16 de abril de 2025 - 14:10

Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia

MOMENTO DESAFIADOR

EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026

16 de abril de 2025 - 13:14

A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”

16 de abril de 2025 - 12:40

O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje

COMPRAR OU VENDER

Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora

16 de abril de 2025 - 12:24

A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço

HORA DE BATER O MARTELO

Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo

16 de abril de 2025 - 11:44

No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard

MEXENDO

Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia

16 de abril de 2025 - 11:05

Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta

16 de abril de 2025 - 8:37

Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale

IR 2025

Como declarar ações no imposto de renda 2025

16 de abril de 2025 - 7:37

Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025

PARA O ALTO E AVANTE

Por que o Mercado Livre (MELI34) vai investir R$ 34 bilhões no Brasil em 2025? Aporte só não é maior que o de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)

16 de abril de 2025 - 6:30

Com o valor anunciado pela varejista online, seria possível comprar quatro vezes Magalu, Americanas e Casas Bahia juntos; conversamos com o vice-presidente e líder do Meli no Brasil para entender o que a empresa quer fazer com essa bolada

NÃO TEM MAIS PARA NINGUÉM?

Mercado Livre (MELI34) vai aniquilar a concorrência com investimento de R$ 34 bilhões no Brasil? O que será de Casas Bahia (BHIA3) e Magalu (MGLU3)?

16 de abril de 2025 - 6:00

Aposta bilionária deve ser usada para dobrar a logística no país e consolidar vantagem sobre concorrentes locais e globais. Como fica o setor de e-commerce como um todo?

O PAÍS DA RENDA FIXA

As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR

15 de abril de 2025 - 14:32

Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Depois de derreter mais de 90% na bolsa, Espaçolaser (ESPA3) diz que virada chegou e aposta em mudança de fornecedor em nova estratégia

15 de abril de 2025 - 13:40

Em seu primeiro Investor Day no cargo, o CFO e diretor de RI Fabio Itikawa reforça resultados do 4T24 como ponto de virada e divulga plano de troca de fornecedor para reduzir custos

JUROS X DIVIDENDOS

Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?

15 de abril de 2025 - 12:52

Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar