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PRESIDENTE FALA

Ouviu, Galípolo? Após sair do hospital, Lula volta a criticar política de juros semanas antes de novo presidente do Banco Central assumir

Lula foi enfático ao afirmar que a taxa de juros é “a única coisa errada” na economia brasileira atualmente

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16 de dezembro de 2024
8:49
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista ao Fantástico
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista ao Fantástico - Imagem: Reprodução de redes sociais

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês no último domingo (15) após uma cirurgia de emergência. Ato contínuo, o presidente concedeu uma entrevista ao Fantástico, da Globo — e voltou a criticar a política de juros do Banco Central.

No programa, o presidente defendeu a necessidade de ações para impulsionar a economia e ressaltou que a elevada taxa Selic, atualmente de 12,25%, é um obstáculo ao crescimento. 

Lula foi enfático ao afirmar que a taxa de juros é “a única coisa errada” na economia brasileira atualmente. Ele destacou o impacto negativo da Selic elevada no custo de crédito para empresas e consumidores, além de prejudicar o investimento e o crescimento econômico.

“Vou repetir: ninguém nesse país, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu. Entreguei esse país numa situação muito privilegiada, e é isso que eu quero fazer outra vez. Não é o mercado que tem que ficar preocupado com os gastos do governo, é o governo. O que está errado é a taxa de juros, que está acima de 12% — isso é o que não tem explicação”, afirmou o presidente.

Lula comenta pacote fiscal

Além de criticar os juros, o presidente também rebateu as críticas que têm sido feitas ao pacote de medidas fiscais proposto pelo governo e que está em tramitação no Congresso.

Lula enfatizou que as propostas enviadas ao Legislativo buscam garantir equilíbrio nas contas públicas e reforçou que o governo é quem deve controlar os gastos, sem interferências externas.

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“Nós fizemos aquilo que é possível, mandando [o pacote] para o Congresso Nacional. O compromisso com a responsabilidade fiscal é nosso. Quem sofre com gastos excessivos é o povo, e é isso que queremos evitar”, disse.

Lula aproveitou a entrevista para reafirmar que seu governo busca um equilíbrio entre responsabilidade fiscal e a promoção do crescimento econômico, mas deixou claro que a alta taxa de juros é um entrave nesse processo.

“Precisamos de juros mais baixos para que o Brasil cresça, gere emprego e alivie o peso sobre a população. Essa será uma prioridade no próximo ano”, concluiu.

Atos golpistas e prisão de Braga Netto

Entre os destaques da fala do presidente, Lula também foi comedido ao comentar a prisão, no sábado (14), do general da reserva Walter Braga Netto.

Ele afirmou que o militar deve ser punido "severamente" se for confirmada sua participação na tentativa de golpe de Estado, mas destacou que "ele tem todo o direito à presunção de inocência".

"O que eu não tive, quero que eles tenham. Mas se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente", disse o presidente em coletiva de imprensa no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Vale ressaltar que a prisão do general de quatro estrelas não vai alterar o cronograma previsto pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, para analisar o relatório final da Polícia Federal (PF) no inquérito do golpe e, eventualmente, oferecer a denúncia contra os 40 indiciados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Contudo, o Judiciário entra em recesso depois da semana que vem. A prisão do general é considerada pelos investigadores a mais importante até o momento.

Ele fez parte do primeiro escalão do governo Bolsonaro. Foi ministro da Casa Civil e da Defesa e, em 2022, ocupou a vice na chapa do ex-presidente, que concorreu à reeleição e foi derrotado por Lula no segundo turno da disputa.

Braga Netto foi preso preventivamente sob a acusação de agir para obstruir a investigação. Segundo a PF, ele tentou conseguir informações sigilosas sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid para repassar a outros investigados e também alinhou versões com aliados.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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