Os Faraós do Inverno Cripto: Como a prisão de três magnatas do mundo das criptomoedas influencia na regulação global do mercado?
Se, por um lado, muitas pessoas foram prejudicadas por esses eventos, por outro, ficou clara a necessidade de uma regulação mais dura em relação a esse mercado
O estudo da História nos permite ver como sociedades nascem e morrem. No Egito antigo, os faraós eram os governantes supremos — já na atualidade, os grandes empresários são os que ocupam os lugares de maior destaque. Entre eles, aqueles que viram a ascensão meteórica impulsionar suas riquezas com o mercado de criptomoedas — mas a queda veio em igual velocidade.
Diversos anônimos fizeram fortuna com criptomoedas.
Porém, alguns deles ganharam fama durante o “verão” dos ativos digitais: Sam Bankman Fried, o SBF, dono do Grupo FTX e da corretora (exchange) de mesmo nome, Changpeng Zhao, o CZ, ex-CEO da Binance, e Do Kwon, cofundador do protocolo Terra (LUNA), são alguns deles.
Mas o Longo Inverno das Criptomoedas chegou. E, junto com ele, alguns desses magnatas foram pegos de calças curtas.
Isso porque, de acordo com a acusação de procuradores e órgãos reguladores, muito do que brilhava não era ouro, mas esquemas arquitetados para evadir divisas, lavar dinheiro — ou pura e simplesmente tirar dinheiro dos investidores.
Se, por um lado, muitas pessoas foram prejudicadas por esses eventos, por outro, ficou clara a necessidade de uma regulação mais dura em relação a esse mercado.
Leia Também
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
E os reguladores ouviram isso: no Brasil, o projeto de lei que obriga a segregação patrimonial de criptomoedas deve ser aprovado ainda no primeiro semestre, de acordo com deputados que acompanham a matéria.
Lá fora, a aprovação dos primeiros ETFs de bitcoin à vista é encarada como um primeiro passo para o surgimento de uma legislação mais específica desse mercado nos Estados Unidos.
- O triplo da valorização do Bitcoin – brasileiros comuns obtiveram um lucro de 285% (contra 97% do BTC) graças a uma ferramenta inovadora no mercado brasileiro de criptomoedas. Clique AQUI para conhecer.
O destino dos magnatas das criptomoedas…
Falando dos casos mais famosos, o ditado diz que o crime não compensa, e esses executivos sentiram na pele — e no bolso — o que isso quer dizer.
Confira a seguir os casos que ganharam destaque na mídia e o que houve com cada um deles:
Cadê minhas criptomoedas?
Começando pelo caso mais famoso, SBF foi condenado a 25 anos de prisão, acusado de conspiração e fraude envolvendo a exchange FTX.
No começo de 2022, a corretora cripto e suas operações nos Estados Unidos foram avaliadas em cerca de US$ 40 bilhões. Já Bankman-Fried possuiria uma fortuna de US$ 26 bilhões, segundo a Forbes, na época.
Fundada em 2019, a corretora era um caso de sucesso no mercado cripto, competindo com grandes nomes do setor, como Coinbase, Binance e Kraken, chegando a estar entre as cinco maiores em volume negociado e não era difícil vê-la chegar ao top 3.
Porém, reportagens da época indicavam que a corretora estava insolvente — isto é, não tinha recursos o bastante para cobrir os depósitos dos clientes. O histórico completo você lê aqui.
O resultado foi a queda de uma gigante desse mercado, o colapso da empresa — e um longo processo para pagar os cerca de US$ 11 bilhões devidos aos clientes, em valores atualizados.
Recentemente, a FTX anunciou que pagaria — com juros — os montantes devidos, algo entre US$ 14,5 bilhões e US$ 16,3 bilhões, após as vendas de criptomoedas e outros investimentos.
Meu dinheiro evaporou!
Além de SBF, Do Kwon também foi um dos grandes nomes do mercado que viu o crescimento da sua fortuna se tornar um pesadelo.
Apesar de seus recursos serem pouco conhecidos, ele foi um dos responsáveis pela criação do protocolo cuja criptomoeda chegou a ser uma das dez maiores do mundo: a Terra (LUNA), que chegou a ter um valor de mercado de quase US$ 140 bilhões.
O problema é que a estruturado próprio protocolo criou uma “espiral da morte”, com a desvalorização da Terra (LUNA) alimentando um ataque à TerraUSD, a stablecoin dos mesmos criadores cujo valor deveria ser atrelado ao dólar. Leia mais sobre o caso aqui.
O resultado disso foi uma literal caçada de meses pelo paradeiro de Do Kwon, que desapareceu logo após o colapso da criptomoeda. Ele fugiu do seu país de origem e passou a ser procurado por 195 nações amigas da Coreia do Sul até ser pego em Montenegro.
Além do processo envolvendo a Terra (LUNA) nos Estados Unidos, a Terraform Labs é acusada de dever mais de US$ 78 milhões aos cofres públicos coreanos. As acusações incluem evasão de impostos tanto de sua pessoa física quanto da sua empresa.
Por fim, Do Kwon conseguiu reverter o pedido de extradição para os Estados Unidos e foi liberado da cadeia recentemente, mas segue como investigado em acusações de fraude envolvendo criptomoedas — só da SEC, a CVM americana, a multa pode superar os US$ 5 bilhões.
Adeus, CZ
Dono de uma fortuna que o fez a pessoa mais rica do mundo no mercado de criptomoedas em 2022, o canadense Changpeng Zhao, mais conhecido como CZ, esteve à frente da Binance, maior exchange em volume negociado do planeta, até novembro de 2023.
A saída dele ocorreu após um acordo da Binance com o Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA, no qual ele se declarou culpado das acusações do órgão, que incluíam lavagem de dinheiro, fraude e outras violações de sanções.
Além disso, a Binance e seu CEO foram obrigados a pagar uma multa de US$ 4,3 bilhões — o equivalente a R$ 24,94 bilhões ou pouco mais de 116.216 bitcoins, nas cotações atuais.
Porém, nem isso acalmou a Justiça norte-americana que em abril deste ano, condenou o bilionário a quatro meses de prisão.
- Onde investir em abril:
… E as lições desse período
Diz o ditado que é preciso fazer um limão de uma limonada — ainda que o suco dessa fruta esteja bastante azedo.
As perdas com roubos e hacks de criptomoedas já somam um prejuízo da ordem de US$ 200 milhões até agora em 2024. Os dados são de um relatório publicado pela empresa de segurança de redes blockchain Immunefi.
Por isso, a aprovação de uma regulação do mercado de criptomoedas se mostra cada vez mais necessária.
“Para garantir a adoção de inovação tecnológica e os seus benefícios, como por exemplo todas as aplicações financeiras fundamentadas no blockchain, é fundamental a regulação gerando a proteção do usuário”, afirma Juliana Felippe, que lidera os negócios da Paxos no Brasil.
A Paxos é uma instituição financeira e empresa de tecnologia especializada em blockchain que ajuda na intermediação de companhias com o mercado cripto. Internacionalmente, ela atua junto com o PayPal — que também oferece pagamentos em bitcoin — e com a Meta (ex-Facebook). Aqui no Brasil, seus parceiros incluem Nubank e Mercado Livre.
Um dos pontos defendidos por especialistas como Felippe é a segregação patrimonial, que separa os ativos da empresa dos recursos dos clientes.
Brasil à frente do mundo na regulação de criptomoedas
Já para Rodrigo Caldas de Carvalho Borges, sócio no escritório Carvalho Borges Araújo, membro fundador da Oxford Blockchain Foundation e estrategista em blockchain pelo MIT, os episódios ajudaram na construção da legislação brasileira, aprovada pelo Congresso em 2022.
“No caso do Brasil, vejo que o episódio da FTX trouxe uma maior preocupação acerca da segregação patrimonial, inclusive com a tramitação de Projeto de Lei específico que visa incluir tal dispositivo no marco legal das criptomoedas”, comenta. Para quem trabalha com o setor, já era esperado que complementos fossem feitos para aprimorar a regulação.
Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin (MB), chegou a comentar sobre o tema à época e, em entrevista recente ao Seu Dinheiro, falou como a aprovação do marco coloca o Brasil à frente de outros lugares.
Falida exchange FTX processa a Binance e seu fundador em quase US$ 2 bilhões sob alegação de fraude
Corretora de criptomoedas que quebrou em 2022 acusa a maior exchange do mundo e o fundador e ex-CEO, Changpeng Zhao, de terem recebido US$ 1,76 bilhão em uma “transferência fraudulenta”
Gestor da Itaú Asset aposta em rali de fim de ano do Ibovespa com alta de até 20% — e conta o que falta para a arrancada
Luiz Ribeiro é responsável pelas carteiras de duas famílias de fundos de ações da Itaú Asset e administra um patrimônio de mais de R$ 2,2 bilhões em ativos
Criptomoeda ‘desconhecida’ dispara mais de 700% em 5 dias; fundamentos e eleição de Trump devem impulsionar o ativo ainda mais, diz especialista
“Trata-se de um ativo pequeno, novo, embrionário, com alto nível de risco, mas que tem muito fundamento”, disse o especialista sobre a criptomoeda
Magazine Luiza (MGLU3) “à prova de Selic”: Varejista surpreende com lucro de R$ 102 milhões e receita forte no 3T24
No quarto trimestre consecutivo no azul, o lucro líquido do Magalu veio bem acima das estimativas do mercado, com ganhos da ordem de R$ 35,8 milhões
Oncoclínicas (ONCO3): Goldman Sachs faz cisão da participação na rede de oncologia e aumenta especulações sobre venda
Após quase uma década desde que começou a investir na empresa, o mercado passou a especular sobre o que o Goldman pretende fazer com a participação na companhia
Thank you, Trump! Eleição do republicano faz bitcoin (BTC) renovar as máximas históricas acima dos US$ 75 mil e impulsiona criptomoedas
Trump é conhecido por fazer diversos acenos para o setor de ativos digitais, como lançar uma coleção de figurinhas digitais no formato de NFTs em dezembro de 2022
Itaú (ITUB4) supera Vale (VALE3) e se torna a ação mais indicada para investir em novembro; veja o ranking com recomendações de 13 corretoras
O otimismo dos analistas tem base em dois pilares principais: a expectativa de um balanço forte no 3T24 e a busca por um porto seguro na B3
Corretoras punidas e ‘lista suja’ de bancos: confira novas normas que apertam o cerco contra devedores da Justiça
Além disso, a norma determina que as corretoras são “responsáveis solidárias” pela dívida — ou seja, podem ser cobradas se não efetuarem o bloqueio “imediato e integral”
Bitcoin (BTC) dispara, atinge os US$ 70 mil e fica a 3% das máximas históricas; veja o que impulsiona as criptomoedas hoje
Os investidores estão a uma semana de conhecer o futuro presidente dos Estados Unidos, e fortalecimento de Donald Trump anima o mercado cripto
Itaú no topo, Santander e Bradesco remando e Banco do Brasil na berlinda: o que esperar dos lucros dos bancões no 3T24
De modo geral, cenário é favorável para os resultados dos bancos, com a economia aquecida impulsionando o crédito; veja as projeções dos analistas
Sob pressão, Cosan (CSAN3) promove mudanças no alto escalão e anuncia novos CEOs em busca da virada — mas ações continuam em queda na B3
Apesar da desvalorização dos papéis do grupo na bolsa em 2024, é quase consenso entre analistas e gestores que as perspectivas para a companhia são positivas
ApeCoin (APE) dobrou de preço em uma semana e este é o motivo — vale a pena investir na “criptomoeda de NFT de macaco”?
A ApeCoin foi lançado pelos criadores da coleção de NFTs — ou certificados digitais — mais famosa do mundo, a Bored Ape Yacht Club (BAYC), em 2022
“A Petrobras (PETR4) continua uma pechincha”: gestor da Inter Asset revela 5 ações para investir na bolsa até o fim de 2024
Para Rafael Cota, as ações PETR4 continuam “muito baratas” — mesmo que a companhia seja hoje avaliada em mais de R$ 500 bilhões
‘Criptomoedas não precisam de políticos’: especialistas defendem que Bitcoin é caminho ‘sem volta’ e que eleição nos EUA não ameaça protagonismo digital
Bernardo Bonjean, da Metrix, e Lucas Josa, da Mynt, veem perspectiva de crescimento para os ativos digitais, quem quer que seja o novo presidente dos Estados Unidos
Afinal, o que o Drex vai mudar na minha vida? Veja duas aplicações do ‘real digital’ que vão te ajudar a poupar dinheiro
Ainda, saiba se a “criptomoeda do banco central” sairá no tempo esperado, e se a saída de Campos Neto do BC influenciará no cronograma
Rússia quer se livrar do dólar e lança documento para criar criptomoeda comum aos BRICS — e critica forma como FMI trata emergentes
Alguns problemas impedem o lançamento de uma CBDC que englobe todo o bloco e os detalhes você confere a seguir
O que fez o bitcoin (BTC) recuperar o patamar de US$ 67 mil e se aproximar das máximas históricas? Veja criptomoedas hoje
O mercado espera que os novos estímulos da China, somados ao aumento da liquidez global em virtude do corte de juros nos EUA, ajude no desempenho das criptomoedas
Obrigado, China (ou quase isso): bitcoin (BTC) e outras criptomoedas sobem mesmo sem detalhes sobre novos estímulos à segunda maior economia do mundo
Ainda nesta semana, os investidores aguardam números de atividade econômica chinesa e balanços das empresas de tecnologia
Mercado Livre (MELI34) tem “bilhões de dólares para conquistar” com receita de mídia nos próximos cinco anos, diz diretor
Na avaliação de Mario Meirelles, diretor sênior do Mercado Ads Brasil, a parceria com players externos, como o Disney+, será essencial para o crescimento da divisão de publicidade
Na nova ‘corrida do ouro’ do varejo, Mercado Livre larga na frente no ‘retail media’, mas as concorrentes brasileiras prometem reagir
O mercado de publicidade é visto como uma nova fonte de receita para o varejo — mas as brasileiras encontram-se ainda muitos passos atrás na busca por território no mercado local