Tesouro Direto registra o maior valor mensal em vendas de títulos públicos – mas operações voltam a ser interrompidas
Vendas de títulos públicos do Tesouro Direto ultrapassou o recorde de março de 2023 e vem atraindo investidores pequenos, com preferência em papéis de curto prazo
O Tesouro Direto alcançou um novo recorde em agosto. Segundo o Tesouro Nacional, as vendas de títulos públicos para pessoas físicas pela internet tiveram o maior valor mensal da série histórica, com um total de R$ 8,01 bilhões.
O montante supera o recorde anterior, que ocorreu em março de 2023, quando as transações somaram R$ 6,84 bilhões.
Em relação ao mês anterior, em julho, as vendas subiram 24,6%. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume subiu 150,5%.
Os dados foram divulgados com quase um mês de atraso por causa da greve dos servidores do Tesouro Nacional.
Paralisação de funcionários volta a interromper negociações do Tesouro Direto
Além do atraso, a paralisação dos funcionários volta a suspender as vendas de títulos públicos nesta terça-feira (22).
É a quarta vez em menos de um mês que as operações ficam indisponíveis por causa da greve. Em 24 de setembro, 1 de outubro e 15 de outubro, as transações também ficaram suspensas.
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Embora os agendamentos de compra previstos para o dia estejam cancelados, o Tesouro Nacional ressaltou que as operações de resgate antecipado e agendamentos serão realizadas normalmente.
O peso da Selic no novo recorde de vendas do Tesouro Direto
Um dos principais motores para o alto volume de vendas em agosto foi o aumento da taxa Selic, que ampliou o interesse por papéis vinculados aos juros básicos.
Isso porque a taxa, que estava em 10,50% ao ano durante os meses de maio e agosto, foi elevada para 10,75% ao ano.
Em agosto, as emissões mensais de títulos corrigidos pela Selic atingiram R$ 3,34 bilhões e só perderam para março de 2023, quando tinham somado R$ 4,32 bilhões.
Em conjunto com a nova alta da taxa básica de juros, as expectativas de novas altas fazem os papéis seguirem atrativos para os investidores.
Além disso, outro importante motivo para o recorde de vendas do Tesouro Direto foi o vencimento de títulos de longo prazo corrigidos pela inflação, que foram trocados por papéis novos.
Em agosto, os títulos mais procurados pelos investidores foram os corrigidos pela inflação, que têm atraído os investidores por causa da expectativa de alta da inflação oficial nos próximos meses.
Segundo o Tesouro Nacional, a participação nas vendas atingiu 46,6%.
Já os títulos vinculados à Selic corresponderam a 41,7% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, totalizaram 7,8%.
O Tesouro Renda+, destinado ao financiamento de aposentadorias e lançado no início de 2023, respondeu por 2,4% das vendas.
Além disso, o Tesouro Educa+, que pretende financiar uma poupança para o ensino superior, atraiu 1,5% das vendas.
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 141,54 bilhões no fim de agosto, com uma queda de 2,64% em relação ao mês anterior, quando registrou R$ 145,39 bilhões.
A queda ocorreu porque os resgates superaram as vendas em R$ 4,94 bilhões no último mês, principalmente por causa do volume recorde de vencimentos dos títulos vinculados à inflação.
No entanto, representou uma alta de 16,4% em relação a agosto do ano passado. Na época, foi registrado um estoque de R$ 121,61 bilhões.
Além do recorde: a alta de investidores e o perfil de quem investe
Não é apenas no valor de vendas que o Tesouro Direto vem acumulando alta. Em agosto, 303,56 mil participantes se cadastraram no programa. O número total chegou a 29.602.068.
Nos últimos 12 meses, o número de investidores apresenta um aumento de 16,2%.
Já o total de investidores ativos – ou seja, que possuem operações em aberto – chegou a 2.664.829, o que representa alta de 12,3% em 12 meses.
Em relação ao perfil de quem investe, o Tesouro Direto vem chamando atenção dos pequenos investidores, o que pode ser observado pelo considerável número de vendas de até R$ 5 mil.
As operações nesta faixa corresponderam a 79,2% do total de 869.618 operações de vendas ocorridas em agosto. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 56,4%.
O valor médio por operação atingiu R$ 11.190,66, inflado pela troca de títulos corrigidos pela inflação, usado principalmente por quem quer financiar a aposentadoria.
Além disso, os investidores também mostram que estão preferindo papéis de curto prazo. As vendas de títulos de até cinco anos representam 79,6% do total.
As operações com prazo entre cinco e dez anos correspondem a 6,8% do total. Já os papéis de mais de dez anos de prazo representaram 13,6% das vendas.
O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Transparente, que você pode acessar aqui.
*Com informações da Agência Brasil
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