🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
ENTREVISTA EXCLUSIVA

“A gente está longe de resolver a questão fiscal”: CEO da Bradesco Asset vê risco de fim da regra fiscal e déficit de R$ 80 bilhões em 2024

Ao Seu Dinheiro, o CEO da Bradesco Asset e ex-secretário do Tesouro falou sobre os riscos macroeconômicos do Brasil no segundo semestre; confira o que está em jogo

Camille Lima
Camille Lima
1 de julho de 2024
10:04 - atualizado às 10:23
Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset, fala sobre apostas da gestora para bolsa brasileira, dólar e juros.
Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset, fala sobre os riscos macroeconômicos do Brasil. - Imagem: Divulgação - Imagem: Divulgação

Apesar dos esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a discussão sobre o risco fiscal está longe de chegar ao fim — e deve piorar nos próximos meses. A avaliação é de Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset.

“A gente está longe de resolver a questão fiscal”, afirmou ele, em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro. “Para o mercado, o maior risco hoje é que haja algum tipo de acordo e o governo decida eliminar a regra fiscal. Mas eu não acho que esse é o cenário mais provável.”

Responsável pela "chave do cofre" do governo federal entre 2020 e 2021, quando atuou como secretário do Tesouro Nacional, Funchal prevê que as turbulências envolvendo o fiscal devem se intensificar ao longo do segundo semestre.

O principal gatilho da discussão, segundo o gestor, será o debate sobre o Orçamento de 2025. Vale lembrar que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do ano que vem precisa ser enviado ao Congresso até o final de agosto.

Assim como o restante do mercado financeiro, a Bradesco Asset vê os cortes de gastos públicos em 2025 como uma peça fundamental para que a economia brasileira continue a caminhar no médio prazo.

“Fiscal é igual cortar unha: tem que estar sempre cortando gastos. É fácil reduzir imposto e aumentar o gasto, o difícil é fazer o contrário. Mas a gente não pode brigar contra a realidade. Nossa dívida é alta comparada com os países emergentes. Nosso juro é alto e, por causa disso, a gente paga um prêmio de risco alto. Então a gente tem que ter responsabilidade fiscal e manter os gastos e a dívida sob controle”, disse Funchal.

Leia Também

Na última quarta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ao UOL que o governo realiza a revisão das contas públicas "sem levar em conta o nervosismo do mercado" e defendeu a manutenção dos investimentos em Saúde e Educação.

Ao ser questionado sobre quais cortes o governo deverá fazer, Lula afirmou que ainda analisa se eles serão necessários.

"Nós estamos fazendo uma análise de onde é que tem gasto exagerado, onde é que tem gasto que não deveria ter, onde é que tem pessoas que não deveriam receber e que estão recebendo.”

Leia também: Dólar de volta a R$ 5,05 e retomada da bolsa brasileira: CEO da Bradesco Asset revela apostas para o 2º semestre

Entre fiscal, gastos e o Orçamento 

Segundo o CEO da Bradesco Asset, antes da criação de uma regra fiscal como o teto de gastos, os gastos públicos não tinham restrição, o que facilitava as discussões sobre o Orçamento.

“Mas era ruim, porque se eu quisesse aumentar o espaço para gastar, bastava projetar uma receita maior, mesmo que fictícia. Isso gerou o problema que gerou e matou a responsabilidade fiscal. Ficou uma peça de ficção o Orçamento”, disse Funchal.

Mas se de um lado a regra fiscal trouxe maiores limitações para os gastos do governo, de outro, as despesas obrigatórias continuam a aumentar, limitando o espaço para a discussão das discricionárias.

É por isso que o governo atualmente enfrenta um grande dilema: a rigidez orçamentária.

Pela nova regra fiscal, as despesas de um ano devem ser equivalentes a 70% do crescimento real (acima da inflação) das receitas no exercício anterior. 

Além disso, com o modelo atual, o governo tem liberdade para decidir sobre uma pequena parcela dos gastos estipulados pelo Orçamento — é o que chamam de despesas discricionárias.

“Tudo acaba se traduzindo em uma despesa obrigatória muito alta”, disse. “Isso culmina na regra fiscal, porque gera uma disputa muito grande sobre as discricionárias. Essa briga por espaço no Orçamento é sempre bastante ruidosa”.

É importante lembrar que a maior parte do gasto público hoje é puxada pelas regras automáticas de aumento dessas despesas obrigatórias — como os benefícios previdenciários e assistenciais, que são ligados ao salário mínimo, ou o gasto com saúde e educação, vinculado à arrecadação.

“Isso impõe uma restrição. Se as condições econômicas ou populacionais mudarem e outro gasto fizer mais sentido, você acaba ficando com um gasto de pior qualidade”, destacou Funchal.

Para o gestor, a discussão sobre a qualidade e direcionamento dos gastos é “fundamental” do ponto de vista fiscal, mas será um difícil do lado político.

“Não é fácil, em termos de narrativa política, dar mais liberdade para aumentar gastos com um setor em detrimento a outros. É um debate complexo, mas é claramente ineficiente ter tudo carimbado como é hoje”, disse o CEO.

  • 850 mil brasileiros já estão recebendo, todos os dias, as atualizações mais relevantes do mercado financeiro. Você é um deles? Se a resposta for não, ainda dá tempo de “correr atrás do prejuízo”. Clique aqui para começar a receber gratuitamente. 

É o fim da regra fiscal? CEO da Bradesco Asset revela projeções

Na visão de Bruno Funchal, Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, terão o desafio de explicar para o governo que acabar com a atual regra fiscal seria uma decisão “muito ruim para o Brasil”.

“Essa alternativa é cara, porque você perde credibilidade e desancora a expectativa em relação a gastos e ao tamanho da dívida”, disse o executivo.

“Se você tem uma regra que traz previsibilidade e ela passa a não valer mais para acomodar algum gasto adicional, isso vai bater nos juros, e a gente sabe que taxas mais elevadas freiam economia, investimento e geração de emprego”, acrescentou.

Porém, ainda que os ministros tenham sucesso em manter as normas de pé, o arcabouço corre o risco de sofrer mudanças relevantes, avalia Funchal.

“Mesmo que continue, você vai ter tentativas de gastar mais — e para isso, seria preciso mudar a regra ou fazer alguma coisa com a regra. Essa é uma fonte de incerteza grande para o segundo semestre.”

A expectativa da Bradesco Asset é que a regra fiscal continuará de pé, mas que Haddad não consiga entregar o prometido déficit primário zero em 2024. Na realidade, a gestora prevê um déficit de aproximadamente R$ 80 bilhões para este ano.

“Mantendo a regra fiscal, para o ano que vem, o governo vai ter que fazer um ajuste bem razoável de gasto, porque como aumenta a despesa obrigatória acima da inflação, isso acaba pressionando as outras despesas discricionárias.”

Nas contas do gestor, os gastos discricionários devem ficar em torno de R$ 40 bilhões menores do que os deste ano.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DE COADJUVANTE A PROTAGONISTA

Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 6:09

Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade

LAÇOS FORTALECIDOS

De agricultura e tecnologia nuclear à saúde e cultura: Brasil e China assinam 37 acordos bilaterais em várias áreas; confira quais

20 de novembro de 2024 - 14:32

Acordo assinado hoje por Xi Jinping e Lula abrange 15 áreas estratégicas e fortalece relação comercial entre países

OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Polícia Federal: general preso imprimiu plano de execução de autoridades no Palácio do Planalto

20 de novembro de 2024 - 13:45

PF divulgou que o general reformado Mário Fernandes deu o nome de Planejamento ao arquivo impresso

‘PUNHAL VERDE E AMARELO’

O que se sabe até agora sobre o complô dos ‘Kids Pretos’ para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes — e que teria a participação do vice de Bolsonaro

19 de novembro de 2024 - 14:28

A ideia de envenenamento, de acordo com o plano do general, considerava a vulnerabilidade de saúde e a ida frequente de Lula a hospitais

IMPOSTO PARA RICOS

É hora de taxar os super-ricos? G20 faz uma proposta vaga, enquanto Lula propõe alíquota  que poderia gerar US$ 250 bilhões por ano no mundo

19 de novembro de 2024 - 14:19

Na Cúpula do G20, presidente Lula reforça as críticas ao sistema tributário e propôs um número exato de alíquota para taxar as pessoas mais ricas do mundo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo

19 de novembro de 2024 - 8:02

Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer

18 de novembro de 2024 - 20:00

Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro

ELE ESTÁ PRA CHEGAR…

O primeiro dia do G20 no Rio: Biden, Xi e Lula falam de pobreza, fome e mudanças climáticas à sombra de Trump

18 de novembro de 2024 - 19:20

As incertezas sobre a política dos EUA deixaram marcas nos primeiros debates do G20; avanços em acordos internacionais também são temas dos encontros

NA PONTA DO LÁPIS

O tamanho do corte que o mercado espera para “acalmar” bolsa, dólar e juros — e por que arcabouço se tornou insustentável

18 de novembro de 2024 - 13:22

Enquanto a bolsa acumula queda de 2,33% no mês, a moeda norte-americana sobe 1,61% no mesmo intervalo de tempo, e as taxas de depósito interbancário (DIs) avançam

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

ANTES DA CÚPULA

No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental

16 de novembro de 2024 - 15:56

Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula

EMBOLOU O MEIO DE CAMPO

Milei muda de posição na última hora e tenta travar debate sobre taxação de super-ricos no G20

16 de novembro de 2024 - 9:11

Depois de bloquear discussões sobre igualdade de gênero e agenda da ONU, Milei agora se insurge contra principal iniciativa de Lula no G20

ANTES DA DESPEDIDA

A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas

14 de novembro de 2024 - 17:32

As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião

DEPOIS DO BALANÇO DO 3T24

Agro é pop, mas também é risco para o Banco do Brasil (BBAS3)? CEO fala de inadimplência, provisões e do futuro do banco

14 de novembro de 2024 - 13:52

Redução no preço das commodities, margens apertadas e os fenômenos climáticos extremos afetam em cheio o principal segmento do BB

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA

13 de novembro de 2024 - 8:09

Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar

SE A ELEIÇÃO FOSSE HOJE…

Lula ainda vence a direita? Pesquisa CNT/MDA mostra se o petista saiu arranhado das eleições municipais ou se ainda tem lenha para queimar

12 de novembro de 2024 - 15:45

Enquanto isso, a direita disputa o espólio de Bolsonaro com três figuras de peso: Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro e Pablo Marçal

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quantidade ou qualidade? Ibovespa repercute ata do Copom e mais balanços enquanto aguarda pacote fiscal

12 de novembro de 2024 - 8:11

Além da expectativa em relação ao pacote fiscal, investidores estão de olho na pausa do rali do Trump trade

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado

12 de novembro de 2024 - 7:01

Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo

TEMPORADA DE RESULTADOS

“Estamos absolutamente prontos para abrir capital”, diz CEO do BV após banco registrar lucro recorde no 3T24

11 de novembro de 2024 - 18:36

O BV reportou um lucro líquido de R$ 496 milhões no terceiro trimestre de 2024, um recorde para a instituição em apenas três meses

FOME DE AQUISIÇÕES

Mubadala não tem medo do risco fiscal: “Brasil é incrível para se investir”, diz diretor do fundo árabe

11 de novembro de 2024 - 17:12

O Mubadala Capital, fundo soberano de Abu Dhabi, segue com “fome de Brasil”, apesar das preocupações dos investidores com o fiscal

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar