Os modelos estão errados? FMI lança alerta para que bancos centrais aprimorem mecanismos de combate à inflação
Estudo integra o relatório de perspectiva econômica mundial do FMI, que será publicado na próxima semana como parte das reuniões anuais do organismo
Os bancos centrais devem ajustar seus instrumentos de política monetária para lidar com eventual descontrole da inflação no futuro, sugere o Fundo Monetário Internacional (FMI), em estudo publicado nesta quarta-feira (16).
O organismo, com sede em Washington, recomenda que as autoridades monetárias revisem os modelos utilizados e façam um monitoramento de dados mais segmentado e frequente para dosar melhor a resposta na luta contra o salto dos preços.
"As estruturas de política monetária dos bancos centrais precisam de modelos aprimorados e melhores dados setoriais para avaliar as forças inflacionárias subjacentes, aperfeiçoar as previsões e orientar o ajuste fino das respostas dadas", dizem os autores do estudo do FMI, Jorge Alvarez, Alberto Musso, Jean-Marc Natal e Sebastian Wende.
O documento integra o relatório de perspectiva econômica mundial (WEO, na sigla em inglês), que será publicado na íntegra na próxima semana como parte das reuniões anuais do organismo na capital norte-americana.
- LEIA MAIS: Títulos IPCA+ disparam com inflação em alta e a renda fixa se destaca: como investir agora? Veja a carteira recomendada da EQI Research
Política monetária pós-pandemia
O objetivo dos autores foi analisar lições novas e antigas do recente aumento da inflação na esteira da covid-19 e que seguiu uma interrupção única na economia global para a política monetária.
Eles lembram que os BCs deram diferentes respostas na mais recente luta contra os preços. Citam, por exemplo, o Brasil e países como Chile e México que começaram a subir os juros antes de outros países, em especial, as economias desenvolvidas.
Leia Também
Depois de empate com sabor de vitória, Ibovespa reage à Vale em meio a aversão ao risco no exterior
Simultaneamente, a Ásia deu uma resposta mais moderada, enquanto os Estados Unidos ajustaram sua política monetária mais tarde.
Segundo os autores, o aperto da política pode ser particularmente eficaz para reduzir rapidamente a inflação com custos de produção limitados.
No entanto, quando os gargalos ocorrem em setores específicos com preços relativamente flexíveis, como commodities, a alta dos preços ainda é a melhor solução.
"Gargalos de oferta generalizados podem apresentar aos bancos centrais uma compensação favorável ao enfrentar um aumento na demanda", dizem Alvarez, Musso, Natal e Wende.
- “Preferimos estar concentrados em empresas de alta qualidade de execução”, diz a analista Larissa Quaresma; veja as 10 ações que compõem seu portfólio atual
FMI: alerta contra aperto excessivo e recomendações
Os autores do estudo do FMI alertam, porém, que o aperto excessivo da política monetária pode ser contraproducente, levando a uma contração econômica custosa e à má alocação de recursos.
E, diante disso, sugerem que as estruturas de política monetária devem identificar as condições sob as quais a elevação das taxas de forma antecipada é apropriada.
Um primeiro passo é a coleta de dados de forma mais frequente, isso inclui preços por setores e sinais de restrições de oferta para determinar se os principais segmentos econômicos estão esbarrando em gargalos de oferta, indicam.
Além disso, entender fatores estruturais, como a forma que diferentes setores definem os preços e as ligações entre eles, forneceria percepções valiosas adicionais, dizem os autores.
Essas recomendações são oportunas, afirmam, considerando que vários bancos centrais planejam revisar as suas estruturas de política nos próximos meses.
"Essas revisões apresentam uma oportunidade de incorporar cláusulas de escape bem definidas em suas estruturas para lidar com pressões inflacionárias", recomendam.
Alvarez, Musso, Natal e Wende afirmam que os forward guidances dos BCs, ou seja, suas projeções futuras, devem internalizar essas cláusulas de escape.
Por fim, avaliam, essa flexibilidade adicional deve permitir que as autoridades estejam mais bem preparadas no futuro e protejam a sua credibilidade conquistada com 'muito esforço'.
*Com informações do Estadão Conteúdo
O retorno de 1% ao mês voltou ao Tesouro Direto: títulos públicos prefixados voltam a pagar mais de 12,7% ao ano com alta dos juros
Títulos indexados à inflação negociados no Tesouro Direto também estão pagando mais com avanço nos juros futuros
Brasil com grau de investimento, mais uma revisão positiva do PIB e inflação dentro da meta? Tudo isso é possível, segundo Haddad
O ministro da Fazenda admitiu em evento nesta segunda-feira (14) que o governo pode revisar mais uma vez neste ano a projeção para o Produto Interno Bruto de 2024
Harmonia com Haddad, meta de inflação e desafios do BC: as primeiras declarações públicas de Gabriel Galípolo como sucessor de Campos Neto
Galípolo, que teve seu nome aprovado pelo Senado Federal na semana passada para assumir o Banco Central, participou do Itaú BBA Macro Vision
Sinais de mais estímulos à economia animam bolsas da China, mas índices internacionais oscilam de olho nos balanços
Enquanto isso, os investidores aguardam o relatório de produção da Vale (VALE3) enquanto a sede da B3, a cidade de São Paulo, segue no escuro
Agenda econômica: Prévia do PIB no Brasil divide holofotes com decisão de juros do BCE e início da temporada de balanços nos EUA
A agenda econômica desta semana ainda conta com relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e PIB da China
O que esperar dos resultados do 3T24? Analista revela quais empresas devem decepcionar e quais vão agradar o investidor
Larissa Quaresma, da Empiricus Research, mantém otimismo com a economia, mas alerta para algumas empresas que devem entregar números ruins; veja na íntegra no podcast Touros e Ursos
Um início à moda antiga: Ibovespa reage a serviços em meio ao começo da temporada de balanços nos EUA
Enquanto os números dos serviços saem por aqui, mercado também repercute inflação na porta das fábricas nos EUA
Salvaram o Ibovespa? Por que os dados de inflação e emprego nos EUA ajudam a bolsa aqui, mas fecham a porta para Wall Street
No câmbio, o dólar à vista perde força depois de ter encostado e R$ 5,60 na máxima da sessão anterior; entenda o que mexe com os mercados aqui e lá fora
Vamos ao que interessa: Depois de perder o suporte de 130 mil pontos, Ibovespa tenta recuperação em dia de inflação nos EUA
Além dos números da inflação ao consumidor norte-americano, o Ibovespa também reage hoje aos dados do varejo no Brasil
Quanto os juros vão cair agora? O que a ata não contou sobre a próxima decisão do Fed em novembro
O documento divulgado nesta quarta-feira (09) mostrou a divisão entre os membros do comitê de política monetária sobre o corte de 50 pontos-base e a incerteza sobre o futuro da economia, mas escondeu pontos importantes para a decisão do mês que vem
Naufrágio na bolsa: Ibovespa perde os 130 mil pontos e o dólar encosta nos R$ 5,60; saiba o que mexeu com os mercados aqui e lá fora
Em Nova York, as bolsas operaram em alta — com o S&P 500 renovando máxima intradia logo depois da abertura
A boa e a má notícia da inflação nas últimas semanas antes de Galípolo suceder Campos Neto à frente do Banco Central
IPCA saiu de deflação de 0,02% em agosto para uma inflação de 0,44% em setembro, ligeiramente abaixo das projeções dos analistas
Efeito borboleta: Investidores monitoram ata do Fed, falas de dirigentes e IPCA de setembro para antecipar rumos do Ibovespa e dos juros
Participantes do mercado esperam aceleração da inflação oficial no Brasil em meio a temores de ciclo de alta de juros ainda maior
Sabatinando Galípolo: Senado vota hoje indicado de Lula para suceder Campos Neto no Banco Central, mas Ibovespa tem outras preocupações
Além da sabatina de Galípolo, Ibovespa terá que remar contra a queda do petróleo e do minério de ferro nos mercados internacionais
Felipe Miranda: Não estamos no México, nem no Dilma 2
Embora algumas analogias de fato possam ser feitas, sobretudo porque a direção guarda alguma semelhança, a comparação parece bastante imprecisa
Selic de dois dígitos será mais norma que exceção, diz economista do Citi; como os bancões gringos veem juros e inflação no Brasil?
Cautela do Banco Central em relação à pressão inflacionária é bem vista por economistas do Citi, do JP Morgan e do BofA, que deram suas projeções para juros em 2024 e 2025
Eleições voltam à estaca zero, enquanto investidores aguardam números de inflação no Brasil e nos Estados Unidos
Além disso, nesta semana ainda será publicada a ata da mais recente reunião do Fomc, o Copom norte-americano, que reduziu os juros nos EUA
Agenda econômica: Inflação é destaque no Brasil, EUA e China, com ata do Fed e PIB do Reino Unido no radar
Além de dados de inflação, as atenções dos mercados financeiros se voltam para o fluxo cambial do Brasil e a balança comercial dos EUA e Reino Unido
Dado de emprego arrasa-quarteirão nos EUA faz bolsas subirem, mas pode não ser uma notícia tão boa assim. Como ficam os juros agora?
A economia norte-americana abriu 254 mil vagas em setembro, bem acima das 159 mil de agosto e da previsão de 150 mil; a taxa de desemprego caiu 4,2% para 4,2% e os salários subiram
Bitcoin (BTC) sobe após dado mais importante da semana, mas ‘Uptober’ fica na saudade e criptomoedas caem na primeira semana do mês
De acordo com o departamento de trabalho norte-americano, a taxa de desemprego dos EUA foi de 4,1% em setembro, abaixo do valor registrado no mês anterior, de 4,2%