O que Lula vai exigir de quem suceder Campos Neto à frente do BC
Em entrevista, Lula assinalou as características que influenciarão sua decisão sobre o sucessor de Roberto Campos Neto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva detalhou as características que levará em consideração ao escolher o sucessor de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central (BC).
Em entrevista concedida na sexta-feira (16), Lula disse que o próximo presidente do BC vai precisar ter "compromisso com o povo brasileiro" e "coragem" para alterar a Selic sempre que for necessário.
Nesse sentido, Lula diz que que o sucessor de Campos Neto precisa ter coragem tanto para cortar quando para aumentar a taxa básica de juros.
O mandato de Roberto Campos Neto à frente do BC termina em dezembro.
No entanto, o governo não pretende esperar dezembro para dedidir quem será o sucessor de Campos Neto e já prepara a indicação de um novo nome.
O mais cotado para o cargo é o atual diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo.
O que Lula quer ver no sucessor de Campos Neto
"A pessoa que vou indicar tem de ter muito caráter, muita seriedade e muita responsabilidade. A pessoa que eu indicar não deve favor ao presidente da República. A pessoa que eu vou indicar é uma pessoa que vai ter compromisso com o povo brasileiro. Na hora que precisar reduzir a taxa de juros, ele vai ter de ter coragem de dizer que vai reduzir. Na hora que vai aumentar, ele vai ter de ter a mesma coragem de dizer que vai aumentar", afirmou o presidente em entrevista à Rádio Gaúcha.
Leia Também
Lula voltou a dizer, porém, que não existiria explicação para a Selic estar no atual patamar, de 10,5% ao ano, considerado alto demais.
"Nós, obviamente, levamos em conta a necessidade de autonomia do Banco Central, mas é importante lembrar que o Banco Central deve ao povo brasileiro", enfatizou.
Ele afirmou que tem a expectativa de que os juros comecem a cair, e mencionou a possibilidade de uma redução das taxas nos Estados Unidos - que poderia ter efeito positivo sobre a entrada de capital estrangeiro no Brasil, com reflexos na taxa de câmbio e, por tabela, na inflação.
Questionado, Lula repetiu não saber se Galípolo será o indicado para suceder Campos Neto.
"Pretendo antes de indicar conversar com o presidente do Senado, com o presidente da comissão (de Assuntos Econômicos, do Senado) para que as pessoas indicadas sejam votadas logo, para que não fique sofrendo desgaste de especulação política durante meses", respondeu ele.
Lula também negou que tenha algum problema pessoal com Campos Neto.
"O problema não é pessoal, ele não me desagradou. Ele desagradou ao País, desagradou ao setor produtivo."
- Qual é a melhor opção para se aposentar sem depender do INSS? Simule na nossa ferramenta gratuita.
Juros vão subir mais?
Na mesma sexta-feira, Campos Neto afirmou que os integrantes do Copom estão dispostos a fazer tudo "o que for necessário" para garantir a convergência da inflação ao centro da meta, inclusive voltar a aumentar a taxa Selic.
"Não estamos dando um guidance (orientação), mas faremos o que for necessário para levar a inflação à meta. Se aumentar os juros for necessário, nós aumentaremos", disse ele durante evento em São Paulo.
Na segunda-feira, 12, Galípolo já havia afirmado que a elevação das taxas "está na mesa" do Copom.
Nova faixa do Minha Casa Minha Vida deve impulsionar construtoras no curto prazo — mas duas ações vão brilhar mais com o programa, diz Itaú BBA
Apesar da faixa 4 trazer benefícios para as construtoras no curto prazo, o Itaú BBA também vê incertezas no horizonte
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Lula firma acordos com Japão, mas frustração do mercado ajuda a derrubar as ações dos frigoríficos na bolsa
Em rara visita de Estado ao Japão, o presidente brasileiro e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, firmaram nesta quarta-feira (26) dez acordos de cooperação em áreas como comércio, indústria e meio ambiente
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda
Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Com a Selic a 14,25%, analista alerta sobre um erro na estratégia dos investidores; entenda
A alta dos juros deixam os investidores da renda fixa mais contentes, mas este momento é crucial para fazer ajustes na estratégia de investimentos na renda variável, aponta analista
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses
Co-CEO da Cyrela (CYRE3) sem ânimo para o Brasil no longo prazo, mas aposta na grade de lançamentos. ‘Um dia está fácil, outro está difícil’
O empresário Raphael Horn afirma que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses
Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas
A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir
Renda fixa mais rentável: com Selic a 14,25%, veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (19), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Copom não surpreende, eleva a Selic para 14,25% e sinaliza mais um aumento em maio
Decisão foi unânime e elevou os juros para o maior patamar em nove anos. Em comunicado duro, o comitê não sinalizou a trajetória da taxa para os próximos meses
A recessão nos EUA: Powell responde se mercado exagerou ou se a maior economia do mundo está em apuros
Depois que grandes bancos previram mais chance de recessão nos EUA e os mercados encararam liquidações pesadas, o chefe do Fed fala sobre a situação real da economia norte-americana