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PRÉ-COPOM

Selic deve subir nas próximas reuniões e ficar acima de 12% por um bom tempo, mostra pesquisa do BTG Pactual

Taxa básica de juros deve atingir os 12,25% ao ano no início de 2025, de acordo com o levantamento realizado com gestores, traders e economistas

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4 de novembro de 2024
13:39 - atualizado às 16:10
Roberto Campos Neto, presidente do BC
Imagem: Flickr: Banco Central do Brasil

Alta da Selic em novembro, novos ajustes em dezembro e janeiro  e perspectiva econômica de estabilidade em 2025. Essa é a expectativa de gestores, traders e economistas, segundo uma pesquisa pré-Copom realizada pelo BTG Pactual

De acordo com o material, cerca de 94% dos participantes acreditam que o Copom vai optar por um aumento de meio ponto percentual na taxa Selic na reunião desta quarta-feira. A maioria (77%) também espera novos ajustes de 0,50 ponto nas reuniões de dezembro e janeiro. 

Isso significa que a taxa básica de juros deve sair dos atuais 10,75% ao ano para 12,25% ao ano no início de 2025 se as projeções se confirmarem. 

Em março de 2025, as projeções tornam-se mais variadas, com uma leve preferência por um aumento de 0,25 ponto. A partir de maio, a expectativa de estabilidade começa a ganhar força, com 54% dos participantes prevendo que a taxa Selic permanecerá inalterada entre maio e julho.

Comunicado BC e Selic

Com a expectativa praticamente unânime de uma alta de 0,50 ponto na Selic na reunião desta semana, a dúvida do mercado paira sobre o comunicado que acompanha a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). 

A pesquisa do BTG indicou que quase metade dos respondentes (49%) espera que a comunicação do Copom indique que o ritmo atual de ajuste é compatível com o objetivo de controle inflacionário, sem dar pistas sobre movimentos futuros. Outros 39% acreditam que o comunicado não incluirá sinalizações de próximos passos. 

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Há ainda uma parcela de 20% que prefere uma comunicação mais aberta à possibilidade de novas acelerações na política de ajuste.

Selic acima de 12% no fim de 2025?

Além de prever um ciclo de alta acelerado da Selic, boa parte do mercado enxerga que os juros devem se manter em patamares elevados. 

Para 2025, a maioria dos participantes (44%) espera que a taxa Selic feche o ano acima de 12%. Uma parcela menor  (21%) projeta uma Selic entre 10,75% e 11,25%, com uma fatia semelhante projetando-a entre 11,50% e 12,00%.

 Além disso, 86% dos entrevistados acreditam que a chance de cortes na taxa de juros antes do segundo semestre de 2025 é muito baixa.

Inflação acima do teto e gastos públicos

A respeito do quadro fiscal, cerca de 36% acreditam que o impacto das medidas de contenção de despesas do governo ficará entre R$ 30 e 40 bilhões, seguido de cerca de 28% entre R$ 20 30 bilhões. Outras opções (R$10 e 20 bilhões ou acima de R$ 40 bilhões) têm peso inferior, mas não negligenciável. 

Quanto à chance de o mercado reagir favoravelmente ao anúncio das medidas, há visível divisão entre os participantes. Cerca de 33% acreditam que a chance é média, e os demais extremos quase se equivalem. 

Em termos de inflação, 55% dos agentes financeiros esperam que o IPCA ultrapasse 4,5% em 2024 — ou seja, acima do teto da banda de tolerância estabelecida para 2024. Para os próximos anos, a expectativa é que a inflação se mantenha próxima ao teto da meta, de acordo com a pesquisa, que contou com 53 participantes. 

Câmbio e FED

Em relação aos juros nos EUA, a maioria dos participantes (59%) acredita que o nível da taxa de juros do FED em dezembro de 2025 deva alcançar entre 3,25% e 3,75%. Outra parcela significativa vê o “Fed Funds” encerrando o ano entre 4,0% e 4,5%. 

A chance de o FED migrar para cortes trimestrais já no primeiro trimestre do próximo ano é vista como “elevada” ou “muito elevada” por cerca de 41%. 

Para o câmbio, cerca de 35% dos participantes veem o real oscilando entre R$ 5,35 e R$ 5,55 por dólar nos próximos 12 meses, enquanto aproximadamente 36% projetam uma desvalorização para o intervalo entre R$ 5,55 e R$ 5,75.

De acordo com o estudo, esses resultados mostram um mercado financeiro cauteloso, que espera ajustes pontuais na taxa Selic ao longo dos próximos meses, com uma eventual estabilização a partir de meados de 2025. 

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