Lula aprova lei de arrecadação de impostos que pode ‘abocanhar’ dinheiro esquecido nos bancos, mas com vetos
Presidente sancionou as propostas de reoneração gradual da folha de pagamento e Tesouro Nacional pode usar dinheiro esquecido para calibrar contas públicas

Em linha com as discussões calorosas de política fiscal que se estendem por 2024, o presidente Lula sancionou, na última segunda-feira (16), o projeto de lei que prevê mudanças graduais sobre o pagamento de impostos de 17 setores da economia e pequenos e médios municípios.
A Lei 14.973, de reoneração gradual da folha de pagamento, foi aprovada pelo presidente, mas com vetos – inclusive em um dos pontos sobre a medida que pode “abocanhar” parte do dinheiro esquecido nos bancos.
O que é a reoneração da folha de pagamento?
A desoneração da folha de pagamentos foi instituída em 2011 para setores intensivos em mão de obra. Na prática, a medida gera redução da carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas.
Isso porque ela substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.
O Congresso havia realizado votações que prorrogaram a desoneração até 2027, mas o governo federal moveu uma ação no STF que suspendeu a decisão.
Em busca da meta fiscal, o governo alegou que o Congresso não previu uma fonte de receitas para bancar o programa e não estimou o impacto nas contas públicas.
Leia Também
O Legislativo, porém, argumenta que medidas foram aprovadas para aumentar as receitas da União e que a estimativa de impacto estava descrita na proposta aprovada.
Então, o ministro da Fazenda anunciou um acordo que manteve a desoneração em 2024, mas que exigia a negociação de uma cobrança gradual a partir do próximo ano.
- Política fiscal pode jogar contra o Ibovespa, mas estes outros 3 fatores podem impulsionar a bolsa, segundo o BTG Pactual; veja quais são.
As mudanças a partir de agora com a lei
As alterações previstas pela lei começam a partir de 2024. O novo modelo será misturado com a antiga cobrança sobre salários até 2027, quando a transição estará completa. No caso dos 17 setores, o processo ocorrerá da seguinte forma:
- 2024: desoneração total;
- 2025: 5% sobre a folha de pagamento;
- 2026: 10% sobre a folha de pagamento;
- 2027: 15% sobre a folha de pagamento;
- 2028: 20% sobre a folha de pagamento e fim da desoneração.
Já para os municípios, a alíquota será de:
- 2024: 8%;
- 2025: 12%;
- 2026: 16%;
- 2027: 20%.
Dinheiro esquecido nos bancos: governo vai poder pegá-lo?
Um dos pontos mais polêmicos da lei é o repasse de dinheiro esquecido nas instituições brasileiras, como forma de ajudar o governo a compensar a desoneração na folha e cumprir a meta fiscal.
Cerca de R$ 8,5 bilhões ainda não foram sacados por pessoas físicas e jurídicas, embora o Banco Central venha fazendo esforços para que esses valores sejam resgatados.
Mesmo com a lei sancionada, ainda é possível retirar o dinheiro esquecido dos bancos e evitar que seja direcionado para as contas públicas. Isso pode ser feito por meio da consulta ao Sistema de Valores a Receber, do Banco Central.
A lei prevê que os titulares podem resgatar os valores em até 30 dias após a publicação da lei. Depois disso, o dinheiro será apropriado pelo Tesouro Nacional como receita orçamentária primária.
Presidente aprovou, mas ‘barrou’ alguns pontos da proposta
Embora a lei tenha sido aprovada, o governo vetou algumas das propostas, como as Centrais de Cobrança e Negociação de Créditos Não Tributários.
O projeto de lei previa a criação de órgãos que fariam acordos para resolver dívidas ligadas a multas e taxas, por exemplo, mas foi excluída das novas regras sancionadas.
A proposta também queria dar prioridade de recursos para a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério da Fazenda desenvolverem sistemas de cobranças de dívidas. No entanto, a medida não foi aprovada por “contrariar o interesse público” e restringir os recursos prioritários a órgãos específicos.
Outro ponto vetado foi a estipulação de um prazo de 90 dias para o governo indicar um responsável pelos custos de desenvolvimento, disponibilização, manutenção, atualização e gestão administrativa de um sistema de dívidas não tributárias – o que, na visão da Advocacia-Geral da União, viola a Constituição.
Além disso, o projeto de lei também previa que o dinheiro esquecido nos bancos poderia ser resgatado junto às instituições financeiras até 2027. O Ministério da Fazenda sugeriu vetar essa regra por gerar um conflito com outros prazos definidos pela lei, como o período de 30 dias a partir da publicação.
*Com informações do Estadão Conteúdo e Gazeta do Povo.
O grosseiro erro de cálculo de Donald Trump
Analistas de think tank conservador dizem que cálculo de Trump está errado e que as tarifas não têm nada de recíprocas nem fazem sentido do ponto de vista econômico
Agenda econômica: IPCA, ata do Fomc e temporada de balanços nos EUA agitam semana pós-tarifaço de Trump
Além de lidar com o novo cenário macroeconômico, investidores devem acompanhar uma série de novos indicadores, incluindo o balanço orçamentário brasileiro, o IBC-Br e o PIB do Reino Unido
Petrobras (PETR4) avança em processo para tirar ‘novo pré-sal’ do papel
Petrobras recebeu permissão para operar a Unidade de Atendimento e Reabilitação de Fauna. O centro é uma exigência do Ibama para liberar a busca de petróleo no litoral do Amapá
Com eleições de 2026 no radar, governo Lula melhora avaliação positiva, mas popularidade do presidente segue baixa
O governo vem investindo pesado para aumentar a popularidade. A aposta para virar o jogo está focada principalmente na área econômica, porém a gestão de Lula tem outra carta na manga: Donald Trump
Tarifas gerais de Trump começam a valer hoje e Brasil está na mira; veja como o governo quer reagir
Além do Brasil, Trump também impôs tarifa mínima de 10% a 126 outros países, como Argentina e Reino Unido
Vem mudança no conselho do Pão de Açúcar (PCAR3) por aí? Assembleia para decidir destino do alto escalão da varejista já tem data marcada
Todos os temas que serão abordados na reunião foram solicitados pelo fundo controlado por Nelson Tanure, que propõe a destituição do conselho de administração do Pão de Açúcar
China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta
O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Lula reclama e Milei “canta Queen”: as reações de Brasil e Argentina às tarifas de Trump
Os dois países foram alvo da alíquota mínima de 10% para as exportações aos EUA, mas as reações dos presidentes foram completamente diferentes; veja o que cada um deles disse
Eleições 2026: Lula tem empate técnico com Bolsonaro e vence todos os demais no 2º turno, segundo pesquisa Genial/Quaest
Ainda segundo a pesquisa, 62% dos brasileiros acham que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria se candidatar à reeleição em 2026
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
A resposta de Lula às tarifas de Trump: Brasil pode pegar pesado e recorrer à OMC
O governo brasileiro estuda todas as opções para se defender das medidas do governo norte-americano e, embora prefira o diálogo, não descarta acionar os EUA na Organização Mundial do Comércio
Não haverá ‘bala de prata’ — Galípolo destaca desafios nos canais de transmissão da política monetária
Na cerimônia de comemoração dos 60 anos do Banco Central, Gabriel Galípolo destacou a força da instituição, a necessidade de aprimorar os canais de transmissão da política monetária e a importância de se conectar com um público mais amplo
Genial/Quaest: Aprovação do governo Lula atinge pior nível desde janeiro de 2023 e cai inclusive no Nordeste e entre mulheres
As novas medidas anunciadas e o esforço de comunicação parecem não estar gerando os efeitos positivos esperados pelo governo
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
O Brasil pode ser atingido pelas tarifas de Trump? Veja os riscos que o País corre após o Dia da Libertação dos EUA
O presidente norte-americano deve anunciar nesta quarta-feira (2) as taxas contra parceiros comerciais; entenda os riscos que o Brasil corre com o tarifaço do republicano
Brasil não aguarda tarifas de Trump de braços cruzados: o último passo do Congresso antes do Dia da Libertação dos EUA
Enquanto o Ibovespa andou com as próprias pernas, o Congresso preparava um projeto de lei para se defender de tarifas recíprocas
Trump Media estreia na NYSE Texas, mas nova bolsa ainda deve enfrentar desafios para se consolidar no estado
Analistas da Bloomberg veem o movimento da empresa de mídia de Donald Trump mais como simbólico do que prático, já que ela vai seguir com sua listagem primária na Nasdaq
Trump fala em buscar terceiro mandato — e não está brincando
Em tese, Trump precisaria mudar a Constituição dos EUA para buscar um terceiro mandato; no entanto, o presidente norte-americano acredita que haveria alternativas
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”