Com ações reduzidas a pó, AgroGalaxy (AGXY3) adia balanço do 3T24 em meio à recuperação judicial
Em meio à reestruturação operacional e de dívidas, a publicação dos números trimestrais agora está programada para acontecer apenas em 19 de dezembro

Os investidores ansiosos para entender em que pé estão as finanças da AgroGalaxy (AGXY3), em recuperação judicial, terão que esperar mais tempo para conhecer os números do novo balanço trimestral da empresa.
A varejista de insumos agrícolas para o agronegócio anunciou o “adiamento excepcional” da divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2024.
- Seca intensa pode afetar os resultados do agro no 3T24? Saiba o que esperar do setor na cobertura exclusiva do Seu Dinheiro sobre balanços; cadastre-se para receber
A publicação, antes prevista para 13 de novembro, agora está programada para acontecer apenas em 19 de dezembro deste ano.
“Este adiamento decorre exclusivamente do processo de reestruturação interna que a companhia atravessa, especialmente após o recente pedido de recuperação judicial, com redução temporária da força de trabalho dedicada à coleta e consolidação dos dados financeiros, aumento substancial da demanda da auditoria externa, e outras demandas relacionadas ao processo de recuperação judicial”, escreveu a empresa, em comunicado enviado à CVM.
Segundo a AgroGalaxy, o atraso na publicação deve permitir o “tempo necessário” para atender aos requisitos técnicos de registros e divulgação necessários durante processos de reestruturação operacional e de dívidas.
A ideia é que o prazo maior para a divulgação do balanço ainda atenda às exigências adicionais da auditoria externa e garanta a apresentação dos dados “de maneira detalhada e precisa, mantendo a qualidade das informações financeiras”.
Leia Também
Relembre os últimos resultados da AgroGalaxy no 2T24:
- Prejuízo líquido ajustado: R$ 363,4 milhões (piora de cerca de 40% em relação às perdas do 2T23);
- Ebitda ajustado: - R$ 83,4 milhões (piora de 15% a/a);
- Receita líquida total: R$ 1,05 bilhão, (-42,4% a/a);
- Endividamento líquido dos últimos 12 meses: R$ 1,51 bilhão.
A reação inicial às notícias foi positiva. As ações iniciaram o pregão em alta e avançavam 2,56% por volta das 13h21, ainda cotadas na casa dos centavos, a R$ 0,40. No ano, os papéis ainda amargam desvalorização de 89%.
A crise financeira na AgroGalaxy (AGXY3)
Vale lembrar que a AgroGalaxy (AGXY3) entrou com pedido de recuperação judicial em meados de setembro de 2024.
Com dívidas de R$ 3,7 bilhões, a companhia de insumos agrícolas e suas subsidiárias tiveram a reestruturação de débitos com credores aceita pela Justiça no início deste mês.
A partir da decisão da Justiça, todas as ações de execução contra a empresa estão suspensas, como arrestos, penhora de bens, apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens ou outras ações que podem comprometer o patrimônio da AgroGalaxy.
A reestruturação de dívidas com credores veio na esteira de uma debandada no alto escalão da empresa, com a renúncia do diretor-presidente, Axel Jorge Labourt, e de cinco membros do conselho de administração.
Segundo a companhia, a crise de liquidez “impactou a capacidade de geração de caixa das empresas e as impediu de honrar suas obrigações nas condições originariamente acordadas com seus credores”.
O pedido de reestruturação de dívidas revelou um passivo total de R$ 3,7 bilhões e US$ 160 milhões. O valor inclui obrigações com instituições financeiras, produtores rurais e fornecedores.
É importante lembrar que a AgroGalaxy foi uma das empresas que estrearam na B3 na última safra de IPOs da bolsa brasileira, em 2021.
No entanto, desde a abertura de capital, as ações da companhia de insumos agrícolas praticamente evaporaram, com desvalorização acumulada de 96%. Só em 2024, os papéis recuaram 89% na bolsa.
- Crise dos Fiagros: clima seco e queimadas afetam a dinâmica e fazem o setor retornar ao seu desconto mais baixo em relação ao valor patrimonial; hora de comprar?
Redução de custos e geração de caixa
Neste mês, a empresa ainda anunciou novas medidas de reestruturação estratégica e operacional para focar em maior potencial de geração de caixa.
Entre as mudanças, esteve a redução no número de lojas, silos e pontos comerciais em mais de 50%, de 169 para 74 unidades, localizadas nas regiões Sul, Sudeste, Cerrado Oeste e Cerrado Leste do país.
“Além disso, houve uma otimização do portfólio de produtos e serviços, ajustando o mix de vendas para atender melhor às demandas do mercado e fortalecer a competitividade”.
A força de trabalho também foi enxugada, passando de 1.700 para 1.150 colaboradores na nova estrutura, considerando funcionários diretamente ligados às unidades fechadas e ao suporte administrativo.
Segundo a AgroGalaxy, as ações têm como foco a otimização de custos e sinergias operacionais, com o objetivo de gerar receitas suficientes para honrar compromissos da empresa com clientes, fornecedores, parceiros, credores, e os colaboradores.
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Agenda econômica: Payroll, balança comercial e PMIs globais marcam a semana de despedida da temporada de balanços
Com o fim de março, a temporada de balanços se despede, e o início de abril chama atenção do mercado brasileiro para o relatório de emprego dos EUA, além do IGP-DI, do IPC-Fipe e de diversos outros indicadores
O e-commerce das brasileiras começou a fraquejar? Mercado Livre ofusca rivais no 4T24, enquanto Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia apanham no digital
O setor de varejo doméstico divulgou resultados mistos no trimestre, com players brasileiros deixando a desejar quando o assunto são as vendas online
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real
Não é a Vale (VALE3): BTG recomenda compra de ação de mineradora que pode subir quase 70% na B3 e está fora do radar do mercado
Para o BTG Pactual, essa mineradora conseguiu virar o jogo em suas finanças e agora oferece um retorno potencial atraente para os investidores; veja qual é o papel
TIM (TIMS3) anuncia pagamento de mais de R$ 2 bilhões em dividendos; veja quem tem direito e quando a bolada cai na conta
Além dos proventos, empresa anunciou também grupamento, seguido de desdobramento das suas ações
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Não existe almoço grátis no mercado financeiro: verdades e mentiras que te contam sobre diversificação
A diversificação é uma arma importante para qualquer investidor: ajuda a diluir os riscos e aumenta as chances de você ter na carteira um ativo vencedor, mas essa estratégia não é gratuita
Após virar pó na bolsa, Dotz (DOTZ3) tem balanço positivo com aposta em outra frente — e CEO quer convencer o mercado de que a virada chegou
Criada em 2000 e com capital aberto desde 2021, empresa que começou com programa de fidelidade vem apostando em produtos financeiros para se levantar, após tombo de 97% no valuation
Tarifas de Trump derrubam montadoras mundo afora — Tesla se dá bem e ações sobem mais de 3%
O presidente norte-americano anunciou taxas de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA; entenda os motivos que fazem os papéis de companhias na América do Norte, na Europa e na Ásia recuarem hoje
JBS (JBSS3) pode subir 40% na bolsa, na visão de Santander e BofA; bancos elevam preço-alvo para ação
Companhia surpreendeu o mercado com balanço positivo e alegrou acionistas com anúncio de dividendos bilionários e possível dupla listagem em NY
CEO da Americanas vê mais 5 trimestres de transformação e e-commerce menor, mas sem ‘anabolizantes’; ação AMER3 desaba 25% após balanço
Ao Seu Dinheiro, Leonardo Coelho revelou os planos para tirar a empresa da recuperação e reverter os números do quarto trimestre
Em reviravolta, ações da CVC (CVCB3) deixam a ponta negativa do Ibovespa e chegam a subir 6%. Afinal, o resultado do 4T24 é positivo ou negativo?
A empresa saiu das maiores quedas do Ibovespa para as maiores altas, com o mercado avaliando se os pontos negativos foram maiores do que os positivos; saiba o que fazer com as ações agora
Oncoclínicas (ONCO3) fecha parceria para atendimento oncológico em ambulatórios da rede da Hapvida (HAPV3)
Anunciado a um dia da divulgação do balanço do quarto trimestre, o acordo busca oferecer atendimento ambulatorial em oncologia na região metropolitana de São Paulo
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
Para o investidor brasileiro, o “buy the dip” não só sustenta uma razão própria como pode funcionar também como instrumento de diversificação, especialmente quando associado às tecnologias de ponta
Braskem (BRKM5) salta na bolsa com rumores de negociações entre credores e Petrobras (PETR4)
Os bancos credores da Novonor estão negociando com a Petrobras (PETR4) um novo acordo de acionistas para a petroquímica, diz jornal
JBS (JBSS3): Com lucro em expansão e novos dividendos bilionários, CEO ainda vê espaço para mais. É hora de comprar as ações?
Na visão de Gilberto Tomazoni, os resultados de 2024 confirmaram as perspectivas positivas para este ano e a proposta de dupla listagem das ações deve impulsionar a geração de valor aos acionistas
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Azzas cortadas? O que está por trás da disputa que pode separar o maior grupo de moda da América Latina
Apesar da desconfiança sobre o entrosamento entre os líderes, ninguém apostava num conflito sem solução para a Azzas 2154, dona de marcas como Hering e Arezzo