Criptomoedas de graça: entenda o que são ‘Airdrops’, como escapar das ciladas desse mercado — e 5 projetos para investir
Pode parecer “bom demais para ser verdade”, mas foi uma das formas encontradas por um mercado em desenvolvimento para conseguir ganhar a adesão de investidores
Diz o ditado que, quando a esmola é demais, o santo desconfia. Mas o universo das criptomoedas mostra com os Airdrops que, às vezes, dá sim para ganhar coisas dando muito pouco em troca.
O termo airdrop (“caído do céu”) surgiu no mercado de criptomoedas para designar a distribuição gratuita — ou quase — de tokens para os investidores interessados em projetos.
Eles são comuns no lançamento de projetos (ICOs, para o mercado cripto, equivalente aos IPOs das empresas em bolsa), mas também podem ocorrer em protocolos que já têm tokens negociados no mercado, visando aumentar o número de participantes — na mesma analogia, é o follow-on de empresas que já lançaram ações.
O mecanismo pode parecer “bom demais para ser verdade”, mas foi uma das formas encontradas por um mercado ainda em estágio de desenvolvimento para conseguir ganhar a adesão de investidores.
A seguir, vão algumas dicas de como aproveitar airdrops e não cair em ciladas nesse mercado:
Como participar de airdrops?
Em primeiro lugar, é preciso escolher a plataforma na qual o investidor irá participar de um airdrop.
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Em linhas gerais, são duas opções: usando diretamente uma carteira digital (wallet) ou por meio de uma corretora de criptomoedas (exchange).
Airdrops nas corretoras…
Nas corretoras, o processo é um pouco mais simples. Basta se inscrever na lista de espera e preencher os requisitos necessários para ser elegível — dos quais falaremos mais para frente — a receber os tokens.
A vantagem desse mecanismo é que a própria exchange já faz uma seleção de projetos, evitando maiores “ciladas” nesse mercado. Porém, as corretoras ressaltam que não se responsabilizam por eventuais perdas ou golpes nesse segmento.
… E nas carteiras digitais (wallets)
Já para aqueles que preferem se aventurar “em um mundão véio sem porteira” e ir em busca de lançamentos de tokens por conta própria com suas wallets, é preciso redobrar os cuidados para evitar ciladas. Além disso, é preciso estar atento para saber se a sua wallet é compatível com a blockchain que seus tokens serão lançados.
Isso porque nem toda wallet está conectada a uma rede blockchain e pode ser necessário criar uma nova carteira para isso. A maior parte dos airdrops acontece no ecossistema do ethereum (ETH), por meio de tokens compatíveis do tipo ECR-20 — uma espécie de “linguagem universal” dentro do mundo das criptomoedas.
As wallets mais comuns e populares, utilizadas inclusive por corretoras e analistas, são a Metamask e a Exodus.
Cuidados para se ter com airdrops
Vale dizer que a distribuição gratuita de tokens não é um contrato formal entre os desenvolvedores e os usuários. Em outras palavras, o investidor pode realizar todos os passos anteriores e o airdrop não acontecer.
Também existem muitos golpistas que se passam por projetos sérios para roubar os investidores. Exemplos de criminosos no setor não faltam, como é o caso de Faraós, Reis e Sheiks do Bitcoin ou do primeiro golpe envolvendo BTC no Brasil.
Aqui vão algumas dicas para evitar cair em golpes:
- Conheça o projeto: apesar de protocolos menos conhecidos terem potenciais de crescimento elevados, eles também são os mais arriscados. Conhecer a fundo onde se está colocando o dinheiro é essencial para evitar cair em ciladas;
- Participe da comunidade: para conhecer os desenvolvedores e acompanhar a evolução do projeto, é interessante estar dentro de comunicados oficiais do protocolo. As redes sociais são o meio mais utilizado, em especial comunidades no Discord, X (antigo Twitter), Telegram e Reddit são as preferidas entre os usuários de criptomoedas;
- Cuidado com informações sensíveis: nunca compartilhe suas chaves privadas ou dados pessoais. Sempre que for se cadastrar em um airdrop, compartilhe apenas informações estritamente necessárias, como o endereço público da sua wallet;
- Cuidado com a esmola: como foi dito anteriormente, a distribuição de tokens nem sempre é 100% gratuita e exige algum trabalho do usuário para participar do airdrop. Desconfie de distribuições demasiadamente fáceis para o investidor, como: “compre este token e ganhe o dobro” ou “receba criptomoedas totalmente de graça”.
Para garantir que está entrando em um bom airdrop, não tem jeito. É preciso gastar um bom tempo para avaliar o projeto e lembrar que trata-se de um segmento de altíssimo risco dentro do mercado de criptomoedas.
Inclusive, alguns caçadores de airdrops são conhecidos como degens, os “degenerados” que viram noites estudando e analisando projetos para investir.
Critérios de elegibilidade para airdrops
Como dito anteriormente, as distribuições de tokens são gratuitas ou quase gratuitas. Isso porque o usuário e potencial investidor precisa cumprir alguns requisitos antes de receber os tokens.
De acordo com um relatório do segmento de research do Mercado Bitcoin (MB), as regras variam conforme cada caso.
Dentro dos casos de airdrops bem sucedidos estão a Arbitrum, que distribuiu o equivalente a R$ 30 mil em tokens ARB para cada usuário que interagia com a rede até agosto de 2023 e no lançamento da corretora de criptomoedas descentralizada (DeX) UniSwap.
Em 2017, o protocolo dava 400 unidades de UNI para quaisquer transações na rede. Hoje, esse mesmo montante vale aproximadamente R$ 15 mil.
Aqui vão algumas das formas possíveis de ficar elegível para um airdrop:
Interação com a rede
Alguns protocolos são criados e fazem um airdrop na sequência para aumentar o engajamento da rede e levantar recursos para o desenvolvimento de novos projetos.
Usuários que interagem com a rede há algum tempo, fazendo sugestões nos fóruns de discussão ou mesmo contribuindo com o desenvolvimento daquela blockchain específica.
Learn and Earn
Outros protocolos podem exigir que o investidor, logado dentro da plataforma do protocolo específico, realize uma sequência de desafios — dos mais diversos: desde solucionar problemas até fazer provas de conteúdos sobre criptomoedas até charadas, etc.
Essa é uma das formas de aumentar o engajamento da rede, aumentando o número de usuários e a interação entre eles. O learn and earn (“aprenda e ganhe”) é uma dessas formas: o usuário responde a um série de perguntas e passa a ser elegível a receber os tokens de um airdrop.
Holders de tokens ganham com airdrops
Alguns protocolos podem exigir que os usuários tenham uma determinada quantidade de tokens específicos na carteira.
Por exemplo, um projeto construído na rede do ethereum (ETH) pode exigir que o usuário tenha uma certa quantia dessa moeda na carteira para receber os tokens.
Também pode haver uma exigência de tempo dessas criptomoedas na carteira, o que tende a beneficiar usuários poupadores (holders, no jargão do mercado).
Compra de NFTs: identificando carteiras para airdrops
Por fim, o usuário que quiser receber criptomoedas pode precisar comprar um NFT (token não fungível) para identificar sua wallet.
Dessa forma, o protocolo sabe exatamente quais carteiras estão aptas a receber os tokens do airdrop, já que o NFT funciona como uma identidade virtual.
Lista de airdrops para 2024
Confira alguns airdrops que ainda podem acontecer em 2024.
Foram utilizadas informações coletadas do CoinGecko, da BitPinas e da Cryptonews, além de indicações feitas pelos analistas Orlando Telles e Rafael Castaneda.
Em 2024, já aconteceram alguns airdrops, como o da Aptos, que distribuiu entre US$ 200 milhões e US$ 260 milhões na sua primeira distribuição gratuita, e a Starknet, que começou a distribuir aproximadamente US$ 1,3 bilhão no seu lançamento.
Veja quem ainda pode distribuir criptomoedas de graça em 2024 — sempre tendo em vista os alertas dados acima sobre a periculosidade desse segmento:
- MetaMask (https://metamask.io/): Uma das carteiras mais populares no espaço cripto. Há rumores de um airdrop desde 2023, mas nada foi confirmado oficialmente. Contudo, analistas especulam que, para melhorar sua elegibilidade para essa possível distribuição de tokens, o ideal é usar recursos integrados à wallet para interagir com diferentes redes e protocolos;
- Base (https://www.base.org/): É uma blockchain de segunda camada (Layer 2 ou L2) construída sobre o ethereum pela corretora de criptomoedas Coinbase, utilizada para criar um ecossistema próprio, assim como a Binance fez com o BinanceCoin (BNB) — que, inclusive, foi distribuído por meio de airdrop. Também há rumores sobre um possível airdrop, mas nada oficialmente confirmado. O token BASE é o token de governança dentro da rede, tê-lo pode melhorar sua elegibilidade para uma possível distribuição gratuita;
- Optimism (https://www.optimism.io/): Uma rede compatível com EVM (Ethereum Virtual Machine, um mecanismo que otimiza os processos dos aplicativos descentralizados, os DApps) que busca escalar a tecnologia ethereum. Usar o $OP, o token de governança da rede, pode te ajudar a garantir uma qualificação para o airdrop;
- zkSync (https://zksync.io/): Solução de segunda camada do ethereum (Layer 2 ou L2) que possui um dos maiores TVL (Total Value Locked ou valor total armazenado, em inglês) do mercado e já confirmou que terá seu token em breve. A dica para ela é similar às das outras L2s: interações semanais, foco em swap, pontes e pools de liquidez. O principal DApp da rede é o SyncSwap;
- Wormhole (https://wormhole.com/): Solução de camada zero (Layer 0 ou L0, também chamada de comunicação entre redes ou bridge), é responsável pela infraestrutura dos principais protocolos da Solana e Aptos. Para se posicionar neste airdrop, é fundamental interagir com o ecossistema dele de forma recorrente, uma dica é o uso da Mayanswap. Vale ressaltar que esse protocolo já sofreu um ataque hacker em fevereiro de 2022.
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