Rodolfo Amstalden: A alta da Selic era você, além das outras três
Por definição, os bancos centrais estão quase sempre atrasados em relação ao mercado e – sobretudo – em relação à vida real

Devidamente empregado por Magda Chambriard, o novo diretor financeiro da Petrobras (PETR4), Fernando Melgarejo, não passou no teste de proficiência de inglês para ocupar a vaga.
Poderíamos aqui discutir se o cargo dele depende ou não do conhecimento da língua universal.
Eu desconfio que sim.
De qualquer forma, parece que Fernando está correndo atrás do prejuízo, fazendo um intensivão.
"The book value is on the table".
Nesse ritmo, logo poderá digerir as manchetes internacionais que mais interessam no momento.
Leia Também
Por exemplo: "Is the Fed behind the curve?".
LEIA TAMBÉM: SD Select entrevista analista e libera carteira gratuita de ações americanas pra você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
Subir para cair?
Por definição, os bancos centrais estão quase sempre atrasados em relação ao mercado e – sobretudo – em relação à vida real.
Não é uma exclusividade do Fed, nem do Bacen brasileiro.
Mas não deixa de ser particularmente curiosa a sinuca de bico em que o nosso BC se meteu: pode uma pessoa chegar atrasada a um encontro, justamente porque saiu adiantada de casa?
Bem, vamos lembrar que, em maio deste ano, presenciamos um embate acalorado dentro do Copom.
A grande dúvida era se a Selic deveria ser cortada em 25 bps ou 50 bps.
Prevaleceu a vontade da estrita maioria de cinco membros, enquanto os quatro diretores indicados por Lula (todos falam inglês) votaram por 50 bps.
Agora, apenas três meses depois, estamos ponderando se a Selic deve ser elevada (!) na próxima reunião.
Por incrível que pareça, existe espaço político para isso.
Neste sprint final de 2024, Lula terá a oportunidade de botar uma alta dos juros ainda na conta de Campos Neto, deixando Galípolo à vontade para reiniciar o afrouxo em 2025, chegando com momentum à disputa eleitoral de 2026.
Ironicamente, sob essa perspectiva de "subir para cair", o Governo pode querer colocar a maior alta de juros possível na conta imediata do RCN; tem gente séria falando em +2 pontos percentuais ao longo das três reuniões remanescentes até dezembro.
E, com ainda mais ironia, talvez o próprio Campos Neto se coloque contra esse movimento, por não querer ver sua imagem manipulada pela oposição.
Lula hawkish e RCN dovish? Quem diria…
- Qual é a melhor opção para se aposentar sem depender do INSS? Veja a resposta em nosso guia gratuito da aposentadoria.
Existe espaço técnico para a alta da Selic?
Agora, será que existe espaço técnico (e necessidade técnica) para uma contração tão dura?
Essa é uma das questões limitadas pelo fato de não existirem aulas de laboratório na Faculdade de Economia.
"Ceteris paribus" é uma construção meramente conceitual.
Em linhas gerais, tudo o mais constante, se o dólar seguir caindo naturalmente, o Copom não vai mais precisar aumentar a Selic.
Mas, na prática, quais fatores estão embutidos nesse "naturalmente"?
A valorização cambial vista nos últimos dias é tão natural quanto suco Tang; ela já pressupõe algum aumento de Selic.
Daí, podemos intuir que se trata de uma contração monetária com ares de flexibilização.
Ao mesmo tempo, não se trata de nada, porque não aconteceu ainda; os efeitos precedem as causas.
LEIA MAIS: Rodolfo Amstalden: Lembrando que uma ação se parece com uma empresa
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda
Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Com a Selic a 14,25%, analista alerta sobre um erro na estratégia dos investidores; entenda
A alta dos juros deixam os investidores da renda fixa mais contentes, mas este momento é crucial para fazer ajustes na estratégia de investimentos na renda variável, aponta analista
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses
Co-CEO da Cyrela (CYRE3) sem ânimo para o Brasil no longo prazo, mas aposta na grade de lançamentos. ‘Um dia está fácil, outro está difícil’
O empresário Raphael Horn afirma que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses
Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas
A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir
Renda fixa mais rentável: com Selic a 14,25%, veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (19), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Copom não surpreende, eleva a Selic para 14,25% e sinaliza mais um aumento em maio
Decisão foi unânime e elevou os juros para o maior patamar em nove anos. Em comunicado duro, o comitê não sinalizou a trajetória da taxa para os próximos meses
A recessão nos EUA: Powell responde se mercado exagerou ou se a maior economia do mundo está em apuros
Depois que grandes bancos previram mais chance de recessão nos EUA e os mercados encararam liquidações pesadas, o chefe do Fed fala sobre a situação real da economia norte-americana
Decisão do Federal Reserve traz dia de alívio para as criptomoedas e mercado respira após notícias positivas
Expectativa de suporte do Fed ao mercado, ETF de Solana em Wall Street e recuo da SEC no processo contra Ripple impulsionam recuperação do mercado cripto após semanas de perdas
Nova York vai às máximas, Ibovespa acompanha e dólar cai: previsão do Fed dá força para a bolsa lá fora e aqui
O banco central norte-americano manteve os juros inalterados, como amplamente esperado, mas bancou a projeção para o ciclo de afrouxamento monetário mesmo com as tarifas de Trump à espreita
Sem medo de Trump: BC dos EUA banca previsão de dois cortes de juros este ano e bolsas comemoram decisão
O desfecho da reunião desta quarta-feira (19) veio como o esperado: os juros foram mantidos na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano, mas Fed mexe no ritmo de compra de títulos