Ação da Azul (AZUL4) cai 23,6% na B3 em meio a rumores de recuperação judicial nos EUA. É o fim da chance de fusão com a Gol (GOLL4)?
De acordo com a Bloomberg Línea, a empresa atualmente avalia opções para cumprir com obrigações de dívida próximas do vencimento — e isso inclui uma reestruturação de dividas
NOTA DO EDITOR: A reportagem a seguir foi atualizada às 15h47 para incluir o pronunciamento da Azul (AZUL4).
As ações da Azul (AZUL4) iniciaram o pregão desta quinta-feira (29) em forte queda na bolsa brasileira em meio aos rumores de que a companhia aérea estaria cogitando uma potencial recuperação judicial nos Estados Unidos.
Perto da hora do almoço, os papéis chegaram a cair mais de 25%, depois de entrarem em leilão por oscilação máxima permitida. AZUL4 acabou encerrando o dia com queda de 23,6%, a R$ 5,54. No ano, a companhia amarga desvalorização da ordem de 65,4% na bolsa. No mês, de 30,75%.
- Confira: Nem quente, nem frio, mas ‘ideal’? Esse pode ser o momento de entrar em ações brasileiras, segundo analista; veja as ações que são oportunidade de compra
De acordo com a Bloomberg Línea, a empresa atualmente avalia opções para cumprir com obrigações de dívida próximas do vencimento.
Entre os caminhos avaliados, estariam uma oferta subsequente de ações (follow-on) na B3 e um pedido de proteção contra credores nos EUA, conhecido como “Chapter 11”.
Vale lembrar que o Chapter 11 é um processo legal dos Estados Unidos usado por empresas endividadas para levantar capital, reestruturar as finanças e fortalecer operações comerciais enquanto continuam em operação.
Leia Também
Outra opção que estaria em análise é a emissão de novos títulos de dívidas por meio da unidade de carga da Azul.
Azul (AZUL4): vem recuperação judicial aí?
A Azul atualmente enfrenta uma grande turbulência: o recente enfraquecimento do real, que acumula depreciação de 16% frente ao dólar em 2024.
Isso porque a maior parte da dívida e dos custos da Azul — e das empresas áreas de modo geral — é lastreada em dólar. Por esse motivo, uma depreciação da moeda local resulta em impactos diretos na companhia.
Mas no caso específico da Azul, esse movimento é ainda mais exacerbado devido ao elevado patamar de alavancagem da empresa.
A companhia terminou o segundo trimestre de 2024 com uma dívida de R$ 24,6 bilhões, aumento de 39% na base anual. Já a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda dos últimos 12 meses, chegou a 4,5 vezes.
Vale lembrar que a empresa conseguiu empurrar os vencimentos por meio de uma troca de títulos em junho do ano passado.
Veja o cronograma de amortização da dívida da Azul, considerando a dívida denominada em dólares para reais com a taxa do final do trimestre, de R$ 5,56.
“Ao negociar a sua dívida com lessores [os bancos que compram aviões e arrendam para as empresas aéreas] no ano passado, tais aceitaram receber um cupom fixo de 7,5% e ações à R$ 36 a serem emitidas entre o 2S24 e 2S27. Como este valor é muito superior ao valor atual da ação, é natural que a Azul esteja buscando formas de renegociar este liability, ao passo que também é natural que os lessores cobrem um pedágio para aceitarem renegociar novamente os valores que têm a receber da empresa”, escreveram os analistas da Ativa Investimentos.
“O potencial de diluição total dos minoritários oriundo do acordo com lessores pode se mostrar, na prática, maior que o outrora imaginado.”
Segundo fontes informaram a Bloomberg Línea, ainda que a possibilidade esteja na mesa, a Azul tenta evitar a reestruturação de dívidas com os credores norte-americanos.
Até o momento, a Azul se apresenta como a única gigante do setor aéreo no Brasil que ainda não entrou com pedido de renegociação de dívidas depois da pandemia da covid-19.
Em janeiro deste ano, a Gol (GOLL4) entrou com pedido de chapter 11 e encontra-se no meio do processo de reestruturação de dívidas nos EUA.
Já outras rivais como a Latam Airlines, a Avianca e o Grupo Aeromexico entraram em processo de RJ nos EUA em 2020.
- Bolsa barata? Veja de graça 10 ações para comprar e aproveitar o ponto de entrada, segundo analista da Empiricus
Fim das expectativas de fusão entre Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)?
Um dos temores dos investidores sobre uma eventual recuperação judicial da Azul nos EUA é que a reestruturação de dívidas frustre quaisquer planos de uma potencial fusão com a Gol (GOLL4).
Os rumores sobre um potencial casamento entre as aéreas se intensificaram em março deste ano, quando a Bloomberg News informou que a Azul (AZUL4) estaria se preparando para abocanhar a Gol (GOLL4).
Na época, a publicação informou que a companhia aérea avaliava uma série de opções — incluindo a possibilidade de uma aquisição total da rival.
Em julho, a Azul confirmou que mantinha conversas independentes com o Grupo Abra, holding controladora da Gol (GOLL4), desde o acordo de cooperação comercial (codeshare) firmado entre as aéreas, a fim de “explorar eventuais oportunidades de negócios”.
No entanto, segundo a Bloomberg Línea, a aérea atualmente está trabalhando para acelerar a eventual fusão com a Gol e convencer os credores de que uma companhia combinada teria níveis mais baixos de dívida e melhores perspectivas de crescimento.
De acordo com apuração do Broadcast, uma fusão entre as companhias resultaria na maior concentração na história recente da aviação brasileira.
Em uma conta “otimista” sobre a potencial fusão de Gol e Azul, o analista de equity do Market Makers, Matheus Soares, avalia que a empresa combinada poderia chegar a R$ 40 bilhões em valor de firma (EV), considerando uma geração de Ebitda de R$ 8 bilhões da Azul com múltiplo de 5x EV/Ebitda.
Além disso, após a combinação de negócios, a companhia resultante da fusão contaria com um valor de mercado estimado em R$ 16 bilhões — se não houver diluição, isso avaliaria a ação a um preço em torno de R$ 40 por papel.
O que diz a Azul (AZUL4)?
Em fato relevante divulgado nesta tarde para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Azul disse que as notícias divulgadas sobre a possível recuperação judicial foram mal-interpretadas. A companhia informou que desenvolveu um plano estratégico para melhorar sua estrutura de capital e liquidez.
Além disso, a empresa aérea disse que está em negociações com seus stakeholders para otimizar a estrutura de equity, seguindo o plano de otimização de capital do ano passado.
“Os stakeholders estão demonstrando apoio e as negociações estão avançando na direção de melhores resultados para todas as partes. Como temos demonstrado consistentemente, a Azul sempre favorece soluções amigáveis e comerciais que maximizam valor para todos os seus stakeholders”, diz
A Azul informou ainda que possui a capacidade adicional de captação de recursos, utilizando a Azul Cargo como garantia primária, de até US$ 800 milhões, além de outras fontes de liquidez.
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista
Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar
O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) voltam a ficar no radar das privatizações e analistas dizem qual das duas tem mais chance de brilhar
Ambas as empresas já possuem capital aberto na bolsa, mas o governo mineiro é quem detém o controle das empresas como acionista majoritário
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem
Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro
Ações do Alibaba caem 2% em Nova York após melhora dos resultados trimestrais. Por que o mercado torce o nariz para a gigante chinesa?
Embora o resultado do grupo tenha crescido em algumas métricas no trimestre encerrado em setembro, ficaram abaixo das projeções do mercado — mas não é só isso que explica a baixa dos ativos
Ação da Americanas (AMER3) dispara 200% e lidera altas fora do Ibovespa na semana, enquanto Oi (OIBR3) desaba 75%. O que está por trás das oscilações?
A varejista e a empresa de telecomunicações foram destaque na B3 na semana mais curto por conta do feriado de 15 de novembro, mas por motivos exatamente opostos