A boa e a má notícia da inflação nas últimas semanas antes de Galípolo suceder Campos Neto à frente do Banco Central
IPCA saiu de deflação de 0,02% em agosto para uma inflação de 0,44% em setembro, ligeiramente abaixo das projeções dos analistas
A inflação medida pelo IPCA de setembro proporcionou uma boa e uma má notícia para Roberto Campos Neto em suas últimas semanas como presidente do Banco Central (BC).
Os participantes do mercado conseguiram antecipar quase com precisão o resultado da inflação oficial, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IPCA saiu de uma deflação de 0,02% em agosto para uma inflação de 0,44% em setembro. A mediana das estimativas dos analistas consultados pelo Broadcast era de +0,45%.
O maior peso veio da energia elétrica residencial. O item saiu de -2,77% em agosto para +5,36% depois da instituição da bandeira vermelha sobre a tarifa de eletricidade.
A boa notícia é que o resultado fechado do mês confirmou o cenário antecipado pelo IPCA-15.
“A despeito das pressões dos itens mais voláteis, vemos uma dinâmica inflacionária ainda benigna, com os núcleos e os serviços bem comportados, sem indicar reaceleração”, afirma André Valério, economista sênior do Inter.
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A má notícia está presente na leitura da inflação em 12 meses.
O IPCA acumulado no período acelerou de +4,24% em agosto para +4,42% em setembro.
Embora o resultado também tenha ficado ligeiramente abaixo da estimativa de alta de 4,44%, o índice de preços encontra-se muito próximo do chamado teto da meta de inflação.
A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2024 é de 3%. No entanto, existe uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
Para fins de prestação de contas do Banco Central, é aceitável que o IPCA acumulado de 2024 fique entre 1,5% e 4,5% ao ano.
E é aqui que mora o perigo.
O IPCA de setembro vem à tona apenas um dia depois de o Senado ter aprovado a indicação de Gabriel Galípolo para suceder Roberto Campos Neto à frente do BC.
Levando em conta as projeções da AZ Quest, é provável que um dos primeiros atos de Galípolo à frente do BC seja escrever uma carta endereçada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e à ministra do Planejamento, Simone Tebet, para explicar uma inflação acima do teto da meta.
Embora tenha considerado positivo o resultado de setembro, Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, estima que a pressão dos preços dos alimentos no decorrer dos próximos meses faça com que o IPCA acumulado de 2024 termine em 4,6%.
A expectativa é de que Galípolo assuma o BC em 1º janeiro de 2025.
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Embora algumas analogias de fato possam ser feitas, sobretudo porque a direção guarda alguma semelhança, a comparação parece bastante imprecisa
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