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Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
RAW NA CONCORRÊNCIA

Levou um golpe? A luta livre da Netflix (NFLX34) após os números do quarto trimestre — briga por assinantes está só começando

A empresa anunciou nesta terça-feira (23) os resultados de outubro a dezembro de 2023 e não se dá por satisfeita — a gigante do streaming quer crescer ainda mais com acordo histórico

Carolina Gama
23 de janeiro de 2024
18:45 - atualizado às 19:54
Ringue de luta livre com um lutador golpeado nas cordas e o juiz entre eles
Imagem: Montagem Seu Dinheiro/Wikimedia Commons

A Netflix (NFLX34) reportou nesta terça-feira (23), após o fechamento do mercado, outro aumento no número de assinantes, adicionando mais de 13 milhões de novas contas no quarto trimestre para encerrar 2023 em bases sólidas — e a gigante do streaming quer mais

O número novos de assinantes para o período de outubro a dezembro superou a previsão da própria Netflix de cerca de 9 milhões, com adições líquidas em 2023 em cerca de 30 milhões.

Como resultado, as ações NFLX saltaram mais de 7% no after market em Nova York. 

A Netflix não vai parar

As novas adições de assinantes, no entanto, podem ter agradado os investidores, mas não a Netflix — a gigante do streaming quer mais. 

A empresa deu hoje mais um passo em direção à conquista de novos assinantes ao anunciar que vai transmitir luta livre a partir do ano que vem. 

Para isso, a Netflix fechou o seu maior passo no entretenimento ao vivo ao fechar um acordo com a TKO Group Holdings para transmitir o programa de sucesso “Raw”, da WWE. 

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O acordo de 10 anos está avaliado em mais de US$ 5 bilhões. A Netflix tem a opção de rescindi-lo após cinco anos ou estendê-lo por mais uma década. 

A plataforma de streaming poderá transmitir o “Raw” globalmente e iniciará o acordo com direitos exclusivos nos EUA, no Canadá, no Reino Unido e na América Latina. 

A Netflix também se tornará o lar de todos os programas e especiais da WWE fora dos EUA, incluindo “SmackDown” e “NXT”, bem como “WrestleMania”, “SummerSlam” e “Royal Rumble”.

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A Netflix em números

Se o número de novos assinantes da Netflix foi um golpe na concorrência, o mesmo não pode ser dito dos resultados financeiros da empresa. 

No quarto trimestre, a gigante do streaming registrou lucro líquido de US$ 938 milhões, um resultado 17 vezes maior do que o obtido no mesmo perído do ano anterior, quando o lucro líquido foi de US$ 55 milhões. 

O valor equivale a US$ 2,11 diluído por ação, um desempenho abaixo do que o consenso de analistas ouvidos pela FactSet previam, de US$ 2,22. 

Já a receita da Netflix subiu 12,8% entre outubro e dezembro em base anual, somando US$ 8,83 bilhões. 

No ano de 2023 como um todo, a Netflix viu o lucro líquido crescer 20,4%, para US$ 5,4 bilhões, enquanto a receita líquida totalizou US$ 33,7 bilhões — um aumento de 6,7% em relação a 2022. 

"Caso as ações da companhia eventualmente sofram uma realização — uma vez que negociam por 31 vezes seus lucros futuros para 2024 — entendo que possa ser uma oportunidade importante para analisar se não valeria a pena tê-las no nosso portfólio. Por ora, só consigo aproveitar os filmes e séries oferecidos pela plataforma", disse o analista da Empiricus, Enzo Pacheco.

O que vem por aí na programação financeira da Netflix

Se a programação da Netflix promete transmitir as populares lutas livres da WWE, para o desempenho financeiro, a promessa é outra. 

A empresa projeta um lucro por ação no primeiro trimestre deste ano de US$ 4,49, acima das estimativas de consenso de US$ 4,09.

Em relação aos gastos com conteúdo, a Netflix estima destinar US$ 17 bilhões para a sua programação em 2024.

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