🔴 TENHA ACESSO GRATUITO À CARTEIRA QUE RENDEU MAIS 200% DO IBOVESPA EM 9 ANOS – VEJA COMO

Maria Eduarda Nogueira
Maria Eduarda Nogueira
Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital na ESPM. Trabalhou com comunicação institucional e jornalismo de viagens antes de entrar no mercado financeiro. Está sempre disponível para falar sobre inovação, livros e cultura pop.
APROVADO PELO SENADO

Gabriel Galípolo no Senado: como o indicado a comandar o Banco Central enxerga a Selic, a meta de inflação e a relação com Lula

Galípolo respondeu perguntas dos senadores em sabatina e teve o nome aprovado pela CAE para assumir o BC

gabriel galipolo banco central bc presidente
Imagem: Agência Brasil/Lula Marques | Montagem: Maria Eduarda Nogueira

Gabriel Galípolo deu mais um passo para se tornar o próximo presidente do Banco Central. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou a indicação do atual diretor de política monetária para assumir o lugar de Roberto Campos Neto no próximo ano.

Iniciando a sabatina com agradecimentos aos senadores, Galípolo tocou em vários temas caros à economia brasileira. Juros, inflação, política fiscal – como esperado, obviamente. Mas também economia verde, relação com o Executivo e bets. 

Reunimos aqui as principais declarações do diretor do BC e os tópicos que ele abordou durante seu período respondendo perguntas do Senado.

"Estar indicado pelo presidente Lula é uma grande honra e enorme responsabilidade"

Galípolo comentou ser um privilégio ter sido indicado para presidir o Banco Central pelo presidente Lula e afirmou que o chefe do Executivo sempre garantiu liberdade na tomada de decisões do Banco Central.

"Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, eu escutei de forma enfática e clara que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro", relatou.

No entanto, Galípolo não respondeu a um questionamento do senador Izalci Lucas (PL-DF), que havia perguntado se ele considerava "justas" as críticas de Lula a Campos Neto.

Leia Também

"A melhor relação possível" com Lula e Campos Neto

Ainda sobre sua relação com o Executivo, o diretor afirmou que tem "a melhor relação possível" tanto com Lula quanto com Campos Neto. 

Ex-secretário-executivo da Fazenda na gestão Haddad, Galípolo foi indicado para a diretoria de Política Monetária do BC em julho do ano passado, com o objetivo de "harmonizar" a relação entre a autoridade monetária e a equipe econômica.

"Faço uma mea culpa: eu gostaria de, dentro das minhas funções, ter colaborado para que essa relação entre o Banco Central e o próprio Poder Executivo fosse melhor ainda do que ela tem sido", afirmou.

Galípolo disse que, apesar de poder estar "meio fora de moda", a tentativa é de evitar antagonismos para tentar construir e exaltar a convergência e o diálogo. 

"Faço questão de reafirmar: todas as conversas com as senadoras e senadores, independente do partido, se oposição ou situação, também foram todas no sentido de me assegurar a liberdade na gestão e de manter o compromisso com o nosso povo e com o nosso país", descreveu.

"Hoje, o Brasil é um país reconhecido pela sua estabilidade monetária"

Durante a sabatina, o diretor lembrou que o Brasil enfrentou durante os anos 80 uma crise profunda, levando à moratória da dívida externa e à exclusão do circuito financeiro internacional. 

"Hoje o Brasil é credor líquido internacional com mais de US$ 350 bilhões de reservas. O Brasil apresenta hoje um superávit comercial sólido e estrutural graças à produtividade e à competência dos seus empresários", afirmou.

"Tudo isso representa um enorme avanço em contraste com as condições observadas na década de 70, que em última análise contribuiu para a crise da década de 80. Durante a década de 80 e início da década de 90, a economia foi assombrada pelo fantasma da hiperinflação", recordou Galípolo, citando que, em março de 1990, a inflação no Brasil disparou para surpreendentes 6.821% ao ano.

Ele salientou também que durante esse período, os planos econômicos de moedas nacionais eram substituídos e trocados com mais frequência do que os técnicos de futebol no Brasil. "Em 2024, o Plano Real completa 30 anos e o sistema de metas de inflação comemora 25 anos. Hoje, o Brasil é reconhecido por sua estabilidade monetária."

"Não é o papel do Banco Central [regular as bets]"

O BC não tem atribuição para regular sites de apostas, segundo Gabriel Galípolo.

"O Banco Central não versa ou não tem qualquer tipo de atribuição sobre a regulação de bets, não é o papel do Banco Central. A discussão em si é sobre qual é o impacto das bets do ponto de vista de consumo", disse ao Senado.

Ele voltou a dizer que, ao analisar dados do crescimento da renda, do consumo e da poupança foi constatada a existência de um vazamento que não era simples de identificar. 

"Nós passamos a fazer estudos internos e a dialogar com diversos bancos e instituições financeiras que podiam ter dados e acessam a informação sobre isso", descreveu, acrescentando que, no início, estava desconfiado da grandeza dos dados.

"A nossa função é muito mais tentar entender qual é o impacto disso em consumo, em endividamento das famílias, como é que a gente consegue explicar a relação entre a atividade econômica, despesas e o impacto para a inflação", enumerou.

"Vou me furtar de fazer qualquer tipo de comentário sobre o que é atribuição da Receita, Petrobras, regulação de Bolsa Família ou bet", completou.

"Cabe ao BC colocar a taxa de juros em um nível restritivo pelo tempo que for necessário para se atingir essa meta [de inflação]"

"Sou daqueles que defendem que o Banco Central não deveria nem votar na meta de inflação dentro do Conselho Monetário Nacional (CMN)", disse Galípolo. 

"Hoje temos uma meta estabelecida de 3%, que cabe ao Banco Central perseguir de maneira efetiva, colocando a taxa de juros em um nível restritivo pelo tempo que for necessário para se atingir essa meta. Assim é que funciona o arcabouço institucional e legal do Banco Central", continuou.

Galípolo salientou que o BC tem autonomia operacional para buscar as metas que foram estabelecidas. A autonomia da autoridade monetária, de acordo com o diretor, não deve passar a ideia de que o BC deve "virar as costas" ao poder democraticamente eleito. 

"Redução do spread bancário é uma agenda de longa data do Banco Central"

O indicado à presidência do BC disse que a redução do spread bancário  é uma das agendas prioritárias para os próximos ciclos do Banco Central".

"A gente fica muito tempo debatendo a taxa Selic e talvez o tema principal seja a taxa de juros que as pessoas, jurídicas e físicas, estão realmente pagando", disse.

"Existe uma correlação com a questão da política fiscal e o nível de atividade econômica"

O indicado à presidência do BC reconheceu que há anos as projeções de crescimento do Brasil vêm sendo revistas "sistematicamente ao longo do ano para cima, surpreendendo positivamente em relação ao crescimento".

Segundo Galípolo, "o próprio FMI fez uma revisão agora elevando o que se entende ser o PIB potencial". 

O sabatinado afirmou que "existe uma correlação com a questão da política fiscal e o nível de atividade econômica, não apenas olhando o volume de estímulo fiscal, mas a composição fiscal qualitativa da política fiscal".

Galípolo chamou de uma "modernização e adequação às melhores práticas" a mudança sobre as metas de inflação e lembrou que o Banco Central já trabalha com essa alteração de meta contínua. 

Ele ressaltou que a "inflação de 2024 é bastante relevante", e reiterou que o horizonte relevante do BC é mais à frente. Na última reunião do Copom, o horizonte na mira do BC foi o 1º trimestre de 2026.

Ele ainda afirmou que diversas variáveis recomendaram maior prudência sobre a política monetária. Entre elas: expectativas desancoradas, mercado de trabalho mais apertado, câmbio e crescimento da economia acima das projeções originais.

"A gente tem que adicionar também as projeções climáticas junto com as projeções econômicas"

Para Galípolo, todos os Bancos Centrais terão que lidar com a transição climática, devido ao impacto que o fenômeno tem na economia e nos preços. 

"O que dificulta muito na nossa vida é que as projeções sobre o que vai acontecer com a economia, já são bastante complexas a serem feitas. Agora, a gente tem que adicionar também as projeções climáticas junto com as projeções econômicas, o que dá uma certa exponencialidade nas dificuldades das previsões", ponderou Galípolo.

Para o diretor, no entanto, o BC brasileiro é um dos mais atentos ao tema e tem tentado colaborar tanto com outros bancos centrais, quanto com o próprio governo sobre este tema, devido à relevância do tema para o Brasil no G20.

* Com informações do Estadão Conteúdo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
AUMENTA A FACA

Corte de 0,25 p.p. ou 0,50 p.p.? Nada disso: senadores democratas pedem diretamente para o chefe do BC dos EUA que Fed corte juros em 0,75 p.p.

16 de setembro de 2024 - 16:28

As autoridades dos EUA acrescentam que “claramente” chegou a hora de reduzir as taxas, diante da desaceleração dos preços e de dados indicando o arrefecimento do emprego

DENÚNCIA CONTRA MINISTRO DO STF

Liderados por aliados de Bolsonaro, 150 deputados e senadores entregam hoje pedido de impeachment de Alexandre de Moraes

9 de setembro de 2024 - 13:24

Deputados e senadores que subscrevem a denúncia atribuem ao ministro suposto “abuso de poder” e também “violação de direitos constitucionais e negligência”

Banco Central

Eleições primeiro, Banco Central depois: indicação de Galípolo será votada no Senado em 8 de outubro, anuncia Pacheco

4 de setembro de 2024 - 19:20

Gabriel Galípolo foi indicado pelo presidente Lula para assumir o comando do Banco Central

O FUTURO DOS JUROS

Galípolo indicou que não vai subir a Selic? Senador diz que sim e pede sabatina de apontado de Lula à presidência do BC ainda neste mês

3 de setembro de 2024 - 17:28

Otto Alencar, que é líder do PSD na Casa, afirmou ainda que Galípolo disse a ele ver um cenário econômico melhor do que estava previsto por especialistas

STF SOB PRESSÃO

Oposição quer impeachment de Alexandre de Moraes após revelação de pedidos de relatórios ao TSE; documento ganhará assinaturas até 7 de setembro

14 de agosto de 2024 - 10:45

Oposição reage à reportagem da Folha de S.Paulo que revela mensagens de Alexandre de Moraes;ministro do STF afirma que pedidos foram oficiais e regulares

PONTO A PONTO

IVA, cashback, imposto do pecado, carne na cesta básica: entenda a reforma tributária em 11 pontos

12 de julho de 2024 - 10:12

Regulamentação da reforma tributária passou na Câmara e agora precisa ser aprovada pelo Senado antes de seguir para sanção presidencial

NOVA POLÊMICA

Vem mais imposto por aí? Após Senado “rejeitar” aumento da CSLL, líder sugere taxação sobre setor financeiro para compensar desoneração da folha

11 de julho de 2024 - 19:45

Aumento seria feito caso as medidas apontadas pelo Senado não sejam suficientes para equalizar a renúncia do benefício fiscal aos 17 setores e às pequenas e médias prefeituras

APÓS 40 ANOS

Ela está chegando: Câmara aprova texto-base da reforma tributária, zera taxa sobre carnes e mantém armas e munições isentas do ‘imposto do pecado’

11 de julho de 2024 - 7:48

Agora, os deputados votam os cinco destaques (tentativas de alterar o texto-base), antes de a proposta ser enviada ao Senado

REGULAMENTAÇÃO DA TECNOLOGIA

‘A inteligência artificial só não é mais perigosa que a burrice humana’: o que o presidente do Senado pensa sobre a regulação da IA no Brasil

10 de julho de 2024 - 13:11

A proposta é de autoria do próprio Pacheco e tramita na Casa sob relatoria do senador Eduardo Gomes (PL-TO)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

É igual, mas pode ser diferente: Ibovespa busca oitava alta seguida em dia de Powell no Congresso dos EUA e IPCA por aqui

10 de julho de 2024 - 7:58

Além do testemunho de Powell e da inflação oficial no Brasil, investidores monitoram regulamentação da reforma tributária

ADIADO

Ficou para amanhã: Arthur Lira afirma que regulamentação da reforma tributária começa a ser votada quarta-feira

9 de julho de 2024 - 10:35

Vale destacar que a expectativa é de que a reforma tributária seja votada antes do recesso parlamentar, que acontece a partir do dia 18, quinta-feira da semana que vem

REAL DIGITAL

Um jabuti no Drex: Congresso usa PEC da autonomia do BC para preservar cartórios dos impactos do real digital

3 de julho de 2024 - 9:43

Jabuti que limita uso do real digital para reduzir burocracia foi inserido na PEC da autonomia do BC durante tramitação na CCJ do Senado

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ibovespa busca fôlego para voltar a subir em dia de IPCA-15 e definição de novo regime de meta de inflação

26 de junho de 2024 - 8:00

Lá fora, bolsas internacionais sobem com recuperação do setor de semicondutores e podem ajudar o Ibovespa a encontrar fôlego nesta reta final de semestre

Mais um papel no mercado

Comissão do Senado dá ok para a criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento; conheça detalhes do novo título

25 de junho de 2024 - 17:33

Como as LCIs e LCAs, o novo título terá isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas

AVANÇO OU RETROCESSO?

O Banco Central vai virar empresa pública? Senado discute a autonomia financeira do BC — veja o que pensam especialistas 

18 de junho de 2024 - 19:10

Audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi realizada nesta terça-feira (18) com a presença de economistas e ex-presidentes do BC

VAI OU NÃO VAI

Governo e Congresso não entram em acordo para fim do orçamento secreto — e STF entra para fazer conciliação

18 de junho de 2024 - 8:39

Ex-ministro da Justiça do governo Lula, Dino herdou a relatoria do processo ao assumir a cadeira da ministra Rosa Weber, que conduziu a ação sobre o orçamento secreto no STF

ACONTECE ESTE ANO

Por que os investidores da bolsa também deveriam prestar atenção nas eleições municipais

14 de junho de 2024 - 6:30

Eleições municipais têm potencial para servir de prévia para 2026, bem como para impactar formação de alianças

EM MEIO AO CAOS

Todo poder a Milei? Com voto de Minerva e repressão a manifestantes, Senado da Argentina aprova pacote ultraliberal

13 de junho de 2024 - 11:16

O projeto concede amplos poderes ao Executivo, dando prerrogativas de interferência ao presidente, mas foi desidratado na Casa

AI MINHAS COMPRINHAS

Câmara aprova lei que taxa compras internacionais de varejistas como Shein, AliExpress e Shopee. Lula vai vetar?

12 de junho de 2024 - 10:08

A alíquota de 20% sobre o e-commerce estrangeiro foi um “meio-termo” e substituiu a ideia inicial de aplicar uma cobrança de 60% sobre mercadorias que vêm do exterior

A TAXA DAS BLUSINHAS

Vai esvaziar o carrinho? Taxação de compras internacionais até US$ 50 passa no Senado. Saiba o que falta para a cobrança entrar em vigor

5 de junho de 2024 - 20:19

A chamada taxa das blusinhas recebeu aprovação simbólica — não houve registro de voto no painel eletrônico — em um acordo entre base e oposição

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar