O plano de Campos Neto para sabotar a economia do Brasil por meio do Banco Central, segundo o PT
Ao dar estocadas no chefe do BC, o partido avaliou que “o bolsonarismo está sem discurso” após o caso de desvio de joias envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro
O PT se uniu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos ataques ao chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto, e à atual política de juros no Brasil.
Segundo o partido, Campos Neto usa a autarquia como um "bunker" para sabotar o país.
"Cabe ao partido manter a pressão por juros mais baixos até a saída do Banco Central do bolsonarista Roberto Campos Neto, que tem utilizado a autarquia como uma espécie de 'bunker para a sabotagem econômica' do país e plataforma de articulação político-partidária", afirma, em resolução do Diretório Nacional do PT.
O texto, aprovado na última semana, descreve os principais problemas enfrentados por Lula na conta de Campos Neto.
Vale lembrar que, em junho, em decisão unânime, o BC decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 10,50% ao ano, interrompendo um ciclo de sete cortes consecutivos.
"Seja pelos relatórios eivados de suspeitas do Boletim Focus sobre as projeções da inflação no país, seja por entrevistas recheadas de 'dicas' ao sistema financeiro, ou por convescotes com um político de oposição ao governo, Campos Neto tornou-se o maior entrave ao crescimento do país", escreveu o comando do PT.
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O que o partido diz sobre Campos Neto
Ao dar estocadas em Campos Neto, o PT avaliou que "o bolsonarismo está sem discurso" após os desdobramentos de escândalos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua família no caso do desvio de joias.
No mês passado, Campos Neto participou de um jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — evento em que estavam o ex-presidente Michel Temer, o ex-governador João Doria, ex-ministros, líderes de partidos de centro-direita e representantes do mercado financeiro.
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Naquele mesmo dia, Campos Neto havia sido elogiado por Tarcísio durante cerimônia na Assembleia Legislativa de São Paulo em que recebeu o "Colar de Honra ao Mérito Legislativo", em homenagem aos serviços prestados à frente do Banco Central.
Tarcísio pode ser candidato à Presidência em 2026, com apoio de Bolsonaro, que está inelegível até 2030.
Lula e dirigentes do PT avaliam que Campos Neto se movimenta, nos bastidores, para favorecer o ex-chefe do Executivo e seus aliados. Já o presidente do BC nega qualquer vínculo ideológico em sua atuação.
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'Não se pode apenas depender do presidente Lula'
Sete meses e meio após ter chamado a política do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de "austericídio fiscal" e condenado a influência "desmedida" do Centrão sobre o governo, desta vez a cúpula do PT teceu elogios ao terceiro mandato de Lula.
À época, dezembro de 2023, o presidente manifestou contrariedade com a resolução produzida pelo PT.
Apesar de bater o bumbo sobre ações do governo, o PT avisou que não aceitará sem protesto o corte de gastos em saúde e educação.
Na última quinta-feira (18), Haddad anunciou que, para cumprir o arcabouço fiscal, o governo terá de congelar R$ 15 bilhões em despesas.
"No momento em que o governo é pressionado pelo capital financeiro e a mídia corporativa para cortar gastos em cima dos mais pobres, é imperioso que o Partido dos Trabalhadores amplifique a firme defesa dos pisos constitucionais da saúde e da educação, recuperados após a superação do famigerado Teto de Gastos, e da vinculação do salário mínimo para pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC)", destaca a resolução do PT.
No texto, o PT diz ainda que "não se pode apenas depender do presidente Lula" para divulgar ações estratégicas do governo e mostrar como os juros elevados interferem na vida da população.
Os petistas afirmam que Lula só obteve melhora na aprovação popular, de acordo com pesquisas, após criticar a "política de arrocho monetário" executada por Campos Neto e denunciar os "efeitos destrutivos" dos juros sobre o poder de compra das famílias.
“O governo também deve ampliar o alcance dos seus canais de interlocução com sociedade, envolvendo todos os ministros na divulgação de ações estratégicas que precisam chegar à população. Não se pode apenas depender do presidente Lula.”
*Com informações do Estadão Conteúdo.
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